Thursday, 28 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Paulo Rogério

“‘A mensagem transmitida pelo título deve ser captada com naturalidade pelo leitor’ Edmund Arnold, jornalista e designer

‘A terra do Padim Ciço beliscando o centenário’, ‘Nem pássaro, nem avião: é o novo trem do Metrofor’ e ‘Leão do Pici vai a Beberibe a trabalho, não a passeio’. O que esses títulos têm em comum? Criatividade? Irreverência? Informação? Sim, todos esses ingredientes e outro que irritou uma assídua leitora do jornal há décadas: a localização. ‘Para um jornal com tanta tradição, tanta história, não se pode usar esse estilo coloquial. A primeira página é o retrato do jornal, exige uma linguagem mais culta’ desabafou ela sem querer ser identificada. Para ela a capa não é local para brincadeiras. ‘É coisa séria’.

Produzir bons títulos é uma das etapas mais delicadas na edição. É uma arte. No jornalismo impresso há limitações de espaço e a constante preocupação com linguagem e precisão, sem esquecer a criatividade e o interesse que irá despertar no leitor. Um título pode ser lido, em média, cinco vezes mais do que o texto. Em geral a leitura segue a sequencia título, foto, legenda, quadros e texto.

Critérios

O cuidado é redobrado quando os títulos são da capa do jornal. É ali que se define o estilo de uma publicação. A imprensa cearense teve durante os anos 90 dois jornais bem populares: Jornal da Rua e Hoje, ambos de curta existência. Títulos como os citados no início do texto cairiam bem nessas publicações, não no O POVO. E aqui ressalto não ter nada contra o jornalismo popular, mas tudo contra ‘exageros’ para chamar a atenção, ainda mais na capa.

O estranhamento da leitora é compreensivo. Que mensagem é repassada ao se afirmar que Juazeiro ‘beliscou’ o centenário? Nem mesmo na matéria interna há o espírito descontraído que é anunciado. A chefia de Redação discorda da leitora. ‘Respeitamos, porém, consideramos que o coloquial facilita a leitura. O excesso, claro, prejudica. São os riscos que corremos ao fazer um título que possa chamar a atenção. Nada que não possa ser ajustado’.

Informar para formar

O que é Sintepav? A pergunta foi feita pelo ombudsman na avaliação interna diante de uma breve publicada em Economia, na quinta-feira. A explicação da autora da matéria foi rápida e voltei a indagar: Você vai mandar e-mail para todos os leitores que ficaram sem saber a informação? A observação gerou um interessante debate sobre a necessidade ou não de explicar as siglas. Para resolver dúvidas como essa O POVO tem um Guia de Redação e Estilo. Ele é claro: ‘Adota-se como norma escrever a denominação por extenso, seguida da sigla em parênteses. A partir da segunda referência, no mesmo texto, pode-se usar somente a sigla’. Mas parece que o guia já não tem mais tanta força.

Na troca de e-mails houve quem afirmou que o manual não dá conta de tudo – o que não deixa de ser verdade. O atual é de 2002, mas é o único referencial. Consultei outros manuais – Folha e Estadão. A norma é repetida. O curioso é que o Sintepav recebeu, dois dias antes, denominações diferentes. Uma em Economia, a correta – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem em Geral no Estado do Ceará – e outra em Esportes, errada – Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada. Prova que nem só os leitores necessitam da informação.

Pluralidade

A editoria de Opinião realizou uma enquete, domingo passado (12), com a seguinte pergunta ‘Dia dos Namorados: consumismo ou romantismo?’ O leitor Ireleno Benevides criticou a seleção dos nomes. ‘A maioria trabalha no comércio. Parece que foi até direcionado’. Participaram da enquete o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Ceará, o presidente do Sindilojas Fortaleza, um consultor de marketing e outro do Sebrae e uma professora de filosofia. Ironicamente os três primeiros defenderam o romantismo. A professora, o consumismo e outro, um meio termo. Segundo a editora de Opinião, Manoella Monteiro, normalmente oito nomes são convidados. ‘Buscamos mesclar estes nomes com sugestões da redação e do noticiário’. Ela admite que possa acontecer ‘um desequilíbrio’ porque nem todos dão retorno.

Esquecido pela mídia

Inquérito que apura sumiço de 34 armas de quartel da PM, em Caucaia, em novembro de 2009.

FOMOS BEM

QUÍMICA DO BEIJO

Ciência & Saúde trouxe um novo enfoque sobre o simples ato de beijar

FOMOS MAL

RÉVEILLON EM FORTALEZA

Jornal não deu nada sobre decisão do TCM que condenou ex-secretário por irregularidades nas festas de 2007 e 2008”