‘Este ombudsman entra em recesso por uma semana, mas esta pausa não impede que os telespectadores continuem enviando suas mensagens.
Elas voltam a ser lidas e analisadas a partir da próxima quarta-feira, dia 2 de setembro
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O mergulho de Cielo, 25 de agosto
Para muitos telespectadores do Roda Viva, principalmente os que são fiéis aos entrevistados e temas mais compenetrados da pauta tradicional do programa, deve ter sido surpreendente o fato de o nadador Cesar Cielo e seus entrevistadores terem passado mais de uma hora em animada conversa sobre centésimos de segundo, maiôs, braçadas e recordes do mundo da natação. ‘Como pode haver tanto assunto em torno de provas que duram menos de um minuto?’, deve ter sido a pergunta que passou pela cabeça de muitos desses telespectadores.
Se a pergunta passou, Cielo, 22 anos, os entrevistadores convidados (os ex-nadadores Gustavo Borges e Manoel dos Santos e os jornalistas Toninho Neves e Álvaro José) e o âncora Vladir Lemos se encarregaram de produzir, juntos, com o perdão pelos trocadilhos involuntários, o que pode ter sido o mais profundo mergulho da mídia brasileira no tema da natação olímpica, pelo menos desde quando Cielo se tornou um personagem importante da cena esportiva brasileira.
Foi tal o mergulho que ele pode ter provocado reações agudas, espantando logo no início alguns telespectadores menos flexíveis, mas também prendendo a atenção de outros até o final. Quem ficou sintonizado e não se horrorizou com o fato de um rapaz de 22 anos estar ocupando a prestigiada cadeira giratória do programa teve oportunidade de conhecer muito da vida milimétrica, exigente e exaustiva à qual Cielo se entrega com intensidade e determinação.
Uma circunstância, no entanto, dificultou um pouco a vida dos que acompanharam a entrevista até o final, principalmente nos momentos em que o Roda Viva pareceu uma reunião de nadadores à beira da piscina: Cielo é quase tão rápido e inalcançável na hora de falar quanto na hora de quebrar recordes.’