As políticas internas do Washington Post dizem que, quando um leitor aponta um erro do jornal, a resposta deve ser ‘imediata’. Mas, frequentemente, repórteres e editores acabam demorando demais para corrigir as falhas, opina o ombudsman do Post, Andrew Alexander, em sua coluna de domingo [6/12/09].
Apesar das melhorias, uma análise das correções feitas pelo diário este ano mostraram que erros indicados por leitores ficaram sem ser corigidos por semanas ou até mesmo meses. Muitas reclamações eram inquestionáveis e deveriam ter levado a correções na edição do dia seguinte.
Na era da internet, esta demora pode ser bastante maléfica. Quanto mais tempo uma informação errada continua errada, maior o risco de ela se espalhar para além dos leitores do Post. Além disso, a confiança dos leitores que comunicaram o erro fica enfraquecida. Em novembro, o Post publicou cerca de 950 correções. A maioria foi publicada rapidamente, o que mostra que tem sido dada mais atenção aos erros. Depois de uma coluna do ombudsman, publicada em março, ter revelado que havia centenas de pedidos de correção datando de 2004, o diário fez um trabalho admirável para corrigi-los. Ainda assim, os problemas persistem.
Em outubro, o jornal publicou uma matéria sobre os esforços de ajuda em New Orleans em que informou que a cidade não tinha um hospital público. Um leitor imediatamente mandou um e-mail notando que a Universidade do Estado da Louisiana estava operando um hospital temporário na cidade, com 100 leitos. Somente depois de três semanas, a correção foi publicada. Em setembro, outra matéria afirmava que o Partido do Trabalho, do Reino Unido, estava no poder desde 1993. Um leitor escreveu para dizer que a data correta era 1997. A correção só foi publicada 41 dias depois.
São vários os exemplos de correções que levaram dias ou meses para serem publicadas, o que gera reações negativas dos leitores. Mensalmente, é enviada a cada seção do jornal uma análise estatística dos pedidos de correção aprovados e os pendentes. O editor Milton Coleman tenta explicar a demora. Segundo ele, a alta carga de trabalho, as mudanças organizacionais e a realocação temporária de jornalistas durante uma renovação na redação causaram ‘brechas grandes’ no processo de correção.