“Olá, leitores/internautas. Fortaleza foi tomada de ‘surpresa’ na última quarta-feira, 24, com a manchete do O POVO ‘Parque e entorno: Câmara aprova construção de ponte e avenida no Cocó’. Em duas votações esmagadoras, os vereadores da Cidade não só aprovaram o projeto que prevê um ponte sobre o rio Cocó, como uma via paisagística contornando o parque. Merecidamente, foi vendida como a pauta mais forte da edição. No mesmo relatório em que destaquei a decisão acertada, fiz algumas observações. Uma delas tem a ver com as aspas que coloquei na ‘surpresa’. Conforme mencionei na avaliação do dia, como um projeto que tem a ver com mobilidade urbana, Copa do Mundo, especulação imobiliária, meio ambiente e investimentos públicos, entre outros pontos, chegou ao legislativo municipal, no mês passado, cumpriu todos os rituais legislativos, foi discutido e aprovado em comissões da Casa e depois levado a plenário, para aprovação. Pergunta: onde estava a cobertura durante todo esse tempo?
A diferença que não aconteceu
A última matéria publicada pelo jornal sobre o projeto que prevê a ponte sobre o rio Cocó datava do dia 5 de abril. Portanto, há quase vinte dias. Todos foram pegos de susto, inclusive o próprio jornal, pela famigerada emenda ao projeto da ponte que estabelece uma via paisagística por dentro do parque. Esse é o ponto. E tem a ver, diretamente, com o que chamo de DNA do O POVO. Para muitos, somos a última trincheira, procurados sempre que todas as outras formas de decisão coletiva foram atropeladas. Em outras palavras, o acompanhamento da pauta pelos labirintos da Câmara Municipal poderia ter feito a diferença. Particularmente, na decisão que pode autorizar a construção de uma avenida rasgando uma das mais importantes reservas ecológicas do Brasil urbano. O parlamento é a esfinge moderna. A olho nu, é o lugar mais democrático de que a política dispõe. Mas, sem vigília, vira presa fácil de grupos, sempre abraçados, na retórica, a conceitos como sociedade, interesses coletivos e desenvolvimento. Longe dos olhos da imprensa e do grande público, porém, quase tudo isso vira abstração, onde o imediatismo passa a determinar as decisões.
Redação: tema não desembarcou ‘de repente’
O editor executivo do Núcleo de Conjuntura, jornalista Gualter George, enviou o seguinte comentário ao ombudsman: ‘A opção de manchete pelo tema naquela edição atendeu uma série de requisitos, como é normal acontecer nas discussões diárias que se tem dentro da Redação. O aspecto que prevaleceu no caso foi a factualidade, a força da informação relacionada à importante votação que a Câmara de Vereadores realizara no dia anterior. No meu entendimento, portanto, a despeito do que seu comentário aponta como problemas, há uma absoluta coerência na decisão. É verdade que a tramitação do projeto tem sido acompanhada com atenção pelo jornal. Fato, entendo, que mais justifica a opção de manchete, porque a insere dentro de um contexto em que o tema não desembarcou de repente no nosso noticiário’.
Ausências e edição
Segue o texto enviado pela editoria: ‘Aceito que há ausências e que algumas das boas sugestões apresentadas (um mapa da área, por exemplo) ajudariam a qualificar melhor o material, mas não considero que elas comprometam editorialmente a manchete. Longe disso, inclusive. O recurso da identificação dos votos dos vereadores, que deixamos de usar no primeiro dia, pode observar que esteve presente ao material sobre a etapa seguinte da votação. Apenas um exemplo de que o processo de edição, muitas vezes, continua tendo a ver com o espaço à disposição’.
FOMOS BEM
50 DIAS PARA A COPA DAS CONFEDERAÇÕES
Até aqui, é o melhor já publicado na imprensa cearense.
FOMOS MAL
NÁUTICO ATLÉTICO CEARENSE
Soubemos pela concorrência que clube deverá receber inovações.”