Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Novas vozes

Há certa veracidade na preocupação do comunicador sobre a questão de lançar ao mercado iniciantes com pouca experiência e por esta razão trazer má condução nos diversos segmentos do jornalismo; no entanto, experiência, prática e capacidade não são requisitos que podem ser avaliados, a não ser na vivência de um cotidiano e, para isso, precisamos pagar o preço de ver novas palavras e novas vozes. Na verdade, não colocaria ‘pagar o preço’, mas investir em novos talentos, dar a estes a oportunidade de se expressarem e, se fundamentados em experiências vivenciais, colocá-los frente ao leitor para que extraia de si mesmo o melhor de seus argumentos, possibilitando ao que lê, no mínimo, a indagação do não usual.

O temor da inovação será sempre uma prisão para o cotidiano comum; se pudermos ultrapassar esse aprisionamento e dar liberdade às inúmeras vozes que se expressam sem a importância valida teremos um futuro menos viciado e uma comunicação mais ampla e com maior conteúdo de observação e, quem sabe… mudanças.

Rachel Prado Corrêa

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Abre-se um gargalo, fecha-se outro – Carlos Castilho



Dá até medo

Henrique Carlos tem toda a razão [remissão abaixo], muitos estudantes só querem a fama, e não se importam em fazer o verdadeiro jornalismo. O que hoje nos causa até medo, diante de tanta manipulação e publicidade. Assusta mais a leva de formandos em Jornalismo que está chegando agora ao mercado.

Maria Emília Sandim, aspirante a jornalista, Belo Horizonte



Choque em sala de aula

Ao ler o texto pude perceber a minha responsabilidade. Sou estudante de Jornalismo e percebo o quanto estamos brincando de ser jornalista. Muitos dos meus colegas encaram essa idéia como uma oportunidade para se projetar, sem um compromisso maior. Recentemente fomos convocados para fazer uma reportagem sobre a Estação da Lapa. Fiquei chocada quando alguns dos colegas falaram que temiam ser assaltados e não gostariam de fazer o trabalho. Discriminam, escolhem, marginalizam as periferias da cidade, optam pela elite.

Conceição Ferreira de Souza, Salvador

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Retrato do repórter quando foca – Henrique Carlos



Cuiabá em inglês

Que prazer ler Montezuma Cruz e o tema que abordou. Principalmente nos dias atuais, quando a Folha publica matérias, por exemplo, originárias de Cuiabá, mas apuradas por Campo Grande (no Mato Grosso do Sul) ou por alguma cidade do Paraná. O distanciamento é tanto (não se faz jornalismo sem sentir o cheiro do povo) que as nossas notícias (as de Cuiabá) publicadas na Folha mais parecem despachos internacionais. Ou seja, não nos identifica em nada. Bons tempos aqueles nossos, na década de 80 (eu, Montezuma, Tinho, Pitolé, Segura, Pedro, Nelson Severino e Márcia). Quantas coisas daqui – de Mato Grosso – contamos ao Brasil nos jornais e nas revistas dos quais éramos correspondentes, não? Agora tudo mudou. E, apesar de MT liderar o ranking na produção de soja, de algodão e de rebanho bovino no Brasil e promover a maior revolução em todos os setores nos últimos 20 anos, continua sendo olhado pela imprensa brasileira como um estado marginal, distante e atrasado. Mesmo em tempos de globalização. Uma pena.

Sônia Zaramella, jornalista e professora, Cuiabá