Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ministro defende proibição de concessões a políticos


Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


 


CONCESSÃO


Elvira Lobato


Ministro defende proibição de que políticos tenham TV


O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo Silva, defendeu que os políticos sejam proibidos de ter concessão de rádio e TV.


Conforme a Folha revelou em dezembro, a proposta consta do anteprojeto de lei de comunicação eletrônica deixada pelo ex-ministro Franklin Martins, que o governo colocará em discussão.


Ele duvida que o Congresso aprove a medida, em razão do grande número de políticos com concessões -61 eleitos em 2010 informaram possuir rádio ou TV.


Uma semana depois de dizer que era a favor da limitação de 30% para o capital estrangeiro nos portais de conteúdo jornalístico na internet, o ministro recuou e disse não ter posição fechada.


Folha – O PT passa a administrar o Ministério das Comunicações. O que muda?


Paulo Bernardo – Nas minhas conversas com a presidente Dilma, ela não mencionou nenhuma questão partidária. Ela entende que o Brasil precisa avançar a passos rápidos para promover a disseminação da radiodifusão e das telecomunicações. Não é possível transformar o Brasil em um país de classe média, como quer Dilma, sem massificar o acesso à internet.


Que destino o governo dará ao projeto de regulação da mídia eletrônica do ex-ministro Franklin Martins?


A minha opinião, que não é necessariamente a do governo, é que o projeto deve ser colocado em debate público. O projeto que resultar dessa discussão seguiria para o Congresso Nacional.


A mídia vive um momento de transição tecnológica. Existe também o receio de que o governo tente algum projeto para controlar a imprensa.


Esse cenário reforça minha convicção de que precisamos construir um marco regulatório. Há questões econômicas por definir: se teles vão fazer TV a cabo em larga escala, se a convergência das mídias se dará livremente ou se vai ter regra para o jogo. Acho que tem de haver regra.


O Brasil vive uma democracia política plena, embora careça de mais democracia econômica. A liberdade de expressão é vital na democracia, e ninguém no governo quer mexer nisso.


As empresas de comunicação defendem que o limite de capital estrangeiro de 30% válido para elas seja estendido aos portais de jornalismo na internet. Qual sua opinião?


O que está em discussão é se um portal de conteúdo jornalístico equivale a uma empresa de comunicação.


Há portais ligados a empresas de comunicação produtoras de conteúdo. Mas há outros que só reproduzem conteúdo de terceiros. Acredito que a discussão terá de ser resolvida pelo Supremo Tribunal Federal. Não tenho posição fechada.


Na semana passada, o sr. defendeu que os portais de jornalismo na internet tenham tratamento igual ao das empresas de comunicação, em relação ao capital estrangeiro. Mudou de opinião?


Foi uma declaração rápida sobre o tema. Levei muita paulada no Twitter por isso. Descobri que o Brasil tem tantos especialistas em comunicação quanto técnicos de futebol. Milhões de ministros das Comunicações.


Como o sr. vê a presença de igrejas na radiodifusão, que é uma concessão pública?


A Constituição também menciona que políticos não deveriam ser donos de radiodifusão. Isso mostra que há fragilidade no marco regulatório. As pessoas acham que falar em marco regulatório é uma afronta à liberdade de expressão. As igrejas procuram formas de difundir suas mensagens. Sem regulação, como poderei impor limites?


Pretende abrir uma discussão pública sobre a presença de políticos na radiodifusão?


O projeto deixado por Franklin Martins sugere a proibição. Como depende do Congresso, vai ser difícil aprovar. É mais fácil fazer o impeachment do presidente da República do que impedir a renovação de uma concessão de rádio ou TV.


Por que político não deve ter concessão?


É o Congresso que autoriza as concessões. Então, me parece claro que o congressista não pode ter concessão, para não legislar em causa própria. Os políticos já têm espaço garantido na televisão, nos programas eleitorais. E há também a vantagem nas disputas eleitorais, e o poder político e econômico.


Como o governo vai massificar a oferta de banda larga, ao preço de R$ 30 a R$ 35 mensais, como prometeu?


Vamos fazer um esforço conjunto com Estados para reduzir impostos, costurar acordos com operadoras privadas, e atrair pequenos provedores. Será preciso uma força-tarefa. Os resultados não serão imediatos, mas em quatro anos haverá uma enxurrada de banda larga.


A Anatel e as teles não chegaram a acordo sobre metas de expansão de serviços em áreas remotas e carentes. O sr. já tem uma proposta?


As empresas foram à Justiça contra o plano de metas e contra a Telebrás. O ex-presidente Lula ficou bravo e me pediu para resolver. As operadoras tiraram as ações, e vamos negociar. Ainda não há acordo. A Anatel falou em R$ 1 bilhão; as teles, em R$ 5,7 bilhões. Há muita choradeira das empresas. Vamos negociar com planilhas de custos na mãos. Se o Estado tiver que pagar, vai pagar.


A Telebrás vai oferecer banda larga ao usuário final?


Não achamos que seja função da Telebrás levar banda larga ao usuário final. O papel dela será estimular a concorrência, baixando o preço da transmissão de dados no atacado. Mas, onde não houver grupo privado interessado em oferecer banda larga, ela pode fazê-lo.


 


 


WIKILEAKS


Vazamento do próprio WikiLeaks irritou Assange


O criador do WikiLeaks, Julian Assange, ameaçou processar o jornal britânico ‘Guardian’ durante as turbulentas negociações que culminaram na publicação dos mais de 250 mil papéis da diplomacia americana.


Os bastidores da aproximação -e posterior estremecimento- de Assange com os veículos de imprensa que obtiveram acesso antecipado a todo o material foram revelados pela revista americana ‘Vanity Fair’.


Segundo o relato, a ameaça fez o ‘Guardian’ adiar, ao lado do ‘New York Times’ e da revista alemã ‘Der Spiegel’, a divulgação dos documentos para o fim de novembro, 20 dias após a programação inicial.


Assange ficou contrariado com o fato de o ‘Guardian’ ter obtido os papéis de outra fonte -funcionário do próprio WikiLeaks- e, assim, se sentido livre do compromisso com o site.


A relação teve início em junho, quando o jornal procurou Assange.


Um mês depois, era revelada a primeira grande leva de papéis sigilosos, sobre a Guerra do Afeganistão.


No vazamento seguinte, 400 mil documentos sobre a Guerra do Iraque, Assange atrasou as revelações em dois meses para incluir novos veículos no acordo.


 


 


INTERNET


Nos EUA, mendigo vira estrela após sair em vídeo no YouTube


Após receber mais de dez milhões de acessos em um vídeo no YouTube em que demonstra sua agora famosa ‘golden voice’, o ex-mendigo americano Ted Williams, 53, tornou-se celebridade nacional nos EUA.


O estrelato repentino já lhe trouxe ofertas de contrato, entrevistas em programas de TV e até um emocionante reencontro com a mãe, que não via há 20 anos, transmitido pela NBC e CBS.


‘Me sinto como a Susan Boyle ou o Justin Bieber’, disse ontem ao jornal ‘The Columbus Dispatch’, que lançou seu vídeo na internet.


Ao programa matinal ‘Today Show’, Williams disse que chegou a trabalhar como DJ e locutor de rádio nos anos 80, mas o álcool e as drogas o levaram às ruas da cidade de Columbus, em Ohio, a partir de 1993.


‘Não julgue um livro pela sua capa, todos têm sua história’, disse o ex-mendigo à televisão americana.


 


 


Facebook revela intenção de fazer oferta de ações até abril de 2012


O Facebook deve começar a publicar informações financeiras da empresa ou fazer uma oferta inicial de ações até abril de 2012. As opções são as duas possíveis para que a companhia cumpra uma determinação do órgão regulador americano caso ultrapasse a barreira de 500 acionistas.


Um memorando interno distribuído pelo Goldman Sachs para possíveis investidores mencionava ontem a intenção do Facebook de ultrapassar esse limite neste ano.


O documento de 101 páginas também trazia informações financeiras da empresa. Os dados relatavam um lucro de US$ 335 milhões (cerca de R$ 560 milhões), sobre um faturamento de US$ 1,2 bilhão nos primeiros nove meses do ano passado.


No início de 2011, a empresa foi avaliada em US$ 50 bilhões depois de receber um aporte de capital de US$ 500 milhões.


 


 


LinkedIn planeja abrir capital no 1º trimestre


O LinkedIn, rede social de conexões profissionais, planeja fazer seu IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) no primeiro trimestre deste ano.


A empresa não comentou o assunto. Um representante indicou apenas que um IPO seria uma das formas para viabilizar o crescimento do serviço de acordo com interesses de usuários e investidores.


Segundo a informação, a empresa tomou a decisão no final do ano passado. O LinkedIn tem 85 milhões de usuários espalhados em 200 países


 


 


TECNOLOGIA


Rodolfo Lucena


Microsoft abre com tom morno superfeira nos EUA


Sem anúncios de grande impacto, teve tom morno a palestra do presidente da Microsoft anteontem, na véspera da abertura da maior feira de tecnologia do mundo.


A CES (Consumer Electronic Show) começou ontem em Las Vegas com a promessa de ser palco para o lançamento dos primeiros efetivos rivais para o iPad, mas a fala de Steve Ballmer apenas bordejou o tema, dando mais ênfase, por exemplo, a novidades que a empresa traz no segmento de diversões.


O Kinect, acessório para o console Xbox que transforma o próprio usuário em controle remoto, comandando os jogos com os movimentos do corpo, ganha recursos mais sofisticados.


Um deles é o Avatar Kinect, que permite ao usuário criar representações virtuais de si mesmo e com elas participar de salas de bate-papo tridimensionais -o sistema mimetiza expressões faciais, como movimentos dos lábios e das sobrancelhas.


O objetivo da empresa é estender as possibilidades do Kinect além dos videogames. Sistemas disponíveis nos Estados Unidos vão permitir que o usuário, apenas com movimentos das mãos, selecione e comande a exibição de filmes e músicas, dispensando controle remoto ou cliques com o mouse.


PRESENÇA DO WINDOWS


Ballmer adiantou rumos que a empresa está tomando para diversificar e ampliar o uso do sistema operacional Windows.


O principal é o trabalho em uma tecnologia chamada system-on-a-chip, em que o Windows já vem casado com o processador do computador, permitindo o desenvolvimento de placas muito menores, mais baratas e com menor consumo de energia.


Resta saber se o mercado vai aceitar o sistema para o formato tablet, do iPad.


Durante a palestra de Bal- lmer, foi feita uma rápida apresentação de computadores ‘diferentes’ que usam o Windows 7.


O que causou mais sensação foi um laptop da Acer com duas telas, uma no lugar tradicional e outra onde costumeiramente fica o teclado; mas havia também um tablet, apresentado no início do dia pela Asus.


CONCORRÊNCIA


A mostra da Microsoft não foi muito ante a concorrência. A própria Asus anunciou que terá um tablet baseado no Android, sistema operacional do Google. Ele virá com o Honeycomb, versão especialmente desenhada para o formato.


O Honeycomb, por sinal, também deverá ser o coração do Xoom (pronuncia-se ‘zum’), tablet com que a Motorola pretende enfrentar a Apple. O mesmo sistema será usado pela Toshiba.


HP e Research in Motion, mais conhecida pela fabricação do BlackBerry, também se somam ao festival de tablets apresentado nos corredores da CES. Não é para menos, pois a Apple demonstrou que esse tipo de aparelho tem forte apelo entre consumidores mais sofisticados.


O iPad desbravou o território, que há anos vinha sendo sondado por várias empresas, inclusive a Microsoft: até outubro, a Apple havia comercializado quase 7,5 milhões de unidades do produto em todo o mundo. Seu principal competidor chegou ao mercado mundial em novembro, pelas mãos da Samsung. A empresa informa ter vendido 1,5 milhão de unidades do Galaxy Tab.


No total, a Forrester Research calcula que 10,3 milhões de tablets tenham sido vendidos nos EUA em 2010 e prevê que, neste ano, as vendas cheguem a 24 milhões de unidades no mercado norte-americano. A previsão para o mercado mundial é de vendas de 42 milhões de tablets, segundo a IDC, outra empresa de pesquisas.


O jornalista RODOLFO LUCENA viajou a Las Vegas a convite da Motorola


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Warner estreia série baseada em Twitter


Um jovem americano falido que voltou a morar com o pai e virou sucesso no Twitter ao desabafar sobre as besteiras que ouve do progenitor.


Esse é o enredo do mais novo sucesso da TV americana, ‘$#*!My Dad Says’ (As merdas que o meu pai fala), que estreia no Brasil, na Warner, sem o palavrão no título, no dia 7 de fevereiro.


Baseada no Twitter @shitmydadsays -com 1,7 milhão de seguidores- a sitcom conta a história de Henry (Ryan Devlin), que vai morar com o pai extremista e com opinião formada sobre tudo, vivido pelo eterno capitão Kirk de ‘Jornada nas Estrelas’, William Shatner.


MORTO-VIVO


Totó (Tony Ramos) reaparece amanhã em ‘Passione’ (Globo) na casa de Bete (Fernanda Montenegro) e desmascara Clara (Mariana Ximenes)


Força-tarefa Mesmo com atrasos nas gravações de ‘Insensato Coração’ (Globo) devido à troca de dois protagonistas, Dennis Carvalho conseguiu recuperar o tempo perdido. A nova trama das 21h vai ao ar dia 17 com o número de capítulos que o diretor costuma ter prontos antes da estreia: 18. ‘Dividi a equipe e virei madrugadas editando. Foi correria’, contou à Folha.


Alegria Nem o calor de 31ºC no Rio anteontem fez Gabriel Braga Nunes tirar a jaqueta de couro durante a coletiva de ‘Insensato Coração’. ‘Tô bem, tô feliz’, disse ele.


‘Tu fez a Ana Paula Arósio?’


PIADA DOS FOTÓGRAFOS na coletiva da nova trama das 21h da Globo, arrancando risadas dos colegas sobre a ausência da atriz, afastada após faltar em gravação em Florianópolis


Pasto A produção de ‘Morde e Assopra’, próxima novela das 19h da Globo, segue em uma árdua missão: encontrar uma mini-vaca. No folhetim, a personagem de Clara Castanho será uma filha de fazendeiro geniosa, que se locomoverá no pequeno animal.


Balanço A SporTv fez as contas: em 2010, exibiu 3,4 mil horas de transmissões esportivas ao vivo. O futebol ficou com 41% desse bolo.


Clientela O canal pago Space comemora o número de 5 milhões de assinantes, alcançado em dois anos e meio.


Sobe A estreia de ‘Solitários’ (SBT), anteontem, rendeu 6 pontos de audiência (3º lugar), dois a mais que a média do dia na semana passada. (Cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP).


A pergunta é Como alguém que roubou milhões não tinha um trocado para fugir nem para Carapicuíba, anteontem, em ‘Passione’?


Reserva Fora do elenco de ‘Cordel Encantado’, próxima trama das 18h da Globo, por conta da gravidez, Taís Araújo voltará ao ar no segundo semestre de 2012. Será uma das protagonistas da novela de João Emanuel Carneiro, que deverá substituir ‘Fina Estampa’ de Aguinaldo Silva, no horário das 21h.


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


Clarice Cardoso


‘V’ passa por reforma e ganha mais clichês de ficção científica


Depois de ser adiado nos EUA, ‘V’, sobre alienígenas que pousaram na Terra voltou nesta semana à TV americana com fé de que a fórmula das séries clássicas de ficção científica podem atrair audiência e mantê-lo no ar.


Se antes não parecia à vontade dentro do gênero em que era incluído (demorou para mostrar a real cara dos visitantes), abraçou seus clichês no segundo ano. E dá-lhe ETs verdinhos de olhos esbugalhados.


(Se não quiser saber nada sobre o episódio, que chega ao Brasil ainda neste semestre, na Warner, melhor parar a leitura por aqui.)


A história volta com o mundo em pânico pois o céu está vermelho. O clima piora quando começa uma chuva com cor de sangue.


Tudo parte do plano de Ana (vivida pela brasileira Morena Baccarin). Ela quer se vingar dos rebeldes que tentaram matar os soldados que ela criaria a partir de uma sopa de girinos ETs. Mas se complica porque, assim, expressa emoções humanas.


‘V’ parece ter recuperado também os efeitos especiais do original dos anos 80. Há nojeirinhas de todo tipo, de rostos derretendo a rabos pontudos. E há um agrado para fãs da primeira versão: Jane Badler, a glamourosa vilã Diana, volta. O melhor: como a mãe de Ana.


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


 


INTERNET


Evgeny Morozov, The New York Times


O jeito russo de controlar a internet


Pouco antes de um juiz condenar novamente Mikhail Khodorkovsky, o mais famoso preso político da Rússia já era atacado na internet. O site de Khodorkovsky saiu do ar. Recentemente, esse tipo de ofensiva também foi usada para punir empresas americanas, como Amazon e PayPal, por conflitos com o WikiLeaks.


É quase impossível descobrir os responsáveis. Embora os sites voltem ao ar, os ataques raramente causam indignação. No passado, regimes repressivos tinham firewalls para impedir as críticas de dissidentes. Mas os ataques contra o site de Khodorkovsky revelam mais sobre o futuro do controle da rede do que as práticas tradicionais de censura.


No modelo russo, nenhuma censura direta é necessária. Exércitos de internautas pró-governo encarregam-se da tarefa e atacam sites opositores. Os ataques são apenas um dos vários modos pelos quais o Kremlin controla o conteúdo da rede. Muitos dos provedores do país pertencem a oligarcas amigos e empresas controladas pelo governo, que não hesitam em suspender usuários e blogs independentes.


O Kremlin também vem explorando a internet como propaganda. Ano passado, Vladimir Putin ordenou a instalação de webcams para transmitir em tempo real a construção de casas para vítimas de incêndios florestais. Seria uma grande estratégia de relações públicas se as vítimas tivessem computadores. Os serviços de segurança e a polícia da Rússia também se aproveitam da vigilância digital, usando sites de redes sociais para reunir informações e avaliar o estado de espírito da população.


Na verdade, o Kremlin censura muito pouco a internet, preferindo o controle social às restrições tecnológicas. Há uma certa lógica nisso. A censura direta prejudica sua imagem no exterior e os ataques virtuais são muito ambíguos para ganhar espaço na mídia. Deixando que empresas aliadas exerçam o policiamento digital, o governo não tem de se preocupar com críticas na rede.


Uma das razões pelas quais observadores não notam os ataques é que eles estão acostumados a medidas mais fragrantes de controle da internet, que é muito amorfa para ser dominada. Silenciosamente, a China vem adotando práticas similares às da Rússia. Ano passado, o site do Nobel foi atacado depois que o dissidente chinês Liu Xiaobo foi premiado. Autoridades chinesas, agora, participam de cursos de jornalismo e usam seus conhecimentos para moldar a opinião pública online, em vez de censurá-la. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO


 


 


TECNOLOGIA


Microsoft quer levar o Windows aos tablets


A gigante Microsoft, que vê sua soberania mundial ser ameaçada por vários competidores, anunciou que vai entrar de vez na revolução da internet móvel – uma jogada indispensável para uma empresa que sempre buscou a onipresença nos computadores.


‘Qualquer que seja o aparelho que você utilize, agora ou no futuro, o Windows (o sistema operacional da Microsoft) estará ali’, prometeu o presidente da empresa, Steve Ballmer, em sua apresentação na Consumer Eletronic Show (CES), em Las Vegas, a principal feira de produtos eletrônicos do mundo, que abriu suas portas oficialmente ontem.


Buscando garantir essa onipresença, a Microsoft anunciou novos acordos com vários fabricantes de processadores (chips) para aparelhos portáteis, como ARM, Nvidia, Qualcomm e Texas Instrumentos, além de sua sócia tradicional, a Intel, e a AMD.


‘Cada vez mais, os clientes esperam uma gama completa de funções em todos seus aparelhos’, disse Ballmer. Segundo o executivo, o Windows, que equipa cerca de 90% dos computadores em todo o mundo, ‘tem a envergadura, a profundidade e a flexibilidade necessárias para levar essa próxima geração de aparelhos aos consumidores’.


Porém, neste momento, a Microsoft ainda trabalha com seu sistema Windows 7, lançado no fim de 2009. Foi um grande êxito comercial nos computadores, mas parece não ter seduzido os fabricantes de tablets, apesar da vontade de Ballmer de frear o êxito do iPad, da sua rival Apple.


Habitualmente, os sistemas operacionais Windows têm um ciclo de renovação de três anos – e o Windows 8 ainda não está pronto -, mas, por ora, a Microsoft se contenta em mostrar o que poderia chegar a ser o próximo motor de seus sistemas: uma placa-mãe e um processador central de formato muito pequeno.


‘A empresa não divulgou nenhum calendário’, lamentou, sem grande surpresa, o analista Israel Hernández, do Barclays Capital. Muitos estimam que o lançamento do Windows 8 será no próximo ano. ‘Achamos que a falta de atratividade da Microsoft para os telefones inteligentes e os tablets segue sendo uma grande desvantagem’, concluiu o analista.


Em sua apresentação, Ballmer elogiou as qualidades do sistema operacional para telefones móveis Windows Phone 7, lançado no ano passado. Mas não deu números das vendas do produto. ‘Isso nos leva a pensar que há decepções com o produto na empresa’, disse Hernández.


Em compensação, a empresa anunciou excelentes cifras em outra categoria de produtos: os videogames e o novo sistema Kinect, no qual os jogadores podem dispensar o controle. Segundo Ballmer, a Microsoft vendeu 8 milhões de unidades do Kinect entre novembro e dezembro, um número muito superior às previsões da empresa, de venda de 5 milhões de unidades.


Tablet 4G. Enquanto a Microsoft patina no setor, a Research in Motion (RIM), fabricante dos BlackBerrys, já prepara uma nova geração de tablets. A empresa afirmou ter um ‘imenso’ interesse empresarial pelo produto, e anunciou planos para lançar uma versão 4G do aparelho na metade do ano.


A RIM ofereceu pela primeira vez uma demonstração do PlayBook, um tablet com tela de toque de sete polegadas que entrará em concorrência direta com o Apple iPad quando a versão Wi-Fi for lançada, provavelmente em março. ‘Nas grandes empresas, a discussão é sobre compras da ordem de dezenas de milhares de exemplares, já quando do lançamento’, disse Jeff McDowell, vice-presidente sênior de marketing empresarial e de plataformas da RIM.


Segundo ele, as empresas estão vendo o PlayBook como tão essencial para seus funcionários quanto um telefone ou computador. ‘Não é algo que elas desejem adotar aos poucos.’


O tablet da RIM talvez seja o mais aguardado rival do iPad em meio ao grande número de novos concorrentes dispostos a desafiar a Apple e conquistar uma fatia de um mercado em rápido crescimento, cujas vendas devem ultrapassar os 50 milhões de unidades no ano que vem.


O PlayBook – que apresenta um processador rápido de núcleo duplo – teve desempenho suave na apresentação, carregando sites e aplicativos rapidamente e executando com facilidade vídeos em formato Flash encontrados na internet.


O aparelho pesa menos de 400 gramas, tem espessura de cerca de 10 milímetros e conta com um revestimento de borracha fina.


TVs 3D. As gigantes sul-coreanas Samsung e a LG exibem na Feira de Las Vegas televisores 3D maiores e mais finos, e anunciaram planos de expansão adicional de suas linhas, a fim de estimular a demanda por uma tecnologia nascente, que viu vendas fracas até o momento.


Grandes fabricantes mundiais de televisores estão apostando agressivamente em aparelhos 3D e conectados à internet, enquanto a concorrência intensa no segmento de TVs de telas planas corrói sua lucratividade.


Mas continua incerto que as vendas desses modelos mais novos venham a decolar. As vendas dos televisores 3D e conectados, muito alardeados, não satisfizeram as expectativas no ano passado, já que o conteúdo disponível continua escasso e muitos consumidores preferiram adiar suas compras por terem adquirido seus primeiros televisores de tela plana há pouco tempo.


Alguns fabricantes, dos quais a pioneira foi a japonesa Toshiba, estão lançando televisores 3D que não requerem o uso de óculos, o que também pode desestimular os consumidores a adquirir televisores 3D, ao criar expectativas de que essa nova tecnologia logo se generalize. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS


 


 


TELEVISÃO


Cristina Padiglione


ABC ambienta série médica na América do Sul


A ABC/Disney apresenta para a imprensa, na segunda-feira, em Pasadena, Los Angeles, a nova série de Shonda Rhimes, criadora de Grey’s Anatomy e Private Practice. Trata-se de Off the Map, mais um drama médico. E, como suas duas primeiras criações, a série usa a medicina apenas como pano de fundo para explorar relacionamentos entre os médicos. O que muda é que os doutores não estão em um hospital em Seattle ou em uma clínica em Los Angeles, mas em um centro médico no meio da floresta tropical, em algum lugar da América do Sul. O local traz a desculpa perfeita para mostrar médicos sarados sem camisa. Off the Map vai estrear nos EUA já no dia 12./ ETIENNE JACINTHO


Segura na peruca


Odilon Wagner teve a careca carregada de fios para ser Raul Tenórious na minissérie Acampamento de Férias – A Árvore da Vida, vilão que luta contra Didi (Renato Aragão) desde os idos de Pedro Álvares Cabral, para encontrar a árvore da vida e obter seus poderes. Estreia dia 24.


6 pontos de média marcou a estreia da segunda temporada de Solitários, no SBT. Mais cedo, o também estreante Se Ela Dança, Eu Danço ficou com 5 de média


‘Pelo menos 3 (atores) de Vale-Tudo estão aqui. Vamos tentar repetir o mesmo sucesso, né?’ Antonio Fagundes, sobre Insensato Coração, nova novela das 9 da Globo


Como autêntico mestre de cerimônias, o diretor Dennis Carvalho comandou a coletiva de imprensa da novela Insensato Coração anteontem, no Projac (Globo) em clima de premiação. Anunciou todos os nomes da equipe, com salva de palmas para cada um. E ofereceu duas ‘homenagens especiais do diretor’: a Antonio Fagundes e a Deborah Evelyn, que receberam buquês de flores e elogios.


‘A gente se conhece desde a época em que ele vendia enciclopédias para se manter e poder fazer teatro’, disse Dennis sobre Fagundes.


Num calor amazônico (já que a cidade cenográfica fica no meio do mato), Gabriel Braga Nunes chamava a atenção com uma pesadíssima jaqueta de couro à Juventude Transviada. Coisa de vilão?


O Oprah Winfrey Show fica em cartaz no canal GNT até setembro, prazo previsto para o programa durar também na CBS. O GNT pode até vir a reprisar as cenas de Oprah a seguir, mas nada definiu a respeito, ainda.


Como o novo canal de Oprah nos EUA, o Own, é uma parceria com o Discovery, a rede tem prioridade para distribuir seus programas no País, mas nem Discovery nem GNT sabem ainda se isso significa que Oprah fecha portas de outros canais no País.


Débora Falabella entra em cena em Ti-ti-ti, novela das 7 da Globo, como Isabel, ex-namorada de Renato (Guilherme Winter).


Paraíso, o remake que a Globo fez do original de Benedito Ruy Barbosa, continua emplacando no exterior. A novela estreia na Bolívia nesta segunda-feira, pelo canal Unitel.Hebe fala à imprensa sobre sua mudança de canal, sexta-feira que vem, em entrevista coletiva. Será acompanhada pelo presidente da casa, Amílcare Dalevo.


 


 


 


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