COPA
‘Dezenas de evangélicos distribuíram ontem aos torcedores cópias do trailer de um filme religioso estrelado por Kaká. O lançamento mundial será amanhã.
O filme tem o título ‘Kaká – -Este É o Ritmo do Meu Jogo’.
‘Eu creio que Deus tem um propósito pra vida de cada um de nós. E acredito que o meu é pelo esporte, pelo futebol, levar o nome de Jesus Cristo’, declara o jogador na capa do DVD distribuído ontem em Durban. O meia-atacante se casou na Igreja Renascer, em São Paulo.
No trailer, que está postado no YouTube, o jogador do Real Madrid, que também é produtor-executivo do filme, conta que ‘todos têm a necessidade de uma liderança, de saber aonde ir’.
Ontem, Kaká assistiu à partida da tribuna, ao lado de Elano. Cumpriu suspensão por ter sido expulso no domingo.’
Polícia detém equipe da TV Brasil
‘Uma equipe da TV Brasil foi detida pela polícia sul- -africana, na quarta-feira, após filmar um treinamento secreto do time português em Magaliesburgo. Os brasileiros ficaram detidos por duas horas e foram liberados. ‘Se isso for verdade, bem feito para eles’, disse Carlos Queiroz, treinador de Portugal.’
Jogo dramático bate recordes na TV e na internet
‘O jogo dos EUA contra a Argélia, na manhã da última quarta-feira, derrubou em mais de 30% o volume de transações na Bolsa de Nova York e quebrou recordes de audiência.
Segundo a ESPN, mais de 6 milhões de pessoas viram a partida pela TV, o maior índice para o futebol na história da emissora.
Na média, a audiência dos três primeiros jogos do país foi 68% maior do que no Mundial de 2006.
A ESPN e a Univision pagaram US$ 425 milhões para transmitir a Copa no país. Em 2002, o valor era de US$ 40 milhões.
Mais de 1 milhão de acessos registraram a maior audiência da história dos EUA para um evento esportivo na web.’
Marcos Augusto Gonçalves
Portugal veste o ‘fato-macaco’, e Galvão fica com o regulamento
‘Para eles, como comentou o cauteloso João Marcelino, no ‘Diário de Notícias’, o importante era ‘assegurar a qualificação, se possível com uma exibição ambiciosa’.
Já para nós, uma vez assegurada a qualificação, pesaria muito mais uma ‘exibição ambiciosa’.
Mas ela não veio. E, quando viu que não vinha, o Galvão Bueno passou a narrar, como ele diz, ‘com o regulamento embaixo do braço’.
‘Pode não ter sido a exibição dos sonhos’, ponderou, ao final, o inenarrável narrador. ‘Mas o resultado taí, primeiro do grupo’. Oba! Festa! Tinha esquecido! 😉
Já o diário ‘Record’, da terrinha, destacou no site a frase do técnico Carlos Queiroz, após o ‘nulo’: ‘O Brasil entrou forte, mas nós vestimos o fato-macaco’.
Ora, pois, nós também! Fato-macaco é o nosso ‘macacão’. Futebol burocrático, canarinho mecânico. :(‘
Justiça suspende anúncios com referências à seleção brasileira
‘A Justiça acatou pedidos da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e determinou que três empresas suspendam suas peças publicitárias com referências à seleção brasileira e à Copa do Mundo.
Os símbolos referentes ao time e ao evento só podem ser usados pelas empresas patrocinadoras da CBF ou da própria Copa.
A entidade notificou 30 empresas para que suspendessem em 24 horas a veiculação de propagandas com os símbolos .
Cinco marcas mantiveram os anúncios e estão sendo processadas. Até ontem, a CBF havia conseguido três decisões favoráveis contra a Caixa Econômica Federal, o PontoFrio e a Companhia Cacique de Café Solúvel, dona do Café Pelé. Em nota, a Caixa afirmou que não praticou irregularidade e recorreu da decisão. PontoFrio e Cacique não se manifestaram.’
INTERNET
‘A Turquia está reforçando o bloqueio imposto ao site de vídeos YouTube desde 2007 e aumentou o número de páginas proibidas, gerando revolta da população e da oposição.
Autoridades começaram a cercear o acesso à internet em 2007 para impedir a divulgação de vídeos tidos como ofensivos contra o fundador da República, Mustafa Kemal Atatürk (1881-1938).’
Mariana Barbosa
Marcas apostam na web para conquistar chineses
‘O número de chineses conectados à internet equivale a dois Brasis: são 384 milhões de ‘netcidadãos’, de acordo com a Associação Chinesa de Propaganda.
Apesar das barreiras impostas pelo governo, como os filtros ao Google, os chineses estão rapidamente se transformando em uma das nações mais conectadas.
‘A internet já é a principal mídia na China em audiência’, disse Belinda Wang, co-presidente do sohu.com, um dos portais mais populares da China, em palestra no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, na França.
A internet, segundo ela, preenche a necessidade dos chineses de se comunicar e ‘expressar seus pontos de vista’. As redes sociais contam com mais de 176 milhões de usuários ativos.
Mas é em busca de entretenimento que os chineses mais acessam a web: são 265 milhões de usuários de videogame. E 240 milhões de chineses vêm vídeos regularmente em sites como Youku, versão chinesa do YouTube.
‘Com criatividade e por meio de redes sociais é possível capturar as mentes e os corações dos chineses e produzir resultados fantásticos para o negócio’, disse em Cannes WeiDong Yang, responsável pelo marketing da Nokia na China.
Marca líder na China, a Nokia gasta 25% de sua verba com publicidade nos meios digitais, proporção maior do que a fatia da mídia digital no total do bolo publicitário do país (menos de 3% de uma verba de US$ 120 bilhões).
No ano passado, a Nokia patrocinou o maior festival de música on-line em tempo real da história.
Em outra ação, a Nokia contratou um mágico jovem, Liu Qian, que se tornou celebridade ao vencer um show de talentos na televisão.
No site da campanha, Qian fazia aparecer e desaparecer os aparelhos em passes impressionantes de mágica.
O sucesso foi tal que a empresa levou o garoto a lojas para demonstrações. Resultado: 26 milhões de pageviews no site da campanha.
Mas nem só de interação com marcas vivem as comunidades digitais chinesas. Em março, um mendigo, apelidado de Brother Sharp ou Príncipe Mendigo, foi alçado a celebridade.
Clicado por fotógrafos de moda por seu look fashion, Brother Sharp se espalhou nas redes sociais.
Os chineses lançaram um movimento para que ele reencontrasse sua família, com a qual havia perdido contato há sete anos. Em menos de uma semana, ele voltou para casa.’
Jovens veem vídeos na TV e pela internet
‘Os jovens brasileiros usam tanto a televisão quanto a internet para assistir a vídeos. Segundo pesquisa da consultoria Deloitte, 56% deles assistem a vídeos na TV e 54% assistem pela web.
O estudo ouviu 9.000 pessoas em cinco países.
Cerca de 87% dos jovens brasileiros disse que assistiria a mais vídeos pela internet se a conexão fosse melhor. Porcentagem similar, 88%, gostaria de poder conectar a TV à internet para baixar vídeos e outros conteúdos.’
Alec Duarte
Estudo sobre jovens e web é pretexto para vender lições
‘Entra best-seller, sai best-seller, Don Tapscott continua a escrever para um público que ainda se surpreende com o que a internet fez por nós e também com tudo aquilo que podemos fazer com ela.
Foi assim em ‘Wikinomics’, talvez o maior sucesso do canadense, palestrante disputado e consultor na área de novas mídias -a obra chegou a 22 países.
É assim em ‘A Hora da Geração Digital – Como os Jovens Que Cresceram Utilizando a Internet Estão Mudando Tudo, das Empresas ao Governo’.
Originalmente lançado em 2008, o livro é desnecessário: é um pretexto para vender as ideias (e o negócio) de Tapscott, um persistente candidato a guru tecnológico que jamais abandona o tom de autoajuda em seus escritos.
Bem por isso, a obra se dedica a dar conselhos de toda sorte. De métodos para ter uma mente aguçada a dicas para gestores, empreendedores, pais e até governantes.
Desta vez, pelo menos, há trabalho duro por trás: o livro é resultado de uma pesquisa que custou US$ 4 milhões e ouviu mais de 10 mil jovens sobre seu comportamento na internet.
Claro, é tudo muito americano (defeito menos grave do que os quase dois anos que separam o levantamento da chegada ao público brasileiro, uma eternidade em se tratando da web).
Porém o canadense discorre, sempre com a segunda intenção de vender algum tipo de solução fácil (ele é dono da empresa que coordenou a pesquisa), sobre assuntos que outros autores já abordaram de forma definitiva.
REFERÊNCIAS
Como o engajamento político, por exemplo, dissecado em cada palmo pelo sociólogo espanhol Manuel Castells no brilhante tratado ‘Communication Power’ (O Poder da Comunicação, Oxford University Press, 2009).
Ou a força da mobilização e da vigilância do público pela internet (e também a produção colaborativa de conteúdo), objeto de estudo de Clay Shirky, professor da Universidade de Nova York, no indispensável ‘Here Comes Everybody’ (Aí Vem Todo Mundo, Penguin, 2008).
Assim como a inevitável convergência de mídias e produtos, uma necessidade dos tempos da conexão integral, que Henry Jenkins analisa com primor em ‘A Cultura da Convergência’ (Aleph, 2008) -única das três obras citadas que possui tradução para o português.
O novo livro de Tapscott tem, no entanto, o mérito de tentar resumir todos esses assuntos, fundamentais para se compreenderem as mudanças pelas quais o mundo está passando.
Analisar esse contexto de transformação tendo como ponto de partida a geração que já nasceu digital acaba sendo, de fato, uma boa ideia. Mas sem pensar em usá-la para ensinar lições de como proceder diante da avalanche da tecnologia.
A HORA DA GERAÇÃO DIGITAL
Autor Don Tapscott
TRADUÇÃO Marcello Lino
EDITORA Agir
QUANTO R$ 69,90 (448 págs.)’
TELEVISÃO
‘True Blood’ satiriza guerra cultural nos EUA de hoje
‘‘True Blood’, cuja terceira temporada estreia amanhã na HBO, propõe um dos universos mais bizarros atualmente no ar.
Nele, os vampiros ‘saíram do caixão’ e vivem abertamente entre os humanos.
Isso aconteceu desde que cientistas japoneses desenvolveram um sangue sintético -o tal do ‘sangue verdadeiro’, que dá nome ao programa- vendido engarrafado nas boas casas do ramo.
Por isso, os vampiros não precisam mais matar para sobreviver -o que não significa que não matem.
Baseado na série de livros ‘The Southern Vampire Mysteries’, de Charlaine Harris, ‘True Blood’ guarda semelhanças com ‘Crepúsculo’, de Stephenie Meyers.
Mas em ‘Crepúsculo’ praticamente não há sexo. ‘True Blood’, por outro lado, é praticamente uma bacanal.
Os vampiros são imortais, mas guardam hábitos e vaidades do tempo de humanos.
Fazem luzes no cabelo, contratam prostitutas, elaboram pratos refinados com o sangue de suas vítimas.
Nada disso assusta a garçonete Sookie (Anna Paquin, Oscar de coadjuvante por ‘O Piano’), que se envolve com Bill, um vampiro cavalheiresco, mas não resiste a um flerte com Eric, mais forte e mais ‘antigo’.
ALEGORIAS
A terceira temporada começa de supetão, exatamente onde a segunda parou.
No primeiro episódio descobrimos que Bill foi sequestrado por viciados em V, o sangue de vampiro pulverizado que provoca o maior barato nos humanos.
V -uma alusão a E, de ecstasy- é uma das muitas alegorias da série. A mais óbvia é a correlação entre a luta dos vampiros por uma aceitação pelos humanos e o movimento gay da vida real.
‘True Blood’ é uma sátira de humor negro à ‘guerra cultural’ atualmente em curso nos EUA, que opõe os liberais aos conservadores religiosos. A série não esconde sua simpatia pelos primeiros nem perde oportunidade de humilhar os segundos.
Para um não iniciado, pode ser difícil começar a acompanhar agora. Aos inúmeros personagens juntam-se outros, como o elegante lobisomem Alcide ou o afetado rei dos vampiros do Mississippi.
Há também flashbacks que revelam que os vampiros lutaram contra os lobisomens e ao lado dos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Mas talvez nenhuma trama seja tão interessante quanto a de Jessica, a adolescente vampirizada à revelia que está aprendendo a conciliar namoro e outras preocupações da idade com sua nova condição de morta-viva.
‘True Blood’ demorou para engrenar, mas os produtores encontraram o equilíbrio entre sustos, risadas e provocações políticas. É a série mais assustadora e divertida dos últimos tempos.
NA TV
True Blood
Estreia da terceira temporada
QUANDO amanhã, às 22h, na HBO
CLASSIFICAÇÃO não informada’
ELEIÇÃO
Tempo de TV e eleições
‘A formação das coligações partidárias no Brasil para as eleições presidenciais é muito mais um processo de conquista de tempo de TV que de agregação política. Dias atrás, até o uso de tempo de TV do Senado foi motivo de atritos. Na verdade, uma questão inócua.
Realmente, o tempo de TV no auge do marketing político, até dez anos atrás, era um fator diferenciador pelo impacto que produzia. Vide os EUA, onde o tempo de comerciais na TV é comprado e, portanto, ilimitado. Os pontos eram o conteúdo e o efeito que produzia sobre o eleitor.
No Brasil, onde o tempo de TV é proporcional à quantidade de deputados federais, alguns partidos têm mais tempo que outros. E isso acirra a disputa por esse tempo.
Com as restrições dadas pelo regime militar, a introdução de tecnologia eleitoral na TV atrasou mais de 20 anos. A abertura do dique trouxe, ao mesmo tempo, essa tecnologia desenvolvida nos EUA e uma enorme atratividade para o eleitor. O tempo de TV ganhou importância, e vitórias eleitorais eram atribuídas aos publicitários (chamados marqueteiros), que passaram a ser estrelas nas eleições.
Mas a continuidade do uso da TV em propagandas partidárias e eleitorais foi acostumando o eleitor, e o desgaste progressivo dos políticos pós-democratização foi gerando desinteresse e menor impacto.
Nos últimos cinco anos, esse menor impacto dos comerciais políticos passou a ser percebido e analisado. Na eleição de 2008 nos EUA, este foi um fato comprovado, a ponto de a vitória de Obama receber um exagerado destaque pelo uso de redes na internet.
Com a minimização da emoção pela TV, surgem psicólogos sociais que oferecem técnicas de emocionalizar a comunicação política, com ou sem TV. No Brasil, o menor impacto da TV a partir da eleição de 2006 ficou claro para os analistas atentos. Claro que os publicitários continuaram a insistir que depende da técnica e que não é bem assim. Afinal, é um mercado generoso. O uso da TV em campanhas passa a ser muito mais um elemento de informação geral que de mobilização. E, nesse sentido, a técnica continua importante. Claro que a técnica exclui os que não usam a definição de imagem adequada e os que comunicam de forma simplória.
No Brasil, um tempo de TV para presidente abaixo de dois minutos elimina o candidato por falta de exposição e informação. Acima de cinco minutos é inócuo e não agrega quase nada, mas pode servir para não dar fôlego aos menores.
Nos comerciais, melhor ainda para quem tem mais, pois elimina os com pouco tempo, por um ou dois dias por semana. No programa, a vantagem é zero: todos os demais juntos terão sempre muito mais tempo para distrair o eleitor.’
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