Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Mara Gama

‘Muito boa a iniciativa do UOL de fazer uma entrevista com Protógenes Queiroz, o delegado da Polícia Federal que esteve por um ano e meio à frente da Operação Satiagraha, responsável pela investigação da rede de corrupção e lavagem de dinheiro que conseguiu levar à condenação na Justiça o ex-banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity.

Protógenes é investigado pela Polícia Federal por suposto abuso nas investigações e vazamento de informações para a imprensa durante o desfecho da operação, e foi indiciado. Um novo depoimento do delegado está marcado para 1º de abril.

Na entrevista ao UOL, Protógenes reiterou que as gravações feitas pela investigação estavam dentro da lei. Negou que tenha grampeado FHC, Serra e Dilma Roussef, afirmações que fazem parte de uma reportagem da revista ‘Veja’ de 10 de março. Protógenes diz que a reportagem é uma montagem destinada a prorrogar a CPI dos Grampos e a criar um fato público para o seu indiciamento.

O UOL abriu um Grupo de Discussão para captar perguntas dos internautas e utilizou parte delas na entrevista. Foram 840 mensagens com perguntas ou comentários.

Durante a transmissão ao vivo, flashes com frases mais importantes do delegado foram postados numa janela ao lado do vídeo, em uma boa solução de navegação.

Após a transmissão, trechos do vídeo editados foram colocados num outro layout, de fácil manuseio, com sequenciamento automático das partes e sinalização de cada item. O texto apresentou destaques para frases do delegado entre aspas.

Também pareceu bem-sucedida a criação de um outro Grupo de Discussão, para a repercussão da entrevista.

Das 11h56 as 19h31, o grupo recebeu 852 comentários.

A maior parte dos comentários é de apoio à pessoa do delegado e sua coragem à frente das investigações.

Assim escreveu o leitor Paulo Guedes: ‘Protógenes é um exemplo de cidadão e servidor público honesto e honrado. Fico esperançoso quando constato que ainda existem pessoas sérias neste País. Parabéns Protógenes, você já entrou para a História do Brasil.’

E o leitor JFR: ‘Vamos todos acompanhar Protógenes no dia 01/04. Vamos até Brasília e mostrar que todos os brasileiros estão com ele. vamos desmascarar esses bandidos travestidos em investigadores. Depois que retiraram da polícia o poder de investigar e o distribuíram para o MP, Câmara, Senado etc. o que acontece é isso. Uma balbúrdia e demonstrações de incompetência e banditismos.’

Poucas vozes dissonantes, como a do internauta Hildengard: ‘Como bem sabemos a Polícia Federal tem um histórico de escândalos, quase que diários. A mídia mostra pouco, mas policiais se envolvem em ilícitos a cada dia neste país. Com a Polícia Federal foi o braço direito da ditadura, tá na hora de sofrer um controle externo com a finalidade de acabarmos com a bisbilhotagem pública e criminosa, prática esta característica desde o DOPS até agora, como vimos. A justiça ganhou um conselho para livrá-la das nulidades. Esta é a vez da PF, a fim de conduzir a instituição para caminhos sérios e legais, trazê-la para o lado de cidadãos e não de políticos partidários. Se condenado, temos que nos livrar dos ‘Protógenes’ da vida.’

Em toda a cobertura, dois aspectos me pareceram muito problemáticos. Em primeiro lugar, a entrevista começa com uma abordagem maniqueísta e apelativa: ‘Herói ou vilão?’, pergunta o jornalista Diogo Pinheiro antes de apresentar o entrevistado. Em alguns momentos, a vida pessoal do entrevistado é o centro das atenções.

Outra derrapada, além da frase inicial, foi a enquete criada, que lembra o formato das enquetes sobre programas como o BBB. O caso é que o BBB é um jogo e o ‘futuro’ dos integrantes é a base do suspense daquele tipo de entretenimento.

‘Opine sobre o futuro do delegado Protógenes Queiroz. O delegado deveria…’ é o enunciado. As alternativas: ser investigado por seus métodos; investigar mais casos de corrupção; ser preso; voltar ao comando da Satiagraha; ser condecorado.

Acho que o UOL deveria evitar este tipo de viés apelativo. Para valorizar a entrevista não é necessário romantizar o personagem. O expediente não serve ao esclarecimento.

Afinal, o que importa é que as investigações prossigam, que os crimes apontados pela operação Satiagraha sejam esclarecidos e seus responsáveis punidos. Se a investigação teve desvios, isso deve ser esclarecido, sem prejuízo do objetivo de desmembrar o esquema de corrupção.

O ‘final’ do delegado não deve ser encarado como o desfecho de um romance.

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O presente da internet (18/3/09)

O leitor João mandou um comentário sobre a leitura de títulos em impressos e na internet, dando como exemplo chamadas problemáticas do UOL. João trata de um assunto muito importante para o meio. Como tratar devidamente o tempo presente e os acontecimentos em curso, em movimento? Enviei para reflexão da Redação. Agradeço a colaboração e divido com o público do blog a mensagem do internauta.

‘Manchetes em jornais impressos podem ter textos como ‘‘Presidente se contradiz novamente’’, ou ‘‘Situação na Bolívia piora’’, pois como são publicados apenas uma vez por dia é muito fácil para o leitor assimilar que a situação piorou ou o presidente se contradisse apenas uma vez desde que o jornal anterior foi impresso.

Em um portal de internet isso é impossível. A cada vez que o leitor se deparar com algo como ‘‘se contradiz novamente’’, pode ser levado a acreditar que, desde a última vez que visitou a página (na qual já havia visto a mesma notícia), o presidente se contradisse ainda uma outra vez.

É claro que qualquer pessoa minimamente inteligente em poucos instantes se dá conta que a notícia é a mesma que já fora vista, mas só após passar por um momento de confusão. Creio que o objetivo do UOL seja criar um serviço de alta qualidade e uma navegabilidade que apenas facilite para o usuário, o que torna esse momento de confusão absolutamente inapropriado, ainda mais tendo-se em vista a velocidade e a rapidez que se espera da informação e da navegabilidade na internet.

Tendo-se tudo isso em vista, confesso que a manchete ‘‘Piora o quadro de saúde do deputado Clodovil’’, no UOL notícias, já me fez, em vários momentos do meu dia, passar pelo momento de confusão que citei acima.

Gostaria de citar que o próprio UOL, em sua home, conseguiu desfazer a confusão citando a parada cardiaca de 5 minutos do deputado, o que claramente estabelece a manchete no tempo, torna-a mais informativa e, principalmente, impede que o leitor desavisado creia que, desde a última vez que acessou o portal, o quadro de saúde do deputado tenha piorado novamente.’

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Tamanho das letras (17/3/09)

Das 470 mensagens recebidas de internautas pela home page do UOL no mês de fevereiro pelo botão comunicar erro, 60 eram queixas sobre o tamanho das letras da página, 12% do total.

Estes internautas que escreveram ao UOL apontando o erro viram a página desorganizada, com letras pequenas demais ou grandes demais de uma hora para outra.

A reclamação não é nova.

Desde que foi inserido o botão para comunicação de erros no home page do UOL, em novembro de 2007, há mensagens deste tipo pedindo ajuda para resolver o problema.

Segundo as áreas técnicas do UOL, o problema está na configuração do browser do internauta e não na codificação da página.

Em dezembro de 2007, o UOL Tecnologia preparou um tutorial – textos e animações explicativas – para que o internauta possa detectar a origem do problema e solucionar em seu próprio computador.

O SAC colocou item sobre o assunto em sua página e orienta os internautas que entram em contato com o serviço com as dicas extraídas do tutorial.

Como a home page do UOL já passou por algumas mudanças no decorrer do período e o uso dos browsers mudou de lá para cá – com o crescimento do uso do Firefox, o lançamento de outras versões do Explorer – já sugeri a Redação em três oportunidades que revise o tutorial, que é baseado no Explorer 6.0.

Enquanto não fica pronta a nova versão – necessária para auxiliar os internautas a visualizarem bem o conteúdo do UOL – segue o link da versão atual. Comentários e mais informações sobre o assunto são bem-vindos.

Enigma no título

O leitor Isaias ficou intrigado com o título de um dos textos da coluna ‘Notas Perfumadas’, que o UOL publica em sua área de Estilo: ‘Fragrância de independente funde-se à pele e brilha silenciosamente’.

‘O que isso quer dizer exatamente’ perguntou. Realmente, não dá para saber lendo apenas o título. ‘Notas Perfumadas’ é uma coluna bem específica, sobre perfumes, e seu autor escreve textos repletos de metáforas na tentativa de conduzir o leitor a imaginar aromas. Suas metáforas são bastante originais, o que é uma das graças da coluna.

Ao destacar esta coluna com chamada, a Redação deveria ter tido cuidado de traduzir o tema para um público mais amplo.

Em tempo: o título hermético acima citado trata de um perfume que, feito por um perfumista independente (das grandes maisons de moda), tem suavidade (brilha silenciosamente) e não dura tempo demais (funde-se à pele).

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Ao leitor, a fonte (16/3/09)

O leitor Nicolau escreveu para a ombudsman para criticar que foi levado a um blog que não aprecia por uma chamada na home page do UOL que não identifica a fonte do material chamado. ‘Quando clicamos, caímos nesta armadilha’, disse Nicolau.

Como os blogs trazem, muitas vezes, opiniões junto às notícias, considero pertinente a crítica do leitor.

O material de blogs, quando destacado na home page e nas páginas de abertura das estações e fora de áreas destinadas exclusivamente a eles, deveria ter tratamento diferenciado, para efeito de clareza.

Uma sinalização possível seria através de ícone específico, a ser colocado ao lado do título, para mostrar de onde vem o conteúdo.’