O editor público do New York Times [12/9/04] voltou de férias e começa seu novo período de trabalho com um texto em forma de entrevista consigo mesmo. O descanso marcou a metade de seu mandato de 18 meses como ombudsman do mais importante jornal americano. Okrent faz uma retrospectiva do que vivenciou no cargo até agora e previsões sobre os temas que abordará futuramente. Ele conta que, durante as férias, pôde voltar a ver o Times com os olhos de um leitor comum. Mais que isso, se propôs a adotar o diário como sua única fonte de informação neste período. ‘Queria ver se a total confiança no jornal me permitiria emergir em setembro com uma visão da campanha presidencial que correspondesse à realidade’, afirma.
O editor público conta ainda que seu artigo em que incitou os jornais a não darem mais espaço a funcionários do governo que chamam a imprensa para coletivas sob condição de anonimato não deu muito resultado. Dos diários citados – The Wall Street Journal, The Los Angeles Times, The Washington Post, The New York Times e USA Today – apenas um se manifestou a respeito. O editor do USA Today, Ken Paulson, escreveu dizendo que freqüentemente se opõe a esse tipo de procedimento, mas que, em última instância, a função do diário é informar o leitor e, por isso, ele se sente obrigado a repercutir as informações dadas sob condição de anonimato. Okrent pergunta qual é a diferença entre a declaração de um funcionário de governo que não quer assumir a responsabilidade pelo que diz e um outro boato qualquer.
Sobre a receptividade da redação para seu trabalho, o ombudsman explica que a rejeição à sua presença no jornal diminuiu consideravelmente. É fato que, no começo, a equipe teve dificuldades em aceitá-lo, mas hoje, de modo geral, responde a suas perguntas e o trata de forma cordial.