A última coluna de Clark Hoyt, ombudsman do New York Times, tratou do anúncio do grupo liberal MoveOn e rendeu 350 mensagens de leitores. Por isso, neste domingo [30/9/07], o tema continuou em destaque. O grupo pagou valor abaixo da tabela pela publicação de uma peça crítica ao chefe das Forças dos EUA no Iraque, general David Petraeus – no mesmo dia em que ele testemunharia no Congresso sobre a previsão para a retirada dos soldados americanos do país.
Muitos leitores acusaram o ombudsman de, ao criticar a publicação do anúncio, limitar o debate público sobre o conflito no Iraque. Hoyt alega que acredita profundamente na liberdade de expressão, mas diz que é preciso diferenciar o direito das organizações de expressar suas opiniões e o direito do jornal de aceitar publicá-las ou não.
Regras
O NYTimes tem normas sobre aceitação e rejeição de anúncios publicitários. Algumas delas: não são publicados anúncios daqueles que negam o Holocausto, nem peças racistas, as consideradas de mau gosto ou as que ofendam alguém. Para o ombudsman, o anúncio do MoveOn violou estas regras.
Outros leitores escreveram para saber por que o jornalão cobrou um valor abaixo da tabela ao grupo antiguerra. Como o NYTimes não revelou o responsável, no departamento de vendas, pela negociação, não é possível saber se o abatimento no preço foi intencional. Mas, com mais de 40 anos de experiência na indústria jornalística, Hoyt admite que o setor publicitário se guia mais pelo lucro do que pelo manual da redação.