‘O público da Cultura em todo o território nacional está preocupado com a pirataria infiltrada na rede de TVs educativas. Dezenas de e-mails enviados ao ombudsman denunciam todo dia a deturpação, por emissoras UHF locais, da finalidade cultural e educativa da rede, veiculando toda sorte de baixarias e até propaganda de bebidas alcoólicas. Já foi explicado aqui que, hoje, a TV Cultura de São Paulo não controla a programação dessas emissoras – e, o que é pior, ninguém controla.
Muitas dessas emissoras ‘chupam’ do satélite o sinal aberto da Cultura, escolhem um ou outro programa, usam a marca Cultura, que tem credibilidade, e no restante dos horários põem no ar o que bem entendem.
Mas isso vai acabar. A TV Cultura de São Paulo começa a pôr em prática, em novembro, um ambicioso projeto de estruturação técnica da sua Rede Cultura, da qual será a emissora líder. Como cabeça de rede, a Cultura passará a ter todas as condições de fiscalizar as suas novas afiliadas pelo Brasil afora e garantir a indispensável qualidade de seus conteúdos.
A Cultura vai fazer o que já fazem as outras redes de sinal aberto, como a Globo, o SBT, a Bandeirantes e a Record. O sinal da sua programação, via satélite, será codificado e apenas as emissoras afiliadas, que terão um decodificador, poderão captá-lo e difundi-lo localmente. Para receber o decodificador e ganhar a condição de afiliada, cada emissora local terá de assinar um contrato com a Cultura e se submeter a uma série de regras e procedimentos – onde se incluirão parâmetros e exigências de qualidade.
A Cultura vai estabelecer uma grade da programação com veiculações em rede nacional, intervalos nessa programação em rede e os espaços destinados às emissões locais. O equipamento necessário a esse comando já foi adquirido. A partir do início de novembro, a Cultura vai entrar em contato com todas as emissoras UHF espalhadas pelo Brasil, e também com algumas de maior alcance, oferecendo-lhes a possibilidade de tornarem-se afiliadas.
O novo equipamento dessa nova Rede Cultura permitirá à emissora paulista o total comando técnico da grade de programação. Na sede paulista da rede, programas de computadores de última geração acusarão qualquer infração de uma afiliada, que estará sujeita à pena de desligamento. Mas, sempre haverá o risco de, na programação local, uma afiliada veicular programa e/ou propaganda em desacordo com as exigências contratuais quanto a seus conteúdos.
É aí que entramos nós. Tal como em larga escala já ocorre hoje, cada telespectador da Cultura será, em sua cidade, um fiscal da qualidade. Este canal com o ombudsman será ampliado com a criação de um serviço telefônico tipo 0800 (ligação gratuita de todo o país) e um atendimento permanente, inclusive nos fins de semana e feriados. Será, na prática, um plantão da qualidade em tempo real.
Nos próximos meses, com o funcionamento de todo esse aparato tecnológico e, sobretudo, com a vigilância implacável do telespectador, o Brasil terá finalmente na Rede Cultura uma TV Pública de âmbito nacional digna desse nome.’
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‘TV Pública e religião’, copyright TV Cultura (
www.tvcultura.com.br/ombudsman), 15/10/04‘Tenho recebido muitos e-mails com reclamações de telespectadores referentes ao que consideram uma opção religiosa da Cultura pelo credo católico. Evangélicos de diferentes ministérios (metodistas, presbiterianos, etc), espiritualistas, umbandistas e outros argumentam, com base na Constituição Federal, para reivindicar também o seu espaço na programação. Ou, como tantos outros defendem, que a TV Pública seja laica. Encaminhei o assunto à direção da Cultura que, por sua vez, vai submetê-lo a deliberação do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta.’
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‘Caillou no ar’, copyright TV Cultura (
www.tvcultura.com.br/ombudsman), 15/10/04‘Atenção, crianças chorosas, pais nervosos e mães aflitas: a diretora de Programação, Rita Okamura, informa que o nosso Caillou é exibido aos sábados e domingos, ao meio-dia. No domingo passado, 10/10, não tivemos nosso herói em virtude da transmissão ao vivo do concerto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, com Nelson Freire ao piano, no Ibirapuera.’
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‘Em nome da clareza’, copyright TV Cultura (
www.tvcultura.com.br/ombudsman), 15/10/04‘A direção de Jornalismo da Cultura estuda a possibilidade de ‘fazer algum trabalho de fonoaudiologia com apresentadores e repórteres’, segundo a gerente Solange Serpa, em atenção a queixas de telespectadores sobre problemas de dicção e califasia de alguns profissionais. Heródoto Barbeiro, apresentador do Jornal da Cultura, agradeceu as críticas e prometeu ‘tomar mais cuidado na pronúncia das palavras’.’
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‘Orientação segura’, copyright TV Cultura (
www.tvcultura.com.br/ombudsman), 15/10/04‘Os cuidados com alterações na grade de programação da TV Cultura incluem contribuições valiosas de uma das mais respeitadas profissionais de pesquisa do país – a socióloga Fátima Pacheco Jordão. Ela assumiu recentemente o comando desse setor na emissora e tem conversado com diretores e coordenadores de todas as áreas. A competência, a experiência e a seriedade de Fátima são garantias de orientação segura. O público agradece.’