Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Marrom e protegida

Excelente o artigo de Alberto Dines, principalmente porque ajuda a separar o joio do trigo, deixando bem claro quem é e quem não é da imprensa marrom, eternamente em moda e tão atuante como nunca, sempre protegida pela tal ‘liberdade de expressão’ – indiscutivelmente necessária, mas dando sempre no que deu, pois os ‘marronzinhos’ são intocáveis, livres de tudo e com poderes que nenhum outro segmento social tem: microfones, câmeras, espaço etc. E mais ainda o direito de não publicar nenhuma opinião divergente da sua, nem de ser criticado pelos bons jornalistas,que quase sempre não têm coragem de divergir deles.

Garibaldi Pereira, funcionário público, Belém



Intenção dolosa

Certa vez, na época em que o dólar permitia, eu almoçava com a minha esposa na Rua 46 em Nova Iorque. E notei que o garçom, um brasileiro, mostrava-se completamente alienado do que ocorria em nosso país. De fato, lá não existimos para eles. Ou, se existimos, temos a capital em Buenos Aires e a Amazônia já se internacionalizou. Principalmente, não lemos The New York Times, sendo que muitos dos eleitores de Lula não sabem ler, não lêem o jornal, ou não conhecem o inglês. Pois a matéria do periódico em questão diz respeito a todos os brasileiros. E, naturalmente com receio de abordar os temas delicados apontados por Larry Rohter, ela não é bem divulgada justamente entre aqueles a quem mais interessa: os eleitores de Lula do Oiapoque ao Chuí. Acusa-se o nosso presidente de alcoolismo e incompetência, comparando-o com Jânio Quadros, o qual diria: ‘ Eu bebo porque é líquido!’ E líquida é a intenção dolosa, por sarcástica, que o jornal exprime de, em comparando os dois presidentes, ‘agourar’ a nossa governabilidade.

O entusiasmo do brasileiro pela caipirinha não necessita de Lula para garoto-propaganda. O articulista, que moraria há muitos anos no Brasil, deve sabê-lo. Mas o que é mais revoltante é a alusão ao alcoolismo do pai de Lula, então considerado doença genética. Como se o que parece ter sido a moléstia dele necessitasse ser veiculada pela imprensa internacional, com a alusão a detalhes perversos subentendidos. E, para mais nos ferir, cita-lhe o nome – Aristides. A leitura de todo o texto de Larry, que a maioria dos brasileiros não fez, é insultuosa ao presidente e ao país. Não representa a imprensa proba e digna, e mereceu das nossa autoridades as providências necessárias.

Mas já não vimos esse filme? A filha de Lula? Um torneiro mecânico que chega à presidência da República pode não ter tido inicialmente as mesmas oportunidades dos privilegiados. E, mesmo assim, está lá… no NYT. Tal o Bill Clinton…

Fernando Dias Campos Neto, médico



Greve geral

Falou e disse, Alberto Dines. A imprensa, especialmente a televisiva, não percebe que está cansando a população com esse caso. Um vizinho meu, pessoa simples, disse-me: ‘Não sei por que estão falando tanto desse jornalista’. Quer dizer, o vizinho até sabe, mas essa fala dele dá a entender que a imprensa está mais do seu próprio lado do que do presidente do Brasil. Por outra, o jornalista foi mostrado, na televisão, dentro de um barco, o que faz parecer que é um ‘boa vida’, apesar de ter um bloquinho de papel na mão direita. Acontece que o grande público está acostumado a ver repórter com microfone na mão. Portanto, dá-se a impressão que está a lazer.

O governo errou em não impulsioná-lo para dentro de um avião, rumo aos Estados Unidos. Torci para os jornalistas brasileiros entrarem em greve geral para não ver nem ouvir mais falar desse caso.

Carmen Gomes Simioni, aposentada, Cachoeiro de Itapemirim, ES

NYT de pileque, nossos jornalões de ressaca – Alberto Dines



Compromisso democrático?

Que compromisso democrático do PT? Compromisso democrático teve o PSDB e até o pior presidente da história do Brasil, o Sr. Ribamar. O PT não tinha compromisso nenhum com a democracia quando estava na oposição (basta ver sua composição) e não tem agora que está no governo.

Emil Geiss, advogado, Campinas, SP