Na semana passada, o Washington Post recebeu um prêmio, mas que não será colocado ao lado dos Pulitzer, ironiza o ombudsman, Andrew Alexander, em sua coluna de domingo [20/12/09]. Isto porque foi o ‘Correction of the Year’, concedido à correção do ano pelo Regret the Error, site que rastreia erros e mea culpas da mídia.
A premiada foi publicada no começo do mês. ‘Um artigo do dia 26/11 disse incorretamente que a canção Public Enemy declarou o 11/9 uma piada. A música, no entanto, refere-se ao 911, telefone de emergência’. Akeya Dickson, jornalista que escreveu a matéria, foi severamente criticada na blogosfera quando a correção tornou-se viral. Ela foi acusada de não saber que a canção era sobre a demora no tempo de resposta dos telefonemas ao 911 nas comunidades negras. A música foi lançada mais de uma década antes dos ataques terroristas.
Na realidade, a repórter foi criticada injustamente. A matéria enviada por ela referia-se corretamente ao número 911, mas um revisor, que não conhecia a música, mudou para 9/11 (data em inglês para 11/9). Como a política do Post não determina que sejam divulgados os nomes de quem cometeu o erro nas correções, a repórter ficou com a culpa. Em seu blog, Alexander sugeriu mudanças nesta política.
O formato básico para correções em jornal permaneceu inalterado por séculos. Ao longo dos anos, as correções seguiram a mesma forma: uma explicação, tipicamente sóbria, publicada diariamente em um box. Mas, como o Post está buscando inovar no impresso e no online, deveria explorar novas ideias. Como sugestões, o ombudsman recomenda premiar leitores que reportarem erros; notificar leitores sobre as correções, em vez de fazê-los buscar por elas (via RSS); periodicamente publicar que tipos de erros apareceram no jornal e quem e o responsável; dentre outras.