Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Rogério

“‘Eu não vim para explicar. Vim para confundir.’ Chacrinha, ex-apresentador de TV

Entrou em vigor na última terça-feira a Lei 12.403/2001 que muda 32 artigos do Código de Processo Penal Brasileiro. São mudanças drásticas cujo início da vigência estava previsto há dois meses. Portanto, não era segredo. Duas consequências imediatas surgiram. A primeira é a sensação de impunidade diante da possibilidade de um culpado responder por um crime longe das grades. A outra é a expectativa de alívio do sistema. Apesar do anúncio prévio, o início da lei passou quase despercebido no O POVO. O tema foi noticiado como manchete em Radar, na segunda-feira, em matéria de agência e sem qualquer destaque na capa. Na terça-feira, Política publicou matéria de meia página, focando a discussão sobre a situação de dois prefeitos acusados de corrupção e a opinião dos advogados de defesa de ambos. Houve um relato parcial sobre os efeitos da lei.

O leitor do O POVO que esperava mais informações saiu frustrado. Em dezembro, quando o projeto ainda estava em discussão, o jornal fez trabalho bem melhor mostrando as mudanças e a opinião de juristas. Mas é sempre bom lembrar: o leitor de hoje não é o mesmo de dezembro. Nem acompanha o jornal como capítulo de novela. Muitos desconhecem quais os ‘crimes leves’ relatados nas alterações. Falta ao jornal apresentar didaticamente a reforma e ampliar discussão com opinião de magistrados, membros da OAB, delegados e policiais.

Ainda dá tempo de investir bem mais na pauta. Será que a lei desafogará presídios e delegacias? E a população? O que ela acha – se é que conhece – das novas regras do jogo? Cabe à imprensa traduzir para o leigo e informar o real significado da nova lei. Mesmo com as alterações já em vigor, o jornal ainda tem boa oportunidade de mostrar que o crime continua não compensando.

Nada a declarar

‘Fico triste com o jornal. Não tem nem mesmo uma chamada na capa’. O desabafo é do leitor Ricardo de Campos que considerou pequeno o material dado pelo O POVO sobre denúncias de irregularidade envolvendo empresa do senador cearense Eunício Oliveira. A notícia foi manchete do O Estado de S.Paulo do último domingo. No O POVO foi manchete de página em Política, na segunda-feira. Procurado, Eunício disse que não iria se manifestar. E só. O jornal não mais tocou no assunto. Segundo o editor de Conjuntura, Guálter George, a cobertura obedeceu a critérios técnicos e jornalísticos. ‘É só vermos a pouca repercussão que teve no noticiário nacional, dominado pelo evento envolvendo o Ministério dos Transportes’. O editor disse que novos desdobramentos serão publicados ‘dependendo do que o caso apresentar’.

O estranhamento do leitor é justificável. Uma manchete em jornal nacional merece atenção especial da imprensa local. A explicação do editor também é justa. De fato, a saída do ministro mereceu toda atenção. O que não pode acontecer e deixar o fato cair no silêncio como quer o próprio senador. Há um histórico que merece ser apurado. A referida empresa já havia sido mencionada no ‘Mensalão do DEM’. Há três meses um servidor que trabalhava no gabinete do parlamentar foi acusado de extorsão. O parlamentar também disse que desconhecia o fato.

Aposta furada

Fazer uma ‘fezinha’ toda semana e sonhar com milhões é mania nacional. Mas e quando você abre o jornal, confere os números e joga fora uma aposta premiada? É para ficar indignado. Pois isso quase aconteceu com o leitor Kleber Nogueira na última quinta-feira, após conferir o resultado da Mega-Sena no O POVO e ver que não ganhou nada. Por sorte percebeu algo estranho: o jornal simplesmente repetiu os números do sorteio anterior. E não só da Mega-Sena, mas também da Quina e da Lotomania. ‘Ia jogando fora mais de R$ 600 da quadra que acertei!’ Outro leitor, Cláudio Almeida, também reclamou. ‘Isso é sério. Não pode haver brincadeira’. O erro foi corrigido no dia seguinte. Jacks Barros só viu o problema graças à correção. ‘Não há uma pessoa revisando? E não é a primeira vez, já não confio mais’. Essa é a pior parte: o fim da credibilidade. Qual deles voltará a conferir as apostas pelo jornal? Nem eu. Diante de tantos erros, melhor checar no site da Caixa Econômica, responsável pelos sorteios e fonte das informações que a Redação utiliza. Por enquanto, de forma errada.

Esquecido pela mídia: ‘Como anda projeto de instalação no Ceará de usinas de energia prometido pela espanhola Braener’

FOMOS BEM

CENSO 2010

Jornal soube ir além dos números, colocando o ser humano acima de tudo na análise dos números da pesquisa.

FOMOS MAL

ECONOMIA

Pouca agilidade na atualização dos dados dos Indicadores Econômicos.”