‘Na coluna da semana passada, trouxe à discussão um problema originário de uma matéria publicada na edição de 25/06 sobre a performance cearense na VI Olimpíada Brasileira de Informática. O título, a foto e o texto induziam o leitor ao entendimento, conforme conclui, de que os alunos da Organização Educacional Farias Brito tinham obtido os melhores resultados locais na disputa, excluindo-se o nível universitário. O Colégio Batista, logo após a publicação da tal matéria, procurou-me, através do coordenador do Pré-vestibular, Ademar Celidônio, para reclamar da omissão dos nomes dos seus alunos igualmente agraciados com medalhas de ouro na mesma disputa. Segundo ele, ainda, no cômputo geral com resultados até superiores ao concorrente. Tratei o assunto com a Redação, informei que o traria à coluna, soube, e anunciei, que uma nova pauta estaria sendo cumprida, imaginando que o assunto estava esclarecido, portanto, encerrado.
Quantos bons alunos fazem uma escola
Segunda-feira, no entanto, recebi uma comissão de professores do Farias Brito (FB), à frente o diretor de Ensino, Genuíno Francisco de Sales, com uma série de observações a fazer. Sobre a matéria, sobre a polêmica e sobre a coluna. Uma nota oficial me foi entregue em mãos, na qual se faz três observações fundamentais acerca do assunto. Primeiro, o colégio reforça que o feito dos alunos citados no texto editorial merece destaque porque eles – Cesário Bruno de Barros Martins e Filipe Alves Tomé – ‘obtiveram as melhores pontuações do Brasil nas categorias de que participaram’. Teria sido, portanto, mais do que simplesmente conquistas de medalha de ouro. Segundo, ressalta que a Olimpíada é composta de duas categorias, Iniciação e Programação, sendo que o FB obteve ouro em ambas, enquanto o Batista apenas na segunda. Finalmente, a nota reforça que no quadro geral de medalhas obtidas por estudantes cearenses, 42, o Farias Brito ficou com 31, o Batista com nove e o 7 de Setembro, duas. Portanto, sua performance foi realmente a melhor entre cearenses e, inclusive, motivo de página de publicidade no mesmo domingo em que o assunto era abordado na coluna – ver fac-símile ao lado.
Na foto tem que caber todo mundo
Voltei à Redação, onde o editor interino do Núcleo de Cotidiano, Carlos Ely, também diretor de Redação, informou que a nova matéria antes prometida já tinha sido concluída. Estaria havendo problemas, àquela altura, em relação à foto, já que o jornal pretendia que todos os cearenses medalhados, em todas as categorias e de todas as instituições, estivessem presentes. Uma boa iniciativa, aliás. Certo é que até a última sexta-feira tal matéria não havia sido publicada, o que espero que aconteça o mais rápido, para que a confusão estabelecida seja desfeita. Ou, pelo menos, minimizada. A situação apenas demonstra o estrago que pode causar uma matéria que não consiga apresentar o seu conteúdo de maneira clara. Naturalmente, existem os ingredientes da competição ampliando os problemas ali detectados, mas, de qualquer maneira, houvesse mais cuidado na abordagem, um esforço maior para ir atrás de outras fontes, tratamento diferente no título e foto, sobraria menos razão de um e outro lado para tanta dúvida e insatisfação.
Uma resposta ao senhor Salim
Salim Bayde Neto é daquele tipo de leitor que não precisa de rodeios para colocar em questão a maneira como pensa as coisas. Assim é que, à queima-roupa, durante contato telefônico na semana passada, indagou-me: ‘o senhor não acha que é muito prolixo na sua coluna?’ Fica difícil imaginar como um órgão de comunicação moderno pode considerar possível não dispor de um canal que dê acesso a ‘clientes’ do tipo, permitindo que extravase suas opiniões quanto ao produto que lhe é dado a consumir. Travamos, nós dois, diálogo de aproximadamente uma hora, tempo que me serviu para explicar-lhe, ou tentar, as razões de optar pela seleção criteriosa de assuntos e por trazer o menor número possível deles à coluna. A ele, possibilitou, também, reforçar críticas quanto a outros aspectos do que O Povo publica, apesar de sempre demonstrando que o foco do seu interesse é o melhor para o jornal. A demanda é muito grande e a maior parte dos problemas apontados exige soluções cujos resultados apareçam na melhoria do noticiário, na melhor qualificação de um ou outro serviço que a empresa preste, na correção de rumos em relação a algum defeito eventualmente detectado, enfim, não torna indispensável a vinda ao debate externo para gerar conseqüência. Esta coluna serve à reflexão, não tem um perfil informativo. É assim que a penso, o que justifica a manutenção do estilo adotado desde a posse, apesar das observações que de quando em vez surgem na mesma linha, embora sem igual objetividade, da apresentada pelo senhor Salim.’