Em sua coluna de domingo [25/5/08], a ombudsman do Washington Post, Deborah Howell, falou sobre o perfil das páginas editoriais do diário. Segundo ela, as opiniões expostas no Post refletem os pontos de vista de homens brancos, não havendo uma quantidade significativa de opiniões de jovens, de mulheres ou de minorias. Por esta razão, Deborah acredita que este espaço precisa de mais diversidade.
Este ano, até a quarta-feira da semana passada, foram publicados 654 artigos de opinião no Post: 575 escritos por homens, 79 de autoria de mulheres e 80, de minorias. A falta de diversidade é uma questão de tradição do diário, pois seus colunistas de longa data são homens brancos de mais idade. As páginas editoriais, em geral, publicam cinco artigos ao dia – quatro são dos colunistas regulares.
Mapeamento
Outra razão para a pouca diversidade é, de fato, a falta de artigos enviados por mulheres e negros. Autumn Brewington, editora das páginas editoriais desde 2007, diz que gostaria de receber mais material de mulheres, representantes de minorias e jovens. De cada nove homens, uma mulher envia algum artigo para a seção. ‘Fico ansiosa para ler artigos de mulheres, mas não vou aceitar qualquer material só porque foi escrito por uma mulher. Geralmente, buscamos comentários sobre alguma pessoa que é notícia ou alguém que seja especialista em determinado assunto’, explica.
Dos 19 colunistas que escrevem semanalmente ou duas vezes ao mês para o Post, 17 são homens. Apenas Ruth Marcus e Anne Applebaum têm espaços regulares. Dois colunistas, Colby King e Gene Robinson, são afrodescendentes. Fareed Zakaria nasceu e foi criado na Índia. Dos quatro colunistas que escrevem mensalmente, três são homens brancos – Peter Beinart, Richard Holbrooke e Robert KagNa. Apenas uma é mulher: Masha Lipman. Beinart é o único colunista regular do Post com menos de 40 anos.