Thursday, 28 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Paulo Verlaine

‘Desde o início da campanha eleitoral, O POVO publica, em quadros e dados de pesquisas de intenção de votos, bonecos representando os candidatos (as) à Prefeitura de Fortaleza em vez de fotografias dos políticos (as). A inovação, como é natural, agrada a alguns eleitores e a outros não. Alguns sentem dificuldade em reconhecer os candidatos.

É o caso de uma leitora, que pediu anonimato. Ela questiona: ´Quem inventou esta doideira de botar uns bonecos no lugar da foto dos candidatos a Prefeito? No meu entendimento, um jornal tem que ser objetivo e claro, e aquelas ´marmotas` são um empecilho para que o eleitor/leitor reconheça os concorrentes. Que ´diabéisso´? É cada modernidade…`

Resposta da Arte

Do editor de Arte do O POVO, jornalista Gil Dicelli, recebemos os seguintes esclarecimentos ao questionamento feito pela leitora:

´Não é de agora que O POVO, em suas eleições, investe na ludicidade. Quem é leitor do jornal sabe que há anos é marca registrada da arte propor soluções inovadoras para apresentação desse conteúdo, às vezes muito sisudo.

Quero deixar claro que essas inovações não surgem do nada, têm fundamento. Só para fazer um retrospecto, já utilizamos em outros momentos eleitorais: caricaturas, colagens, fotomontagens, enfim, sempre seguindo com coerência a proposta de levar ao leitor um produto de qualidade e de forma leve e criativa.

Neste ano, especificamente, estamos trabalhando com os chamados Toy Papers, brinquedos de papel em tradução livre. Os toy papers voltaram com força total junto com a explosão de uma nova forma de arte, chamada de Toy Art, surgida na década de 90, no Japão e que se espalhou pelo mundo. A toy art se refere a brinquedos assinados por designers, com número limitado de edições e voltados para ´kidults` (Kids + adult, adultos que admiram e colecionam este tipo de arte).

Ampliando um pouco nossa lente, podemos dizer que este recurso é comum também na TV, revistas, além de outros jornais pelo mundo. Basta lembrarmos recentemente da capa da revista The New Yorker que trouxe uma charge do candidato americano Barak Obama em sua capa. Foi um escândalo, literalmente!

A escolha pelo não uso de fotos é consciente e não óbvia. A Arte do O POVO orgulha-se de apostar em novas linguagens e faz isso com vistas aos seus diversos leitores, jovens e adultos. Não é à toa que O POVO foi citado internacionalmente em blogs conceituados como Visualmente e SND Latina (especilizados em arte para jornais), por seu trabalho inovador em relação as eleições municipais deste ano.

O uso de artes (seja da charge, da infografia, das fotomontagens etc) não faz com que o jornal perca seu caráter objetivo e claro, pelo contrário, em muitos casos reforça esses conceitos e ainda agregam outros mais (ludicidade, crítica, denúncia…).

O mundo é para ser lido, seja através de textos, fotos, desenhos, imagens enfim. Quem nos lê, verá´.

Gil Dicelli informa ainda que os toy papers do projetos foram criados pela infografista Cecília Andrade com técnicas de arquitetura de papel.

Do ombudsman: Nada contra as inovações e a editora de Arte do O POVO é reconhecida nacional e internacionalmente pelo seu trabalho. Mas a leitora chamou a atenção para o fato de os bonecos, ou toy papers como prefere Gil Dicelli, dificultarem a identificação dos candidatos. Neste ponto, acho válida a observação.

Online x impresso

Do jornalista e professor Gilmar de Carvalho recebemos questionamento: ´Um ponto intrigou-me na leitura de O POVO (edição de 14 de agosto): algumas notícias das colunas (falo, especificamente, da ´Vertical´) saem apenas na versão on-line e estão fora, obviamente, da versão impressa do jornal.

Qual a lógica? Qual o sentido? O que estão querendo? Nos forçar a ler na internet e comprar o jornal? Trata-se de uma proposta lúdica? Ou é para criar uma hierarquia?

O que sai apenas na versão on-line vale menos que o que é publicado?

Fico inquieto, do ponto de vista ético (com esse jornal ´simulado´) e do ponto de vista mercadológico (com uma ´mercadoria` camaleônica).

O editor-chefe-executivo Erick Guimarães explica: ´Isto acontece geralmente com o material (notas) que sobra das colunas, por questão de espaço. Para aproveitar as informações, muitas delas válidas apenas para aquele dia, utilizamos o chamado ´conteúdo extra´, que sai no portal OPOVO.com.br`

Anti-semitismo

Saulo Tavares, da Associação Israelita Cearense, citando o jornal Alef, do Rio de Janeiro, chama a atenção para o crescimento do anti-semitismo no mundo: ´Camisetas femininas com mensagens anti-semitas estavam disponíveis em uma loja de Belleville (nordeste de Paris), mas foram retiradas rapidamente de venda depois da denúncia da Agência Nacional de Vigilância contra o Anti-semitismo´.

Acrescenta: ´As camisetas tinham as inscrições em alemão Juden eintritt in die parkankagen verboten e em polonês Zydom wstep do parku wzbronionyio (´Entrada no parque proibida aos judeus´) e reproduziam imagens do gueto de Lodz, na Polônia´.

Crack

Tânia Alves, editora-executiva do Núcleo de Cotidiano, manda-nos esta mensagem: ´Gostaria de fazer um pequeno reparo na nota de sua coluna de domingo último. Não foi a primeira vez que a gente abordou o assunto crack. O repórter Marcos Cavalcante fez uma série de matéria sobre o assunto em junho de 2007. Foi inclusive manchete do jornal. Nós estamos voltando ao assunto e não começando a abordá-lo´.

Até domingo.’