‘A americana Terri Schiavo, a mulher que ficou 15 anos em coma, e cujos últimos dias de vida se transformaram em uma espécie de novela acompanhada pelo mundo inteiro, morreu às 10h05min (horário de Brasília) de quinta-feira (31/3). Imediatamente, a notícia estava na internet, em todos os sites jornalísticos, com remissões e a repercussão sobre o caso. Os veículos impressos deram a notícia quase 24 horas depois. Na manhã da morte de Schiavo, jornais do mundo inteiro foram distribuídos para seus leitores informando sobre o desesperado apelo dos pais dela a um tribunal pedindo o religamento dos aparelhos que mantinham a filha viva, em estado vegetativo.
Notícias sobre a doença do papa João Paulo II também são acompanhadas minuto a minuto pela internet, enquanto os jornais dependem de um intervalo de 24 horas para divulgá-las. É certo que, antes da existência da internet, as notícias podiam ser dadas em tempo real pelo rádio e pela televisão. Mas sempre se considerou que esses meios não tinham condições de ‘aprofundar’ e contextualizar a informação, papel reservado aos jornais. Esse problema não existe na internet, que pode manter remissões, explicações e esclarecimentos em suas páginas virtuais, detalhando a informação.
O surgimento de um novo meio de comunicação não liquida os precedentes, como prova o nascimento do rádio, que não acabou com o jornal impresso, e nem a televisão levou ao desaparecimento rádio. No entanto, a internet cria um novo paradigma, pelo dito acima. O jornal impresso não desaparecerá, por certo, mas terá de passar por boas transformações. Como fazê-las é pergunta a ocupar a cabeça de jornalistas e empresários, proprietários desses meios.
Uma das questões que parece estar se tornando consenso é que a qualidade do jornalismo oferecido ao público será fator determinante a definir quais jornais resistirão ao grande sismo. A era dos penduricalhos – o oferecimento dos mais variados brindes para ‘seduzir’ o leitor, a ‘permuta’ com restaurantes, bares e outros tipos de comércio para a entrega de exemplares gratuitos a clientes –, felizmente, parece estar chegado ao fim, pelo menos para os periódicos mais sérios. Estes terão de investir naquilo que é a razão de ser da imprensa: um bom texto, boas reportagens, notícias de interesse público e bem apuradas, e, além disso, os jornais terão de ser um guia com a propriedade de mostrar um caminho na balbúrdia de informações a sufocar as pessoas a cada segundo. Ou seja, têm de valer pelo que está escrito.
O jornal e os torcedores
São freqüentes e-mails e telefonemas ao ombudsman, ora reclamando que a editoria de Esportes do O Povo ‘torce’ para o time do Ceará, ora falando de sua suposta simpatia pelo Fortaleza. Alguns citam uma ou outra edição para ‘provar’ que este ou aquele time foi ‘favorecido’ nas reportagens. A todos, respondo que a orientação na editoria, como de resto a todo o jornal, é manter a isenção na abordagem de qualquer assunto. Sou testemunha, no período em que passei na redação, da postura profissional dos jornalistas. Sugiro também aos leitores não tomarem uma única edição para formar juízo. É claro, quando determinado time ganha um jogo, as notícias a respeito da partida são ‘positivas’ ao vencedor. Concordo, no entanto, que deslizes podem ser cometidos e, quando o são, o melhor caminho é reconhecê-los claramente e fazer a correção.
Na página
Entrou no ar esta semana a página do ombudsman na internet. Nela, poder-se-á ler as colunas semanais, os documentos que orientam a relação do jornal com a sociedade e os leitores, o nome dos que ocuparam a função anteriormente, com suas respectivas colunas. Também está à disposição uma biografia da ombudsman emérita do jornal, a professora Adísia Sá. A página poderá ser vista no endereço (www.noolhar.com/opovo/ombudsman), portal no olhar (www.noolhar.com).
Cronista de escol
Por diversas vezes reclamei, em comentários internos, da falta de revisão nas crônicas de Airton Monte, publicadas na editoria Vida & Arte; não nos seus escritos, sempre em português original e escorreito. É que o jornal trabalha com dois programas de computador, um para a redação dos textos, outro para a diagramação. Na passagem de um para outro, o programa diagramador não reconhece algumas marcações, como travessão ou aspas, substituindo-as por estranhos sinais. Na edição de 1º/4, quem fez a revisão resolveu ir além da ‘limpeza’ dos símbolos indevidos. O cronista escreveu, logo no início de seu texto: ‘Uma caríssima amiga minha, psicanalista de escol…´, o corretor, talvez desconhecendo que a palavra signifique ‘da melhor qualidade’, substituiu-a por ‘psicanalista de escola´. Anoto em deferência ao cronista, pois já vi tal ‘correção’ em outra Coluna, e ele, por humildade ou por achar que não valia a pena apoquentar-se, quedou-se quieto.
Balanço
Abaixo, um quadro com o balanço dos atendimentos do ombudsman no mês de março. Os número são parecidos com o do mês de fevereiro, quando foram feitos 93 atendimentos, sendo 95 em março. Aumentaram os comentários/sugestões de pauta, de 40 para 48; reduziram-se as críticas, de 23 para 15; mas aumentaram os erros apontados pelo leitor, passando de 16 para 21. Os elogios caíram de 12 para 9. Mantiveram-se em duas as reclamações de problemas com a assinatura do jornal. Aumentaram as correções feitas na seção ‘Erramos’, que passaram de 46 em fevereiro para 69 em março. O levantamento dos erros corrigidos é feito pelo Banco de Dados.
Atendimentos do ombudsman – março de 2005
Total de atendimentos: 95
E-mail: 52
Telefone: 38
Cartas: 1
Pessoalmente: 2
Fax: 2
Erros corrigidos
Total de erros corrigidos: 69
Buchicho – 6
Ceará – 2
Ciência & Saúde – 1
Clubinho – 1
Cotidiano – 14
Economia – 8
E-mais – 1
Esportes – 5
Guia Vida & Arte – 1
Mundo – 3
Opinião – 3
Primeira Página – 3
Política – 6
Últimas – 4
Viagem & Lazer – 11
Atendimentos por assunto
Comentários/ sugestões de pauta: 48
Reclamação sobre assinatura: 2
Críticas: 15
Erros apontados: 21
Elogios: 9′