Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Rogério

‘Nenhum ano será realmente novo se continuarmos a cometer os mesmos erros dos anos velhos.’

Incentivar o questionamento dos fatos, as análises e os confrontos de discursos. Aproximar ainda mais o jornal do leitor, ampliando a pluralidade de opiniões. Esses foram os compromissos que assumi no dia 7 de janeiro de 2010, quando de minha posse como ombudsman. Compromissos que pautaram as avaliações internas diárias e as colunas externas semanais. O objetivo foi sempre com o aprofundamento dos temas e a qualidade na informação.

No meu primeiro contato com o público, escrevi: ‘Depois de 22 anos de vida diária em uma redação, atrás de pautas e notícias, o desafio de poder entrar em contato direto com o leitor me contagiou. Não somente o leitor das minhas matérias, da minha coluna. Mas de todo o jornal. Das mais variadas opiniões. Esse mistério é que me fascinou.’. E ainda lancei a questão:

‘Qual jornalista aceitaria uma tarefa como essa?’.

Pois bem. Eu aceitei novamente. Na próxima sexta-feira, no aniversário de 83 anos do O POVO, serei reconduzido para mais um ano como ombudsman ou ‘Defensor do Leitor’ como alguns preferem nomear. Tomam posse também os novos integrantes do Conselho de Leitores, reafirmando a tradição da empresa de manter os canais com a sociedade abertos.

Não há como negar a satisfação profissional – e pessoal – pela renovação do mandato. Se por um lado há a sinalização de que as metas definidas inicialmente foram cumpridas, por outro, existe o desafio de ampliar esses canais com o leitor, um sujeito não mais ‘tão oculto’ para mim, porém que ainda exerce o mesmo fascínio.

Da teoria à prática

O mistério em torno do que pensa o leitor ainda persiste. Descobri que ultrapassa muito daquilo que jornalistas discutem exaustivamente nas reuniões de pauta ou do que os professores teorizam nas universidades. Vai da indignação com a publicação feita pelo jornal do laudo pericial da menina Alanis, assassinada em janeiro, ou do pouco destaque ao aumento dos salários dos parlamentares, em dezembro, até a desconfiança das pesquisas eleitorais.

É verdade que grande parte dos leitores liga só para reclamar de erros. Alguns não sabem nem pronunciar a palavra ombudsman ou definir atribuições. Não importa. Em geral são falhas de informação, de digitação, de entrega do jornal e – infelizmente – da Língua Portuguesa nos textos. Esses são os piores. Mas há aqueles leitores – poucos – que elogiam, sugerem pautas ou simplesmente ligam para desabafar e trocar ideias. Em nome dessas ‘vozes’ e com a confiança da direção da empresa é que inicio mais um ano no cargo a partir do próximo dia 7. Um 2011 de renovação e reflexão.

Último balanço

O sexto e último balanço das atividades do ombudsman em 2010 registra um crescimento de 24% no número de atendimentos ao leitor – 189 contra 153. O período avaliado vai de 29 de outubro a 30 de dezembro e é marcado pela reforma gráfica do jornal, efetivada em novembro. Foram publicados ainda 68 Erramos, 17% a mais que no balanço anterior. Na próxima coluna mostraremos um resumo anual das atividades, desde o dia 8 de janeiro, quando iniciamos o primeiro mandato. Em novembro, o ombudsman participou ainda de debate no programa ‘A Verdade’, da TV União, sobre Conselho de Comunicação e Liberdade de Imprensa e do programa Narcélio Limaverde na FM Assembleia.

Esquecido pela mídia: Assassinato de ex-prefeito de Pereiro, Mardõnio Diógenes, em 31 de dezembro de 2009.