Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mario Vitor Santos

‘Reflexões de um novo ano a respeito do futuro do jornalismo num ambiente de mudanças muito rápidas. Com as mudanças econômicas e tecnológicas, jornalistas são forçados a atuar de forma cada vez mais dispersa, autônoma e solitária. Sua cultura ética e profissional, que já não era tão sólida, desagrega-se. A comunicação se diversifica, agrega novas ferramentas e a cultura muda. A grande questão é para onde vai a publicidade nesse novo ambiente de hábitos em transformação. Os anunciantes, supõe-se, devem ir para onde for a audiência. Mas não automaticamente, nem para qualquer audiência. As empresas e suas marcas vão atrás da credibilidade e de negócios. Querem conquistar e vender. Num país desigual e pobre, como o Brasil, procuram os públicos de maior poder aquisitivo.


Credibililidade é obtida com abandono das ilusões e das mentiras, ou seja, com acesso a graus sempre mais profundos de (aparência, ao menos) verdade. Credibilidade se conquista expondo a crueza dos fatos, desde que esse mergulho na verdade seja acompanhado de interpretações e explicações relevantes que ampliem o grau de realidade das notícias. Contraditoriamente, nem sempre os anunciantes se dispõem a patrocinar graus muito profundos de realidade. Se lhes for dado optar, preferem freqüentar ambientes carregados de otimismo, sucesso e mensagens positivas.


Assim, a credibilidade almejada pelos produtos publicitários deve ser obtida, em algum grau, à revelia das inclinações mais imediatas dos próprios anunciantes, que também não podem ser vistos como um bloco. As iniciativas jornalísticas que se transferem à internet, porém, buscam avidamente conquistar para si as verbas da mídia tradicional. Seus argumentos são a força da audiência já existente (mostram que os quatro maiores portais brasileiros somados só perdem para a audiência das TVs, hoje, embora atraiam apenas 3% o bolo publicitário). Afirmam que os anunciantes são lentos em reconhecer. Para forçar essa transferência das verbas, a nova mídia, tácita ou abertamente, oferece, dentre outras coisas, uma aproximação maior, mais flexível, mais amistosa, entre negócios (vendas) e notícias. Como todos sabem, internet é atividade dispendiosa, que exige investimentos crescentes em expansão e atualização.


A ansiedade dos veículos de internet pelas vendas oriundas de anúncios e dos negócios permitidos pelos links tende a ameaçar a necessária separação entre ‘igreja’ e ‘Estado’, típica da República democrática laica. No jornalismo, revelar a verdade implica muitas vezes contrariar interesses privados ou políticos. Bem ou mal, os jornais haviam aprendido a controlar o conflito entre esses interesses. No novo ambiente jornalístico da internet, eles agora tendem a se dar de maneira nova, sofrendo novas ameaças, expondo-se a ser usado como valores na barganha. O jornalismo deve servir principalmente aos leitores. Para isso deve ser o mais possível neutro, distanciado e imparcial, ou seja, imune às influências dos interesses de anunciantes, governos, partidos, e outros grupos. Nesta paisagem mutante, os novos atores têm revelado mais dinamismo e criatividade. Os jornais não descobriram novas formas de apresentar e vender publicidade. A internet, sim. Uma possível solução para blindar o jornalismo da avidez da internet pelos negócios pode estar na invenção de formas de vendas mais inovadoras e eficientes. Aí essa mídia tem uma chance de caminhar com as duas pernas.


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Papel da edição (20/12/2007)


A respeito do roubo no Masp, a edição das chamadas na capa do iG, com fotos acompanhando cada título, revela um esforço especial. Falta, porém, algo que faça uma ligação entre os títulos, que indique que todos os títulos do lado direito da área noticiosa da capa estão conectados ao mesmo tema, que é também o da manchete. Resolver esse problema deixaria o esforço editorial do iG mais claro para o internauta. É importante mostrar quando a rotina é rompida.


Lista de pedidos


Falta muita coisa para que o iG esteja à altura do que é necessário para o salto das comunicações destes tempos e dos próximos tempos. Será, antes de tudo, um desafio ético, de qualidade e de criatividade. Com base nas cobranças dos internautas, dos colaboradores deste blog e do ombudsman, aí vai uma lista inicial dos desafios para o iG.


O que falta:


1) Falta ouvir todos os lados, sempre


2) Falta cumprir o Manual do Último Segundo


3) Falta uma nova edição, atualizada e muito mais abrangente, do Manual


4) Faltam editoriais (artigos que revelem a opinião do iG sobre temas relevantes)


5) Falta não colocar nada no ar que não seja aprovado por alguém do iG, ou seja, falta assumir a propriedade do conteúdo que o portal veicula


6) Falta um dicionário grátis de português na capa do iG


7) Falta que a capa carregue mais rápido


8) Falta a previsão do tempo na página inicial do iG (hoje ela só existe na do Último Segundo)


9) Falta um atendimento ao cliente eficiente e mais amigável


10) Faltam rapidez e simplicidade no cancelamento de assinaturas


11) Falta uma área de inovação, de experimentação


12) Falta ser realmente multimídia


13) Falta uma equipe de produção de infográficos à altura, com produção constante de artes e tabelas. A informação tem que ser mais visual


14) Falta mais Edição (com E maiúsculo), ou seja, seleção, hierarquização e orientação das informações


15) Falta ouvir o internauta


16) Falta ser o local de interação entre as comunidades sociais virtuais, blogs, grupos de interesse


17) Falta eliminar conteúdo irrelevante, a começar pelo que tem tanto destaque na capa


18) Falta assumir suas responsabilidades como agente central da comunicação no espaço público, com todos os valores e compromissos que isso implica. O país que está sendo construído agora, o país do futuro, depende das ações de agora


19) Falta estar preparado para todas as plataformas multimídia, como a 3G


20) Falta concluir a reformulação do design e oferecer ferramentas de interatividade realmente funcionais para que o internauta seja o agente da comunicação.


21) Falta acreditar na qualidade e pensar a longo prazo, mas com valores éticos desde já


22) Falta dar um verdadeiro sentido ao chamado conteúdo ‘adulto’


23) Especificamente, falta ainda inovar na cobertura dos Jogos Olímpicos e das eleições municipais no Brasil e presidenciais nos Estados Unidos


24) Falta não se deixar manipular por quem tem poder, fama e dinheiro, inclusive, ou prioritariamente, por quem exerce autoridade governamental e policial


25) Falta ligar-se às necessidades de quem é excluído ou oprimido, por razões culturais, etárias, econômicas, sexuais e políticas


26) Falta dar espaço e investir em Arte e Cultura


27) Falta publicar mais correções, mais rápida e explicitamente


E para você, leitor: o que falta?


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Ágio, ágil (19/12/07)


O erro acima (ágil, em lugar de ágio, publicado hoje na capa do iG) foi apontado pelo atento Gunther Furtado, do Paraná. É claro que qualquer erro de português deve ser evitado, especialmente os mais chatos, como esse, mas eles acontecem todos os dias, e surgem até dos melhores redatores. Contra erros, só há uma coisa a fazer: esforço permanente, estudar, ler boa literatura. Trabalho coletivo também ajuda muito: nunca publique algo sem que outra pessoa tenha lido antes. Especialmente na capa de um grande portal, como o iG.


Um bom passo na maratona


A menos de um mês da primeira eleição primária nos Estados Unidos (em que os estados escolhem o representante de seus partidos nas eleições), o iG lança um hotsite especial.


Diferentemente do que aconteceu em outras ocasiões, esse é um hotsite de verdade, e não uma página do chamado Tempo Real (uma espécie de blog, usado na narração ‘ao vivo’ de eventos em geral transmitidos pela TV como a cobertura do acidente aéreo da TAM, o acompanhamento de jogos de futebol e de votações importantes no Parlamento, por exemplo) com vários links. O formato da página é a mesma dos outros canais do Último Segundo. Entretanto, houve um cuidado especial na escolha das cores. Todo o site é feito em azul, vermelho e branco, cores da bandeira norte-americana.


A imagem da parte de cima da página, com a chamada ‘Eleições nos EUA 2008’ impressiona, assim como a chamada da foto, que remete para um infográfico.


No total, há espaço para nove destaques, incluindo os quatro com foto, vídeo e uma galeria de imagens, que ainda está pequena, com apenas quatro fotos.


É bom notar que entre as notícias em destaque ontem só havia textos produzidos pelos próprios jornalistas do Último Segundo ou pelos correspondentes do IG Caio Blinder e Nahum Sirotsky, em Nova York e Israel, respectivamente. Dessa vez, o iG não ficou esperando reportagens de parceiros para ter conteúdo de qualidade.


Na parte superior, há três links. Um direto para a página do New York Times, no iG, outro para o perfil dos candidatos. Neste perfil, há a biografia e principais ações de cada um dos candidatos, o que ajuda a suprir um déficit do Infográfico (a falta de mais informações sobre o candidato, que será tratada mais abaixo) e uma área de Pesquisas, onde, aparentemente, será publicada a mais recente notícia com as pesquisas de opinião. A de agora mostra que Hillary cai em New Hampshire.


O Infográfico é um capítulo à parte. Houve escolha competente de imagens. A explicação de como acontecem as eleições é feita por meio de vídeo, também de boa qualidade de imagem e som. A perfeita sincronia mostra os estados e números à medida que a apresentadora dá a explicação.


Na seção Candidatos há um problema. A página mostra os candidatos dos dois partidos, lado a lado. Nome, idade e cargo. Mas isso não diz muita coisa. Seria interessante adicionar informações relevantes sobre cada um dos candidatos: qual emenda polêmica defende, sua inclinação política, mostrar quem são os favoritos.


Esses dados estão no podcast, mas o som está sujo e o texto é longo, o que dificulta a compreensão. Na primeira vez em que se ouve o podcast, o computador não mostra o tempo total nem o andamento do áudio, o que é uma limitação e afasta o espectador. A mídia termina e recomeça sozinha. Desta vez sim, com a marcação de tempo. Um internauta desatento pode ouvir mais de uma vez o mesmo texto até se dar conta de que é o mesmo áudio. Uma opção talvez fosse fazer um resumo em podcast e colocar o texto completo do lado esquerdo, inutilizado.


Box do podcast, sem a indicação do tempo de áudio


O último detalhe fica na seção denominada ‘Etapas da Eleição’. É ótimo não precisar clicar para que apareçam em destaques os estados onde ocorre cada eleição primária. Mas o cursor poderia mudar de formato, voltando para a setinha com que todos estamos acostumados. O que aparece é a mãozinha. O internauta então espera que vá acontecer algo se vier a clicar. Só que não há nada pra acontecer.


Todos os outros temas estão, ao menos na apresentação e acabamento, impecáveis. O uso de vídeos para exemplificar os pontos polêmicos entre os candidatos dos dois partidos e até mesmo do próprio partido foi uma iniciativa muito boa. O iG acertou em investir no meio visual e na estrutura de um verdadeiro hotsite. A estréia foi boa. Agora, é preciso ver se a atualização vai acompanhar e se o conteúdo da cobertura eleitoral terá atenção, seleção, exclusividade e qualidade.


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Ombudsman on-line: uma necessidade da web 2.0 (17/12/07)


Leia abaixo texto publicado hoje no site Editor´s Weblog, de Paris.


‘A internet tem mudado totalmente o relacionamento entre jornalista e leitor. A interação de duas vias feita pelo leitor ganha terreno através de e-mails, comentários, SMS, chats on-line e blogs. Isto pode significar que os fornecedores de notícias cada vez mais precisam de ombudsmans. Entretanto, existem declaradamente menos de 40 ombudsmans nos Estados Unidos e poucos jornais estão dispostos a contratar um, em um momento de corte geral de gastos. Talvez eles devessem analisar os custos potenciais de não ter um ombudsman e então percebessem que a voz dos leitores não é (apenas) uma cerca de proteção contra leitores irritados. Ele ou ela é uma ponte no jornalismo da Web 2.0.


‘Editors Weblog’ entrevistou Mario Vitor Santos, que em junho entrou no iG (Internet Group, especializado em uma variedade de serviços on-line, incluindo um site de notícias) para tornar-se um ombudsman somente de internet, um dos primeiros do gênero. Com a ascensão das duas vias da comunicação online, bem como o aparecimento de novas questões éticas relativas a comentários, conteúdo gerado por usuários e ‘fast-news’ no meio online, o ombudsman será, sem dúvida, um importante elemento para manter a oferta de notícias confiável e juridicamente segura.


Além de já ter trabalhado como jornalista, editor e chefe da sucursal de Brasília da Folha de S. Paulo, ele também ocupou por duas vezes o cargo de ombudsman, em 1991-93 e 1997-99.


No passado, a ‘velha mídia era feita de coletores e divulgadores das informações’, ‘nós, como jornalistas, escolhíamos a quem dar a palavra’, disse Santos. Agora, ‘muitos podem falar para alguns’, ou mesmo falar diretamente a muitos (ultrapassando os ‘poucos’ jornalistas). ‘Nossa concepção sobre o nosso trabalho está sendo testada pelo público’.


Isso é o que está realmente em jogo na escolha de um jornal de ter um ombudsman ou não: pode ser um sinal de que os editores abraçaram a nova forma de relacionamento web 2.0 com o público ou que tenham permanecido presos ao discurso de uma leitura de mão única. De certa forma, todo jornalista tem o potencial para ser um ombudsman atualmente.


Primeiro, alguns antecedentes sobre o status tradicionalmente precário dos ombudsmans:


A revista Gelf Magazine recentemente relatou sobre ‘o surpreendente fenômeno’ dos ombudsmans. Foi somente na década de 1960 que surgiu nos Estados Unidos, quando a opinião pública se tornou mais cética em relação à imprensa. Mas, até hoje, relativamente poucos jornais norte-americanos já contrataram um – The New York Times só contratou um ombudsman na época do escândalo de plágio de Jayson Blair, ocorrido em 2003.


‘Eles trabalham no que foi freqüentemente considerado um dos mais ingratos empregos dentro do jornalismo: ouvir reclamações de leitores zangados (e por vezes loucos de raiva) e serem ignorados por colegas zangados (e por vezes loucos de raiva) a quem eles ousaram criticar’, escreveu Mark Jurkowitz, que foi ombudsman no jornal The Boston Globe, durante dois anos.


The Minneapolis Star Tribune – recentemente eliminou o cargo de ombudsman. ‘Em uma época de corte dos recursos’, os editores escreveram um memorando interno ‘precisamos de mais ajuda com o jornalismo na redação’.


‘É paradoxal, porque, quanto mais eles querem ganhar dinheiro, mais eles precisam destas regras’, disse Santos (sem se referir ao episódio do jornal americano, em particular). Parece que os editores do Minneapolis não mudaram velhos hábitos: primeiro, deve-se perceber que construir pontes e treinar pessoal para interagir com os leitores é agora parte da equação jornalística, que não se limita mais a controlar notícias.


Ainda por cima, o aumento de ombudsmans não acontece por causa de escândalos sobre o setor jornalístico, mas, em reação ao crescimento do poder da audiência. É uma consequência natural da web 2.0.


O papel do ombudsman está mais importante na nova mídia mundial? ‘Sim, está. Não tenho dúvidas disso’, disse Santos.


Para quem está começando, ‘nomear um ombudsman significa que está preocupado com a qualidade e precisão de suas informações.’ Isto dá uma afirmação de credibilidade e seriedade aos leitores,geralmente mais céticos em relação às notícias online. ‘A nova mídia quer adotar algumas das normas da chamada velha mídia’, porque muitas vezes eles não têm a credibilidade dos meios de comunicação tradicionais, e não desenvolveram um código de ética. Nesta situação, os sites jornalísticos têm uma vantagem, porque eles herdarão do jornalismo tradicional suporte e prudência. Isto também pode colocar jornais em desvantagem, porque eles são naturalmente mais resistentes à aceitação de riscos éticos e digitais.


Para todos os que atuam na internet, jornais inclusive, ‘nós ainda estamos tentando construir não só uma geradora de notícias, mas instituições com valores públicos formados em uma espécie de consenso informal’, disse Santos. Todos os meios estão em processo de recriação de ética voltada para o jornalismo onine. Além da sua tradicional missão de enfrentar as queixas de leitores, que são geralmente semelhantes às de jornalismo impresso, o ombudsman deve verificar se a mídia onine irá eventualmente compreender os padrões éticos e ser entendida como tal pelo público.


Questões de difamação, comentários de usuários e direitos autorais são apenas algumas das preocupações mais presentes no mundo onine – e para as quais precisamos de um especialista para quem recorrer. No Reino Unido, embora ainda isso não tenha sido testado claramente, jornais poderiam ser potencialmente responsabilizados por comentários postados por usuários em seus sites. Em um caso, Santos teve que direcionar reclamações para rebaixar um fórum no qual integrantes de torcidas organizadas estavam marcando brigas de rua. Ele também precisa administrar regularmente leitores indignados com o blog político Conversa Afiada (Sharp Talk).


Santos não é simplesmente uma ligação entre leitores e a empresa, ele também é ‘visto como o último salvador para algumas situações extremas’. E desde que ele assumiu este cargo no iG, os efeitos têm aparecido. Após vários pedidos, os usuários foram beneficiados, forçando o site a publicar boxes de correção – uma prática incomum nas notícias online. Agora, o site de notícias de iG tem até uma seção de ´Correções´. Por meio de Santos, os leitores também fizeram o iG publicar um determinado código de ética e regulamento, semelhante ao manual de redação utilizado na maioria dos jornais impressos. Se um número suficiente de leitores enviar cartas sobre um artigo, Santos também pode procurar o jornalista (que normalmente ainda estão relutantes em entrar na conversa ou responder às críticas) para que ele responda.


Em uma época em que quase todos os meios de comunicação tradicionais estão sendo transferidos para a internet e para novos conjuntos de regras, o ombudsman é uma boa maneira de preservar o nome e a credibilidade de um veículo – as maiores vantagens de um jornal como fontes de notícias.


‘Nesta época pós-Jayson Blair, quando as empresas de notícias estão reconhecendo a necessidade de uma maior transparência, o número de ombudsmans está aumentando tanto em nível nacional quanto em nível mundial,’ escreveu Jurkowitz.


Mais jornais e empresas de notícias compreenderam a importância de ombudsmans nos últimos 15 anos, que ‘estão se tornando um elemento natural da paisagem’ no Brasil, disse Santos.


O aumento do número de ombudsmans não deve ser encarado apenas como uma resposta às ameaças e acusações da audiência, mas sim como uma forma eficaz de dar conta do novo ambiente midiático: como todas os lados têm agora um canal para manifestar as suas preocupações, o ombudsman é a porta do jornal para o diálogo.’’