Saturday, 02 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Crítica interna

’16/02/2004


O caso Diniz aqueceu as edições do fim-de-semana. Prevaleceu o golaço da ‘Época’, já que nem revistas nem jornais acrescentaram muito, em termos factuais, ao que a revista publicou (com exceção para o caso do RS hoje na Folha). É o que se espera para a semana. Alguns comportamentos da mídia chamaram a atenção (ver nota específica). A Folha deu um louvável passo histórico ao publicar reportagem de duas páginas sobre a situação da dívida do setor de comunicações (ver nota específica). Registro, hoje, na capa do ‘Globo’, para o caso do filho de criação de Caetano Veloso, aparentemente vítima de racismo no Rio.

Edição de segunda-feira, 16 de fevereiro


Caso Diniz

1) Não está clara a maneira como o PFL está se posicionando em relação ao caso e, especificamente, à eventual CPI. ACM fechou com o Planalto, bem como Roseana (via Sarney); assim como, aparentemente, Cesar Maia, no Rio. E a cúpula do partido (Bornhausen e outros), que tem sido retoricamente agressiva em relação ao governo?


2) No abre ‘Governo decide enquadrar os petistas para sufocar CPI’ (Brasil, pág. A4), e nas subs da mesma página, não há explicação clara sobre por que o número mínimo de assinaturas para obter CPI é 27senadores. Faltou, também, mostrar como estão distribuídas numericamente as bancadas partidárias, para permitir ao leitor raciocinar sobre estimativas relativas à aprovação ou não de uma CPI;


3) O abre ‘Bicheiro venceu licitação do PT gaúcho’ (Brasil, pág. A5) não informa que Olívio Dutra, governador na época dos fatos, é hoje ministro de Cidades de Lula;


4) Nessa reportagem, a informação de que a mesma licitação foi cancelada e só efetuada depois sob ordem da Justiça deveria constar do sobretítulo.

Anistia


O texto ‘Alckmin retém indenizações a torturados’ (Brasil, pág. A6) ‘extrapola’, creio, ao assumir, no 12o parágrafo, haver uma suposta falta de vontade política do governo estadual para efetuar os pagamentos das indenizações.


Uma coisa é atribuir tal avaliação ao grupo descontente com a situação, outra é bancá-la, como a meu ver ocorre, sem demonstrar o motivo da afirmação. A retranca do ‘outro lado’ se restringe à questão orçamentária e à da demora na análise dos processos, mas não toca nesse ponto, digamos, mais subjetivo.


Edição


Genérico e abstrato demais me parece o título do abre ‘Para secretário, causa do problema é a crise’ (Cotidiano, pág. C3), versão do governo para a situação descrita na reportagem da capa do caderno (‘Em São Paulo, desigualdade cresce na saúde’). Qual crise?


Gianni Ratto


O abre ‘Gianni Ratto descortina ofício do ator’ (Ilustrada, pág. E3) seria mais interessante para o leitor se incluísse uma arte com os principais trabalhos já realizados por ele, uma da principais figuras do teatro no país. Além disso, o texto omite a idade do cenógrafo e diretor, diferentemente do que faz na sub sobre outra figura importante, ‘Vaneau quer contar suas memórias’, na mesma página.


Números


Mais uma vez o jornal (e o leitor) fica vítima de estimativas contraditórias sobre multidões no caso da Venezuela. Na edição de ontem (domingo), reportagem sobre manifestação realizada sábado pela oposição ao governo Chávez falava em 400 mil pessoas presentes (dado atribuído aos bombeiros). Hoje, na pág. A8 (Mundo), o texto ‘CNE diz que decisão sobre referendo para tirar Chávez será em março’ fala apenas em ‘dezenas de milhares de pessoas’, sem atribuir o número a nenhuma fonte nem fazer referência aos tais 400 mil. Como fica o leitor?

Edição de domingo, 15 de fevereiro


Mídia

1) Merece registro como fato histórico a reportagem da Folha, com chamada na Primeira Página, sobre a situação de endividamento das principais empresas de comunicações do país, Folha inclusive. Creio que o jornal dá um passo muito importante em resposta à ausência, real, de transparência dos meios de comunicação em relação a seus números. Isso posto, é importante refletir que essa reportagem não ‘encerra o assunto’. Pelo contrário, ela deve ser considerada um primeiro passo no sentido de um tratamento mais aberto, por parte da mídia -e da Folha, em especial-, na cobertura de sua crítica situação, que está longe da conclusão. O jornal foi pioneiro, escancarou uma porta. Merece, por isso, aplauso. Mas agora, também, não deve recuar. O leitores terão o direito de aguardar da Folha uma cobertura igualmente transparente a respeito dos andamentos das ‘negociações’ com o BNDES e outros temas a isso relacionados;


2) Está na ‘home’ do UOL desde o final da tarde de ontem (domingo) reportagem-resposta do provedor à capa da ‘Isto É Dinheiro’ que, supostamente, esquadrinha a situação econômica e administrativa do site. Não seria o caso de o jornal ao menos registrar o áspero quiproquó? Para reflexão.


Congresso


No item sobre os candidatos do PL, a arte da reportagem ‘Eleição impõe recesso branco no Congresso’ (Brasil, pág. A10) traz um asterisco cujo significado não encontrei em parte alguma. De que se trata?

Sísifo


Faltou informar a idade da roqueira na nota sobre o internamento de Rita Lee no Albert Einstein ‘depois de uma crise de estresse’ (ao pé da pág. A11).


Edição de sábado, 14 de fevereiro


Caso Diniz

1) Os jornais abriram com manchete para o caso do assessor do Planalto, mas, dentre os principais diários de circulação nacional, só a Folha colocou o nome de José Dirceu no próprio título. O fato merece registro, é claro, porque o ministro se tornou, desde sexta, o principal alvo da oposição. A esse respeito, é interessante observar que o ‘Jornal Nacional’ da sexta-feira também ‘poupou’ flagrantemente Dirceu -comportamento diferente do adotado pelo mesmo telejornal no dia seguinte (sábado);


3) Merece registro, também, a discrição da ‘Isto É’, que deu menos de uma página para o caso, sendo que, já no ano passado, em julho, a revista entrara no assunto Diniz (casos relacionado à Loterj);


4) Ainda no sábado, chama a atenção registro exclusivo de declarações de Dirceu na coluna Merval Pereira, no ‘Globo’.


12/02/2004


Unanimidade inevitável no destaque dado à torta no rosto do ministro Berzoini. A economia (juros aqui e nos EUA) é tema das manchetes dos principais jornais, com exceção da Folha. Aliás, a da Folha, ‘Paulistano mais teme que confia na PM’ (inclusive, estranhamente, na edição nacional), parece-me distorcer flagrantemente o sentido dos resultados da pesquisa Datafolha (ver nota específica).


Primeira Página


O ‘recuado da chamada ‘Atentado mata mais 47 pessoas em Bagdá’ informa que 14 palestinos foram mortos na faixa de Gaza. O número, dentro (pág. A14) é de’ ao menos 15’. Desde a edição nacional.


Distorção


O abre interno sobre a pesquisa Datafolha, na pág. C4 (Cotidiano), é ‘Diminui desconfiança do paulistano na PM’. Reflete, de fato, a evolução evidente dos números da pesquisa. Eles mostram que o item ‘mais confiança do que medo’ cresceu de 24% (em 97) para 30% (em 99) e 41% agora. Enquanto isso, o item ‘mais medo do que confiança’ diminuiu respectivamente de 74% para 66% e, agora, 54%.


Goste-se ou não da política de segurança do Estado, é essa a notícia, e não o que destaca a manchete da Folha (‘Paulistano mais teme que confia na polícia’), a qual, aliás, como os números mostram, não traz nenhuma novidade (ela vale até mesmo para a primeira pesquisa, de 95).


Aqui, creio que o jornal ‘adaptou’ o resultado da pesquisa, na capa, talvez para oferecer uma espécie de ‘aval’ para o noticiário crítico sobre o tema, esquentado nos últimos dias com a morte do dentista Sant’Ana. Assim fazendo, escondeu o principal: apesar do caso do dentista (posterior à pesquisa), a desconfiança da população, conforme o Datafolha e a edição interna, está em flagrante queda.


Edição

1) Não entendi a que veio a foto do ministro Patrus Ananias no material da pág. A4 (Brasil). Ele não é mencionado em nenhum dos textos, embora, claro, esses tratem de assuntos ligados a sua pasta. Aliás, a legenda (na edição SP) também não informa que ele é ministro;


2) Há um cacófato que o ‘Manual’ claramente recomenda evitar no título ‘Oposição ocupa tribuna e ataCA GOverno e cortes’ (Brasil, pág. A6).

Berzoini


A reportagem ‘Manifestante ‘contra capitalismo’ joga uma torta no rosto de Berzoini’ (Brasil, pág. A6) não informa o que aconteceu depois do lance. O que o ministro fez? Como reagiu? A solenidade continuou? Ele discursou? As respostas a essas perguntas, registre-se, estão na concorrência.


Outro lado


Faltou ouvir José Antonio Coutinho, diretor-geral do Dnit, demitido ontem do Ministério dos Transportes, conforme o abre ‘Cotado para sair, Adauto demite desafeto’ (pág. A10, Brasil).


Crítica


Registro para duas reportagens críticas ao governo no ‘Estado’: 1) afirmações, em artigo, do economista Paul Singer, membro do governo, contra a ‘ortodoxia na macroeconomia’; e 2) notícia de que cinco ministros usaram carro oficial para comparecer a jantar com Lula na casa de João Paulo Cunha.


Nestlé-Garoto

1) Não encontrei na reportagem da Folha sobre o depoimento dos membros do Cade em audiência pública ontem no Senado (‘Cade diz que poderá reavaliar caso Garoto’, pág. B7) relato dando conta da tensão e do mal-estar causados pelo embate e pelo bate-boca ali ocorrido entre os próprios membros do conselho. Como registra texto na concorrência, o fato expressa o excesso de pressão existente sobre os conselheiros;


2) O abre da Folha informa que parlamentares pensam em elaborar um decreto legislativo que anule a decisão do Cade e que isso é cabível legalmente, segundo o prefeito de Vila Velha. Já para a sub ‘Especialistas temem enfraquecimento’ , a opção por anular a decisão via decreto legislativo não está prevista em lei. Como fica o leitor? Cabe, creio, esclarecer.

Pastel


A segunda frase do 16o parágrafo de ‘Operadora de TV propõe compra de Disney’ (Dinheiro, pág. B12) afirma: ‘A noticia da possível fusão fez o preço das ações saltar (…) atingindo assim o maior valor dos últimos.’ Últimos o quê? Dias? Meses? Anos?


Legendas

1) A legenda (‘Moradores utilizam ponte…’) da foto do alto da pág. C6 (Cotidiano, edição SP) não corresponde à imagem, que mostra reunião de ministros;


2) Não dá para entender a legenda da foto embaixo, na mesma página: ‘Ivone Pereira, 43, de Jd. Manchester, teve o IPTU levado pela água’. Como assim?

Didatismo

1) O abre ‘Fraude trabalhista é investigada’ (pág. C8, Cotidiano) menciona a multa de 40% nas demissões sem esclarecer, para os leigos, que se trata de 40% sobre o FGTS, informação que ajuda a explicar a fraude mencionada no título;


2) A sub ‘Rojas fala que fica no clube até como porteiro’ (Esporte, pág. D2) lembra que o ex-goleiro foi recebido pelo São Paulo depois de ter sido banido do futebol. Não explica, porém, a causa do banimento, fato que pode ser ignorado por vários leitores, em especial os mais jovens;


3) O abre ‘Juiz abre caminho para baratear ingresso’ (contracapa de Esporte) faz referência ao ‘ingresso familiar’, que seria mais barato, mas não deixa claro o que ele é;


4) O lide da reportagem da contracapa da Ilustrada (‘Abre-alas da animação’) afirma que em seu novo trabalho o desenhista Allan Sieber ‘abandonou os preceitos lo-fi da paródia que fizera ao Dogma 95 escandinavo’. É isso mesmo. Procurei alguma explicação para isso no texto, mais adiante, mas foi em vão.

Coberturas


O abre ‘Olimpíada impõe castidade a Baloubet’ (Esporte, pág. D3) e a respectiva arte partem do princípio de que esse cavalo campeão faz coberturas em éguas (ou seja, transa com elas). No ‘saiba mais’, porém, fica claro que isso não acontece. A coleta do seu valioso sêmen seria feita apenas através de uma vagina artificial, para evitar que ele receba um eventual coice e se machuque. Como fica o leitor? Qual é a informação correta?


11/02/2004


Mais um dia de manchetes contidas e variadas. O ‘Globo’ traz a mais atraente: antecipa (a conferir) a distribuição dos contingenciamentos do orçamento federal por ministério, com destaque para infra-estrutura. O jornal carioca e a Folha, a meu ver equivocadamente, nada trazem nas suas capas sobre a queda de popularidade de Lula e do governo registrada na pesquisa Sensus/CNT (ver nota específica).


Primeira Página


Senti falta de ao menos um ‘recuado’, na capa, para a pesquisa CNT/Sensus—objeto de comentário da coluna ‘São Paulo’, na pág. A2. Nem toda pesquisa merece capa, mas essa, a meu ver, vale jornalisticamente, no atual momento, por denotar, como escreve Clóvis Rossi, que ‘o público está se cansando, mais e mais, do discurso oco, redundante, óbvio do presidente da República’.


A pesquisa

1) O texto ‘Presidente registra pior avaliação’ (Brasil, pág. A4) informa que, em agosto passado, 34,1% diziam que Lula não cumprira suas promessas de campanha. O número até pode estar certo, mas o fato é que, na arte, essa porcentagem aparece no mês de dezembro de 2003. Sugiro verificar para uma eventual correção;


2) Não entendi por que a arte não começa mostrando os dados de janeiro de 2003 (mas sim os de maio), destacados, corretamente, no texto.

Erramos bis


A primeira nota do Erramos de hoje menciona o vereador Ricardo Tripoli, sendo que no texto objeto da correção, publicado ontem, o nome que aparecia era Roberto Tripoli. A verificar.


Ora, o manual…


A última frase da reportagem ‘Ministro aguarda aval para cortes’ (Brasil, pág. A4) usa o verbo garantir de um modo positivo (‘[o ministro] também garantiu que serão liberados…’), que o ‘Manual’ (pág. 71) recomenda evitar.


Serviço


O abre ‘Lula cita Deus, diz já ter feito milagre e fala no fim da fome’ (Brasil, pág. A6) registra que a feira Expo Fome Zero se realiza na capital paulista, mas não informa onde. No concorrente, leio que o local é o Expo Center Norte.


Ciro


Registro para reportagens, na concorrência, dando conta de um desabafo do ministro Ciro Gomes, na linha ‘a qualquer hora pego meu boné e vou embora’. Teria algo a ver com os novos contingenciamentos, além das chuvas? A conferir.


Incompleta


Parece evidente que o alvo principal da lei francesa que deverá proibir uso de símbolos religiosos nas escolas públicas são os muçulmanos, como destaca o abre ‘França veta uso de véu islâmico na escola’ (Mundo, pág. A11). Daí o destaque para a reação de alguns de seus representantes. Senti falta, porém, de ao menos um registro para as reações de lideranças judaicas e cristãs, também afetadas pela medida; não por seu peso numérico, mas pelo caráter político de seu posicionamento.


O dentista

1) Faltou informar as idades dos PMs envolvidos na morte do dentista Sant’Ana, no abre de Cotidiano (‘Sob suspeita, policiais foram promovidos’);


2) Na sub-retranca ‘Programas foram desativados’, na mesma página, faltaram, entre parênteses, os anos de nascimento e de morte de Mário Covas;


3) Parece-me frágil, um tanto insosso em comparação com a relevância do caso, o chapéu ‘Morte de dentista’. Sei que não é fácil, mas creio que o jornal deveria procurar algo mais marcante. Para reflexão.

Outro lado


O abre ‘Suspeitas fazem juiz interromper processo’ (Cotidiano, pág. C3), sobre o caso Palace 2, não registra o outro lado do juiz Alexander Macedo, responsável pelo desbloqueio de bens de Sérgio Naya suspeito de irregularidades.


Números


O texto ‘60% dos paulistanos praticam exercícios’ (Cotidiano, pág. C5) informa que, segundo a pesquisa, 16% praticam ‘esportes coletivos’. Na arte, o percentual desse item é 19%. Qual é a informação correta?


Cargo


No side ‘Véspera’ (Cotidiano, pág. C6), a respeito das chuvas, o subprefeito Franco Torresi (de São Mateus) é chamado, também, de subsecretário. Qual é a denominação correta?


Sísifo

1) Faltou registrar a idade do ex-campeão Mike Tyson, em ‘Após falência, Tyson tem em caixa US$ 5.500’ (Esporte, pág. D2);


2) Ao mencionar a ‘era FHC’, a reportagem ‘Lula instala Conselho Superior de Cinema, presidido por José Dirceu’ (Ilustrada, pág. E3) não informa em que período ela existiu.

Esclarecimento


Registro a seguir observação do editor interino de Brasil, Rogério Gentile, enviada por intermédio da SR, sobre a nota ‘Palocci’ da crítica diária de segunda-feira (9/2):


‘A informação sobre o ano da filiação de Palocci, tema da coluna diária de anteontem, está correta. O próprio Diretório Municipal do partido em Ribeirão Preto confirma que foi em 1981 que ele entrou no partido. Em 80, o atual ministro era realmente da Libelu, como consta no texto, mas só aderiu ao partido no ano seguinte e por influência da sua mãe.’


10/02/2004


Em dia de poucas notícias de peso—daí, sintomaticamente, a falta de manchetes em seis colunas–, o destaque ficou para o menino Iruan, com a mesma foto reproduzida em todas as capas. Na Folha, duas coisas merecem observação especial: o belo jogo de fotos na capa da edição SP e a ausência da oposição no noticiário político (ver nota específica).


Primeira Página

1) Apesar do evidente esforço de didatismo, o texto da chamada ‘Estudo mostra conexões da MPB’ me parece bastante obscuro. Ele é, na verdade, incompreensível sem a leitura da curiosa reportagem (Ciência, pág. A12).


A propósito, senti falta, na edição da reportagem (‘Tom Jobim é o mais popular, dizem físicos’), de algum comentário ou análise feito por algum crítico ou especialista em música, interpretando a pesquisa. Seria um contraponto, digamos, mais subjetivo, ao cientificismo (como não poderia deixar de ser) do material apresentado.


No texto, cabe registrar, há ausência daqueles parênteses informando anos de nascimento e de morte de vários compositores mencionados (Tom Jobim, Villa-Lobos, Antonio Marcos, Dolores Duran, dentre outros);


2) Merecia registro na capa, a meu ver, a notícia, veiculada na pág. B6, de que em 2003 o governo Lula gerou 645 mil postos de trabalho, em contraposição à previsão de 1 milhão feita pelo ministro do Trabalho.


Transparência


A nota do painel ‘Começar de novo’ informa que o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite ofereceu um almoço ao novo ministro da Ciência e Tecnologia, acompanhado de 21 pesquisadores. Faltou registrar que ele é membro do Conselho Editorial da Folha.


E a oposição?


Tudo bem que o PT sozinho, com suas disputas internas, já seja fonte de muita luta política, mas é obrigatório observar como na edição de hoje não há, no noticiário político, nenhuma menção à oposição, nem mesmo no Painel.


Onde estão PSDB, PFL e outros? Para reflexão.

PSTU


O material sobre a visita de Lula a São José dos Campos (Embraer), na pág. A6 (Brasil), em especial a sub ‘Na porta, grupo cobrava emprego’, não menciona a presença política do PSTU nessa manifestação. Salvo engano, esse partido, conforme reportagens anteriores da própria Folha, está por trás do sindicato dos metalúrgicos local e da CUT local. A menção, creio, é necessária para deixar mais claro ao leitor o teor político do protesto.


Lalau


A reportagem ‘Ação contra Nicolau pode ser arquivada’ (Brasil, pág. A7) desperta bastante, mas não satisfaz, a curiosidade do leitor. Quais são a base jurídica concreta e o cálculo feito pela procuradora Janice Ascari para sustentar a tese de que o juiz aposentado (pode-se tratá-lo apenas como juiz, como faz o texto? A verificar) poderá ser beneficiado pela prescrição de uma ação já nos próximos meses? O escândalo é grande.

Caberia, creio, retomar o assunto.


Básico

O texto ‘Relatório será adiado, anuncia MCT’ (Ciência, pág. A12) não informa quando ocorreu o acidente que matou 21 pessoas na base espacial de Alcântara nem o motivo alegado pelo governo para adiar a apresentação do relatório a respeito dele.


Iraque


O abre de Mundo (‘Carta liga Al Qaeda ao Iraque, dizem EUA’) registra, ao pé, a ocorrência de mais duas mortes de soldados dos EUA naquele país. Como está a ‘contagem’ das mortes? Não valeria a pena recuperá-la?


Legenda


A legenda da foto do alto da pág. A10 afirma que, na imagem, o pré-candidato democrata John Kerry está ‘brincando’ com seus simpatizantes… Não entendi. Que brincadeira ele está fazendo?


Fundos


O jornal recupera hoje a manchete dada ontem pelo ‘Valor’ sobre as mudanças propostas para os fundos de investimento (pág. B3, Dinheiro). OK. Faltou, porém, mais didatismo nesse material, já que ele é de interesse, primordialmente, dos potenciais investidores do tipo pessoa física. Uma arte mostrando como é a situação hoje e como ficaria, com base em exemplos concretos, teria ajudado bastante o leitor a entender melhor o que está em jogo.


Obscuro


Não consegui entender o que o texto ‘Oeste perde 12 pontos e fica perto da 2a divisão’ (Esporte, pág. D1) quer dizer quando informa que , segundo o tribunal, as transferências de três jogadores daquela equipe não foram ‘envidadas’ pelas federações estaduais de seus ex-clubes. É isso mesmo? Se for, faltou didatismo: o que isso significa?


Ir atrás


O abre ‘Sem técnico, prodígio pode deixar Brasil’ (Esporte, pág. D3) registra que o treinador do nadador Thiago Pereira deixou o clube (Minas Tênis), segundo a diretoria, por ‘incompatibilidade de idéias’ (registrado entre aspas). É a versão oficial. Creio que o jornal deveria ir atrás, porém, para esclarecer o que isso quer dizer de verdade, pois, como fica claro no texto, é difícil entender como a saída se realiza justamente num momento em que o clube faz despontar nadadores de qualidade, a meses de Atenas.


Tower Records


Registro para reportagem publicada na concorrência sobre o pedido de concordata feito nos EUA ontem pela megastore de discos e CDs, uma das mais conhecidas do mundo.


Esclarecimento 1


Sobre a nota ‘Fagner’ da crítica interna de sexta-feira (6/2), em que eu sugeria verificação para eventual Erramos, a Ilustrada esclarece, via SR, que houve um grupo cearense chamado Pessoal do Ceará, que era integrado por Ednardo, Rodger Rogério e Téti. A reportagem em questão usou o termo ‘turma do Ceará’, assim em aspas e sem caixa alta, justamente para diferenciar desse Pessoal do Ceará, de que nem Fagner nem Belchior participaram.

Agradeço o esclarecimento.


Esclarecimento 2


Reproduzo a seguir, esclarecimento do editor interino de Brasil, Rogério Gentile, sobre a nota ‘Números’, da crítica de ontem:

‘Em atenção à crítica do ombudsman de ontem, gostaria de fazer um esclarecimento. Não há contradição entre a arte e o texto a respeito do número das viagens de Lula a São Paulo. Na arte está discriminada o número de viagens em 2003 (16) e em 2004 (1). Na reportagem, há o total (17).’


De fato, houve distração de minha parte, pela qual peço desculpas.’