Na semana passada, o New York Times lançou o sistema de assinaturas pagas para acesso ao seu conteúdo digital. Foi um passo importante dado pela redação em direção à integração das operações online e impressa, comenta, em sua coluna [2/4/11], o ombudsman Arthur S. Brisbane. Seria, defende ele, um bom momento para que o jornal divulgasse suas políticas de jornalismo em um formato de fácil busca e em uma localização visível em seu site, de modo que os leitores possam acompanhar mais claramente o processo operacional.
As pessoas usam a rede para satisfazer suas necessidades de informação – inclusive as sobre o NYTimes. Por isso, o jornal deveria ser pioneiro em criar um portal amigável para suas políticas sobre ética, estilo, blogs, fontes anônimas, redes sociais e outros temas importantes para leitores e jornalistas. Talvez um bom lugar seria no lado esquerdo do menu. Atualmente, encontrá-las é algo complicado. Algumas estão disponíveis na página do ombudsman. Outras, no site da Sociedade de Editores de Jornais dos EUA, grupo que posta as políticas de muitos jornais. Há algumas no site corporativo do diário. Nenhum dado é facilmente encontrável e não há nada nas redes sociais.
O escândalo provocado pelas matérias falsas do então repórter Jayson Blair, em 2003, gerou um esforço intenso para codificar e fortalecer os padrões de qualidade do jornal. No conjunto, as regras e políticas são substanciais. A ideia do portal foi apresentada por Brisbane ao editor de padrões, Philip B. Corbett, e ele lembrou dos esforços da organização de ‘ser mais aberta e transparente’ com os leitores. No entanto, fez uma ressalva: tal projeto custaria dinheiro e tempo. Algumas normas são dinâmicas e requerem constante atualização. Outras, como as de redes sociais, não são necessariamente normas, mas uma instrução ampla de uso. Um portal implicaria monitoramento e atualização constantes. Os custos seriam substanciais, embora não comparados aos milhões de dólares investidos na construção e no lançamento do sistema pago.