‘24/11/06
Folha e ‘Estado’ destacam a guerra no Iraque ocupado: ‘Pior atentado deixa 161 mortos no Iraque’ (Folha) e ‘Atentado mata 161 em Bagdá’ (‘Estado’). O ‘Estado’ dá igual visibilidade à intenção do governo de baixar um novo pacote para a economia: ‘Governo reduz R$ 12 bi em impostos para empresas’. Na Folha, sem a mesma força, ‘Verba do FGTS vai subsidiar habitação de famílias pobres’.
O ‘Globo’ manteve o foco no assassinato ocorrido anteontem no Leblon, no Rio: ‘Menor pode ter confessado crime para proteger irmão’. É uma hipótese da polícia. A Folha não a considerou, na Edição Nacional: ‘Jovem confessa assassinato no Rio, diz polícia’.
Oposição
O ‘Estado’ deu mais importância que a Folha a mais uma declaração descabida do presidente Lula – ‘Lula pede que governadores só façam oposição em 2010’ – e ouviu a oposição, que a considerou ‘digna de ditadores’.
A Folha deu mais importância à ausência de José Serra na reunião do PSDB ontem à noite na casa de FHC do que às decisões tomadas pelos oposicionistas (‘Serra condena reunião tucana para debater relação com Lula’, pág. A5 da Ed. SP).
Aliás, o texto não sustenta que Serra tenha ‘condenado’ a reunião. O que a reportagem informa é que ele discordou, o que é diferente de condenar. Pode ser até que ele tenha condenado, mas isso não está no texto.
‘Mundo’
O segundo turno da eleição presidencial no Equador é domingo. O ‘Estado’ e o ‘Globo’ enviaram repórteres para a cobertura da disputa entre um candidato conservador e um de esquerda. No ‘Estado’, ‘Rei das bananas pede voto de joelhos’; no ‘Globo’, ‘Ameaças na reta final no Equador’.
‘Cotidiano’
O ‘Extra’, do Rio, aproveitou o crime do Leblon para mostrar com destaque (caderno especial) os resultados de uma pesquisa inédita que acompanhou, durante dois anos, 230 crianças, adolescentes e jovens adultos envolvidos com a criminalidade em 34 favelas do Rio: ‘Traficantes trocam bocas-de-fumo por assaltos no asfalto’. O jornal carioca mostrou ainda que a polícia age com rapidez quando a vítima é uma pessoa conhecida ou rica (caso da morte no Leblon), mas é lenta e inoperante na maioria dos casos: ‘Dois assassinatos em duas regiões: Polícia elucida em 16h crime na Zona Sul. Na Zona Norte, nem investigação’.
O ‘Agora’ já tinha explorado este recurso quando comparou as muitas e rápidas providências policiais aplicadas para desvendar o assassinato do coronel Ubiratan com as omissões nas investigações da morte de um gari. É uma forma de demonstrar como a policia e o Estado trabalham.
A Folha tinha a tal pesquisa que acompanhou crianças e adolescentes ligadas à criminalidade e que apontou mudanças de comportamento das facções – ou milícias, como alguns começam a chamar, no Rio, os grupos de criminosos armados –, mas a publicou apenas na Edição Nacional (‘Queda nas vendas faz jovens trocarem o tráfico por assaltos, revela pesquisa’, capa da Ed. Nacional). É uma pena, porque a pesquisa é importante e seguramente interessaria aos leitores de São Paulo.
Acho que o jornal tratou mal, na Edição SP, dois assuntos de grande importância: o surto de sarampo na Bahia – bem dado na Edição Nacional – e a aprovação, na Câmara, do projeto de lei que torna crime a discriminação sexual (apenas um registro nas duas edições).
‘Ilustrada’
A reportagem ‘Brasília se divide por ‘Jardim Ângela’’ (pág. E11) informa que o documentário de Evaldo Mocarzel teve boa recepção do público no Festival de Brasília, ‘arrancou aplausos da platéia’, mas ‘desagradou a maior parte da imprensa especializada que acompanha o festival, como ficou claro nos comentários pós-filme’. Que comentários? De que imprensa especializada? O texto não informa e a observação, sem comprovação, fica parecendo gratuita.
23/11/06
Folha e ‘Estado’ anunciam o primeiro resultado das conversas entre o governo petista e o PMDB: ‘PMDB fecha apoio ao governo Lula’ (Folha) e ‘Lula faz acordo para ter PMDB no governo’ (‘Estado’). O ‘Globo’ chama a atenção para as dificuldades que marcam as investigações da origem do dinheiro que seria usado para a compra, por petistas, do dossiê contra tucanos: ‘Dossiê: há 70 dias, petistas omitem origem de dinheiro’.
Mas o principal destaque da edição final do jornal do Rio foi o assassinato, ontem à noite, no Leblon, de Ana Cristina Vasconcellos Giannini Johannpeter, separada do empresário Germano Gerdau: ‘Morta ex-mulher de sócio da Gerdau’.
O segundo tema mais destacado do ‘Estado’ tem a ver com os planos do governo federal para a imprensa: ‘Dilma deve cuidar de ‘democratizar’ informação’.
Iraque
Achei que ficou estranho o corte da foto que ilustra a reportagem ‘Morte de civis no Iraque bate recorde em outubro’ (capa de ‘Mundo’). Imagino que a intenção era evitar o choque da imagem da criança morta, mas ficou estranho.
‘Ciência’
Ficou incompreensível o último parágrafo do texto ‘Mars Global Surveyor deve estar perdida, admite Nasa’ (pág. A23): ‘ ‘É uma extraordinária máquina, que fez coisas que mesmo seus projetistas imaginaram’, disse Tom Thorpe, diretor do projeto da sonda Global Surveyor’. Faltou um ‘nunca’ ou equivalente.
‘Cotidiano’
Sumiu, na Edição SP, a reportagem ‘Falta de opções amplia isolamento de autista’ (pág. C5 da Ed. Nacional).
Segundo a Folha, Ana Cristina Johannpeter foi assassinada ontem à noite no Rio quando dirigia um BMW (‘Ex-cunhada de Gerdau é morta em assalto’, pág. C3 da Edição SP). A foto do ‘Globo’ mostra um Mercedes.
‘Dinheiro’
‘Valor’ e ‘Estado’ informam que será anunciada nos próximos dias a fusão entre a Americanas.com e o Submarino, criando uma das maiores lojas virtuais do mundo. ‘Fusão de Americanas com Submarino cria supersite’ é a manchete do ‘Valor’; no ‘Estado’, ‘Submarino e Americanas.com negociam fusão bilionária’.
21/11/06
O ombudsman participa hoje do Programa de Trainees. Por este motivo a crítica interna não circulará hoje e amanhã.’