Friday, 15 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Rita Célia Faheina

‘O assunto foi manchete de segunda-feira, 13, a sexta-feira, 17 (dia em que redijo esta coluna). Os jornalistas Cláudio Ribeiro e Demitri Túlio, da equipe de repórteres especiais, denunciaram, em matérias exclusivas, desvios de conduta de alguns policiais (não do batalhão como consta na chamada, texto abaixo da manchete de terça-feira, 14) do Programa Ronda do Quarteirão. Casos que estão sendo apurados pela Corregedoria Geral dos Órgãos de Segurança Pública.

Namoro dentro do veículo (Hilux), abuso de autoridade, espancamentos, extorsão, destruição de equipamentos do carro, execuções e estupro. Fatos que constam nos procedimentos encaminhados à Corregedoria, segundo as matérias que foram muito comentadas durante a semana pelos leitores. Vários elogios e comentários dos blogueiros que acessaram o Portal O POVO Oline. Leitores também ligaram para a ombudsman e enviaram e-mails. Elogiaram as reportagens, mas também fizeram críticas. Ressalto algumas:

‘Houve momentos (nas matérias) em que todos os componentes do batalhão foram envolvidos e é como se todos os policiais militares do Ronda tivessem culpa dos episódios’, diz um leitor entre outros que pediram para que seus nomes não fossem divulgados.

‘Há policiais sérios, corretos. As críticas devem ser feitas, mas tem de ver também o lado humano. O policial que trabalha com baixos salários e risco de vida’, disse uma leitora. E acrescenta que falta é a valorização dos policiais.

Outro afirma que o que está errado tem de ser corrigido, investigado, mas ‘as reportagens não mostram os bons exemplos e o leitor tem a impressão de que todos praticam atos de violência ou desrespeitam as pessoas’.

NÃO ALIMENTAR

Na segunda reportagem ‘Ronda sob investigação’ (edição de terça-feira, 14) leitores reclamaram da manchete ‘Não deem alimentos, diz coronel’ e do título da matéria (pág. 9) ‘Evitem dar alimentos’. Leitor comparou a frase com a que se vê estampada em zoológicos, por exemplo, ‘não deem alimentos aos animais’.

O leitor, que se identificou como Vicente Barbosa, disse que ficou indignado com a série de matérias contra o Ronda do Quarteirão porque maculou a imagem dos policiais junto à população. ‘Essa postura só prejudica a moral da corporação, pois manchetes como ‘Não alimentem ‘ são ofensivas para quem escreve e para quem lê. Vicente diz que o Ronda tem prestado um serviço inestimável à Cidade, por isso lamentou a conduta do jornal.

‘As denúncias podem existir e devem ser apuradas, mas também temos que ver o lado das pessoas. Eles (os policiais) estão trabalhando longe das famílias, ganhando um vale refeição de R$ 4,70. Onde se come com este valor?, pergunta uma leitora e observa também que os policiais não foram ouvidos, mesmo sem serem identificados.

Os repórteres Cláudio Ribeiro e Demitri Túlio enviaram uma resposta à ombudsman bem ampla e sem condições de publicar, por isso tive que reduzir podendo ser retomada na próxima coluna. Dizem que ‘a matéria não teve intenção deliberada nenhuma de querer macular a imagem da corporação. O POVO obteve a informação, trabalhou nela, checou, confirmou e publicou. Fatos. Fizemos jornalismo. Corregedoria, SSPDS, Palácio Iracema, nenhum dos órgãos negou o teor das denúncias feitas e que já eram objeto de sindicâncias internamente. O jornal foi responsável com a informação. Sobre a manchete citada, peço que procure a Chefia ‘(os repórteres se referem à chefia de redação que também terá espaço na próxima coluna).

‘De antemão’, explicam Cláudio e Demitri, ‘a frase não é nossa, não foi inventada. Foi dita pelo oficial que coordena o batalhão Ronda do Quarteirão, coronel Joel Brasil, como está dito na matéria. Foi uma entrevista dada por ele na rádio O POVO/CBN. Reproduzimos obedecendo critérios jornalísticos. A série ‘Ronda Sob Investigação’ exalta a qualidade do programa de segurança. Os interesses que estão às claras na matéria (não escondidos, como o leitor insinua) são o de mostrar desvios de conduta muito graves no batalhão, cometidos por alguns dos policiais que o integram. Sem generalizações. E de deixar transparente a realidade de um programa valoroso’.

E continuam: ‘Sobre os policiais não terem sido ouvidos, estamos trabalhando nisso. A parada das viaturas nas proximidades de restaurantes foi tratada na série. O POVO não superdimensionou o fato. É que o tema mexe com o cotidiano e a audiência da matéria acabou sendo grande’.

COLUNA DO SIMÃO

Leitor reclama que a coluna do José Simão publicada no caderno Vida & Arte deixou de sair e não foi informada razão. ‘Considero O POVO um dos melhores jornais do País e não consigo entender a falta de atenção com o leitor’, disse. Teve ainda uma reclamação sobre notas iguais da coluna da edição de sexta-feira, 10, e da que foi publicada na terça-feira, 14. De fato, a coluna era quase igual. Mudava pouca coisa.

O editor-executivo do Núcleo de Cultura & Entretenimento, Émerson Maranhão diz que a coluna não estava sendo publicado porque José Simão estava de férias. Quanto à repetição informou que na terça-feira é publicada, no O POVO, a coluna que ele escreve para a edição de domingo, em que costuma fazer um apanhado das piadas que publica ao longo da semana.’