Saturday, 02 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Daniela Nogueira

Não são apenas as matérias de notícias que são consideradas “serviço” dentro do jornal. Algumas seções do veículo têm público cativo e, por isso, merecem um cuidado maior – tanto na frequência de publicação quanto na qualidade. Uma delas, que gera muita leitura e interesse, é o “Cinema”, publicada no Vida&Arte de segunda a sábado. Segue para o Buchicho no domingo. Lá, o leitor deve encontrar informações sobre os filmes em cartaz no Ceará, com a relação das salas de cinema, horários de exibição e preço dos ingressos.

Outra seção que prende o leitor, pelo entretenimento, é a seção “Cruzada”, que passou a ser publicada no caderno Vida&Arte, de segunda a sábado, com a reforma editorial do jornal, inaugurada no mês passado. Aos domingos, as palavras cruzadas migram para o Buchicho.

Promoção que não existe

A publicação das duas seções têm tido problemas nesses últimos meses. Apenas com o contato de um leitor, constatamos que o jornal estava publicando a Promoção Segunda Mania, de um cinema da Capital, que não estava mais em vigência. Detalhe: havia acabado em novembro do ano passado. No dia 4/2, uma terça, o leitor entrou em contato comigo para alertar do erro que o jornal estava publicando. Ele havia visto na segunda anterior, 3, e confiado nas informações do jornal, que citava a promoção com valores reduzidos às segundas-feiras. Pagou a mais pelos ingressos, porque a promoção não existia mais. Só soube disso no guichê do cinema.

Solicitei à editoria que cuida do Vida&Arte que atualizasse o quadro com os valores, o que foi feito nos dias seguintes. Mas não manteve a regularidade. Sábado da semana passada, 24/2, voltamos a publicar o valor errado do ingresso, citando a promoção. Não parou por aí. Na segunda-feira passada, 26, de novo. Estava lá, 22 dias depois da reclamação, no quadro de preço dos ingressos publicado pelo jornal a promoção que acabara há três meses. O erro e a volta dele soam como desrespeito ao leitor, que não pode ser prejudicado por uma falta de atenção nossa.

Atualização

O editor-adjunto do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO, Henrique Araújo, que cuida do caderno Vida&Arte, comentou o caso: “Atualizamos, pela segunda vez neste mês, a programação do cinema, que, não custa lembrar, é enviada pelos exibidores. Pedimos desculpas aos leitores por eventuais contratempos”.

Repetição das cruzadas

Outro problema que mexeu com a diversão dos leitores ocorreu com as palavras cruzadas. Deixamos de publicar a seção uma vez nesta semana, 26/2, e não avisamos aos leitores sobre o porquê. No dia seguinte, 27/2, voltamos a publicar as cruzadas, mas eram repetidas. Aquelas palavras cruzadas haviam sido publicadas em dias anteriores. O participante assíduo da seção reconheceu imediatamente o equívoco. As reclamações somaram a não divulgação do dia anterior com a repetição do dia corrente.

Sobre o caso, Henrique Araújo explicou: “Sobre as palavras cruzadas: deixamos de publicá-la uma única vez nesta semana. A decisão foi editorial. Priorizamos o conteúdo jornalístico. Nos dias seguintes, a palavra cruzada voltou ao caderno. Na quinta-feira, houve um problema no sistema de publicação das cruzadas, e a de terça entrou no lugar da de quinta. Para evitar que isso ocorra novamente, fizemos ajustes no sistema de publicação das cruzadas.”

Audiência

Pude perceber a audiência das palavras cruzadas quando elas passaram a ser publicadas no Vida&Arte, na primeira quinzena de janeiro, quando a reforma do O POVO foi lançada. A letra estava bem menor do que a fonte que era publicada no Buchicho. Naquela semana, foram dezenas de reclamações sobre o tamanho da letra. A partir das queixas, o Núcleo de Imagem aumentou a fonte e resolveu o caso – o que prova que a participação do leitor foi imprescindível para a mudança.

Letra pequena

“Sempre levamos consideração os comentários dos leitores. O projeto nunca é findo, ele é feito junto com o leitor. Mesmo depois da estreia, continua se alinhando às sugestões e está sempre aberto às adaptações”, justificou Gil Dicelli, editor-executivo do Núcleo de Imagem. Renata Viana, editora-adjunta, completa: “Foi um momento de adequação. Aquela fonte se adequava ao formato tabloide. Como a colunagem é diferente, a letra diminuiu. Fizemos os ajustes e a seção voltou a funcionar”.

Muitas vezes, não percebemos que aquilo que pode parecer um detalhe para uns tem uma grande relevância para outros tantos. Saber valorizar os espaços que têm a preferência dos leitores é uma forma, também, de valorizar nosso público.