Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A cobertura da tempestade deixou a desejar

Repórteres e editores do Washington Post esforçaram-se para cobrir a tempestade que atingiu Washington na semana passada e produziram matérias melhores a cada dia, comenta, em sua coluna [6/7/12], o ombudsman Patrick B. Pexton. No entanto, ele e os leitores concordam que a cobertura poderia ter sido melhor. “O Post é o principal jornal [da região] e deveria estar na liderança, divulgando informações inéditas. Mas, em vez disso, muito de sua cobertura foi uma reunião de informações de fontes oficiais”, escreveu um leitor.

A tempestade deixou mais de 10 mortos e milhões de pessoas sem luz. As matérias continham muitas declarações, mas pouco “lado humano”. Também não foram agressivas o suficiente e tinham pouca profundidade e criatividade. Faltou paixão para cobrir uma pauta que afetou a vida de tantas pessoas. Segundo o ombudsman, poucos repórteres estavam nas ruas, seja de carro ou a pé, usando seus sentidos para apurar notícias a partir de perspectivas diferentes. Não houve, por exemplo, uma única citação de um eletricista.

Fraquezas

Ainda assim, no geral, Pexton acredita que o jornal fez um bom trabalho – o mesmo ocorreu na cobertura da queda do serviço de emergência, o 911, na Virgínia do Norte. O repórter Marc Fisher fez uma boa matéria sobre as respostas inadequadas dos funcionários da empresa que fornece energia para a região, a Pepco. O jornalista Mike DeBonis também fez uma excelente matéria sobre os prós e contras de se colocar mais linhas de força subterrâneas. Já Joe Stephens e Mary Pat Flaherty escreveram sobre as falhas dos reguladores de serviços de utilidade ao consumidor.

A tempestade revelou fraquezas sistêmicas na infraestrutura da área de Washington – em eletricidade, telefonia, resposta policial e tecnologia da informação. Mas quase não houve cobertura de como empreendimentos, governos ou instalações militares foram afetados. Até o Post foi afetado. A chefe de TI, Shailesh Prakash, contou que o centro de dados do jornal, necessário para o site estar no ar, ficou sem energia por uma noite – imediatamente o gerador foi ligado, mas o sistema de resfriamento deu defeito e a temperatura subiu antes de ele poder ser consertado. Diversos servidores e sistemas caíram, deixando o site mais lento por horas. O sistema de login também foi afetado.