Não são apenas as matérias de notícias que são consideradas “serviço” dentro do jornal. Algumas seções do veículo têm público cativo e, por isso, merecem um cuidado maior – tanto na frequência de publicação quanto na qualidade. Uma delas, que gera muita leitura e interesse, é o “Cinema”, publicada no Vida&Arte de segunda a sábado. Segue para o Buchicho no domingo. Lá, o leitor deve encontrar informações sobre os filmes em cartaz no Ceará, com a relação das salas de cinema, horários de exibição e preço dos ingressos.
Outra seção que prende o leitor, pelo entretenimento, é a seção “Cruzada”, que passou a ser publicada no caderno Vida&Arte, de segunda a sábado, com a reforma editorial do jornal, inaugurada no mês passado. Aos domingos, as palavras cruzadas migram para o Buchicho.
Promoção que não existe
A publicação das duas seções têm tido problemas nesses últimos meses. Apenas com o contato de um leitor, constatamos que o jornal estava publicando a Promoção Segunda Mania, de um cinema da Capital, que não estava mais em vigência. Detalhe: havia acabado em novembro do ano passado. No dia 4/2, uma terça, o leitor entrou em contato comigo para alertar do erro que o jornal estava publicando. Ele havia visto na segunda anterior, 3, e confiado nas informações do jornal, que citava a promoção com valores reduzidos às segundas-feiras. Pagou a mais pelos ingressos, porque a promoção não existia mais. Só soube disso no guichê do cinema.
Solicitei à editoria que cuida do Vida&Arte que atualizasse o quadro com os valores, o que foi feito nos dias seguintes. Mas não manteve a regularidade. Sábado da semana passada, 24/2, voltamos a publicar o valor errado do ingresso, citando a promoção. Não parou por aí. Na segunda-feira passada, 26, de novo. Estava lá, 22 dias depois da reclamação, no quadro de preço dos ingressos publicado pelo jornal a promoção que acabara há três meses. O erro e a volta dele soam como desrespeito ao leitor, que não pode ser prejudicado por uma falta de atenção nossa.
Atualização
O editor-adjunto do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO, Henrique Araújo, que cuida do caderno Vida&Arte, comentou o caso: “Atualizamos, pela segunda vez neste mês, a programação do cinema, que, não custa lembrar, é enviada pelos exibidores. Pedimos desculpas aos leitores por eventuais contratempos”.
Repetição das cruzadas
Outro problema que mexeu com a diversão dos leitores ocorreu com as palavras cruzadas. Deixamos de publicar a seção uma vez nesta semana, 26/2, e não avisamos aos leitores sobre o porquê. No dia seguinte, 27/2, voltamos a publicar as cruzadas, mas eram repetidas. Aquelas palavras cruzadas haviam sido publicadas em dias anteriores. O participante assíduo da seção reconheceu imediatamente o equívoco. As reclamações somaram a não divulgação do dia anterior com a repetição do dia corrente.
Sobre o caso, Henrique Araújo explicou: “Sobre as palavras cruzadas: deixamos de publicá-la uma única vez nesta semana. A decisão foi editorial. Priorizamos o conteúdo jornalístico. Nos dias seguintes, a palavra cruzada voltou ao caderno. Na quinta-feira, houve um problema no sistema de publicação das cruzadas, e a de terça entrou no lugar da de quinta. Para evitar que isso ocorra novamente, fizemos ajustes no sistema de publicação das cruzadas.”
Audiência
Pude perceber a audiência das palavras cruzadas quando elas passaram a ser publicadas no Vida&Arte, na primeira quinzena de janeiro, quando a reforma do O POVO foi lançada. A letra estava bem menor do que a fonte que era publicada no Buchicho. Naquela semana, foram dezenas de reclamações sobre o tamanho da letra. A partir das queixas, o Núcleo de Imagem aumentou a fonte e resolveu o caso – o que prova que a participação do leitor foi imprescindível para a mudança.
Letra pequena
“Sempre levamos consideração os comentários dos leitores. O projeto nunca é findo, ele é feito junto com o leitor. Mesmo depois da estreia, continua se alinhando às sugestões e está sempre aberto às adaptações”, justificou Gil Dicelli, editor-executivo do Núcleo de Imagem. Renata Viana, editora-adjunta, completa: “Foi um momento de adequação. Aquela fonte se adequava ao formato tabloide. Como a colunagem é diferente, a letra diminuiu. Fizemos os ajustes e a seção voltou a funcionar”.
Muitas vezes, não percebemos que aquilo que pode parecer um detalhe para uns tem uma grande relevância para outros tantos. Saber valorizar os espaços que têm a preferência dos leitores é uma forma, também, de valorizar nosso público.