Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Crítica interna


’16/05/2005


A manchete da Folha de DOMINGO projeta um cenário para a economia de 2007: ‘Governo fixará meta de inflação que exige aperto’. O texto antecipa decisão que o Conselho Monetário Nacional tomará em junho.


No ‘Estado’, a manchete também é da área econômica: ‘Brasil é o país que mais gasta com Previdência Social’. E o ‘Globo’ revela documentos inéditos do Dops paulista e de arquivos brasileiros, argentinos e dos EUA: ‘Empresas ajudaram militares na repressão a sindicalistas’.


Capas das revistas:


‘Veja’ – ‘Câncer – ‘Não quero que ninguém tenha pena de mim’.


‘Época’ – ‘Amor de celebridade’.


‘IstoÉ’ – ‘Esqueça a idade!’


‘Carta Capital’ – ‘Vale x CSN – Duelo de titãs’.


E as manchetes de SEGUNDA:


Folha – ‘No poder, arrecadação do PT cresce’.


‘Estado’ – ‘Banco aposta mais no crédito pessoal’.


‘Globo’ – ‘Magistrados defendem juíza do TRE dos ataques de Garotinho’.


DOMINGO


A Folha investe, no caderno Brasil, em duas reportagens: a marcha do MST (‘Campo minado’, pág. A17 a A19) e plantação de maconha em terras indígenas (‘Questão indígena’, págs. A22 e A23). Mas o espaço que tiveram não permitiu, principalmente no caso das terras indígenas, que fossem bem desenvolvidas e editadas. As entrevistas sem novidades com cientistas políticos (págs. A6 e A7) e com o peemedebista Orestes Quércia (A15) tiveram o mesmo espaço e mais visibilidade.


As reportagens sobre os índios foram substituídas, mais tarde, pelas informações de que ‘Severino defende aumento para militares’ (pág. A22) e ‘Varig assina compromisso com a TAP’ (A 23).


A propósito da cobertura jornalística da marcha do MST, reproduzo trecho da coluna de ontem do embaixador Rubens Ricupero (‘A Marcha do Sal’, pág. B2):


‘Tem o Brasil também sua marcha, que, por coincidência, é pelo acesso à terra, recurso natural que deveria ser mais bem repartido. Aqui se vive igualmente caso extremo de ruptura de confiança entre eleitores e governantes em torno do mandato saído das eleições. No entanto, a marcha nacional se cumpre debaixo da mais implacável malevolência de quase toda a imprensa e da indiferença social calejada em quatro séculos de cativeiro’.


Detalhes: as reportagens ‘Cigarro ‘sonegado’ substitui contrabando’ (pág. B5) e ‘Rápida, pistola institui ‘abate humanitário’, ambas em Dinheiro, acertam ao se preocupar em informar se seus personagens fumam (no caso do cigarro) e se são vegetarianos (no caso da carne).


Normalmente prejudicada pelo fechamento corrido, a Edição Nacional de Cotidiano deste domingo está muito melhor do que a Edição SP que recebi. Menor, mas mais bem diagramada e interessante, principalmente a capa (‘Museu de SC recebe prêmio internacional’). A capa da Ed. SP trata de um tema de interesse mais restrito, ‘Estudantes criam sistema de carona on-line’.


Além de reportagens mais leves, o caderno Metrópole, do ‘Estado’, tem dois textos importantes sobre violência e criminalidade em São Paulo: ‘Eu, seqüestrada’ (a capa do caderno) e ‘A solução seria massacrar mais 111?’, sobre a crise da Febem.


Embora o título (‘Jadel enriquece, adota Islã e muda nome’) e a abertura da reportagem da página D7 de Esporte despertem a atenção para o novo nome adotado pelo atleta brasileiro do salto triplo convertido ao islamismo, o leitor só vai saber que ele passa a se chamar Jade Abdul Ghani Gregório no oitavo parágrafo do texto.


SEGUNDA


A Folha trata mal os dois casos de corrupção que surgiram no final de semana. A continuação da denúncia publicada pela revista ‘Veja’ que envolve o PTB merecia mais investimento e destaque do que o dado pelo jornal na página A6 (‘PF investigará caso de corrupção que envolve servidor dos Correios’). O outro caso, o flagrante de corrupção que envolve deputados estaduais de Rondônia, gravado pelo próprio governador do Estado e veiculado pelo ‘Fantástico’ ontem à noite, sequer mereceu a atenção do jornal.


SÁBADO


O relato sobre o resultado do BNDES no primeiro trimestre (‘BNDES anuncia queda em resultado’, capa de Dinheiro) não faz qualquer referência à correção que o banco foi obrigado a fazer pela CVM.


Compare com os títulos do ‘Estado’ e do ‘Globo’: ‘BNDES festeja lucro de R$ 1,4 bi. Depois corrige: foi só R$ 1 bi’ e ‘BNDES anuncia lucro recorde, mas volta atrás’.


Aviso


Participo amanhã do Programa de Treinamento da Folha, em São Paulo, e por esta razão não haverá a Crítica Interna.’