Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Rita Celia Faheina

‘As duas palavras do título foram publicadas assim mesmo no O POVO, na edição do último dia 18. E são palavras escritas com frequência em matérias do dia a dia, por isso não se justifica o erro grosseiro. Entre as reclamações que recebi, cito a do leitor Máriton Miroslav Queiroz Maia que disse observar erros diários no jornal. Ele se indignou com as grafias erradas de AGRESSÃO e AMEAÇA no infográfico (quadro informativo com textos e ilustrações) que acompanhava a matéria sobre Violência nas Escolas, que tinha como título ‘Quando a violência interfere na educação’.

Máriton Miroslav considerou um absurdo deixar passar erros dessa natureza quando um dicionário por perto poderia ajudar quem estava escrevendo. E ele tem razão. Basta uma leitura mais atenta para ir anotando palavras escritas de maneira errada e que facilmente poderiam ser corrigidas. Exemplos bem recentes: ‘Eles reiteradamente se esqueceram do povo, DELAPIDARAM o patrimônio público com privatizações’. O verbo foi assim escrito na matéria com o título ‘Em discurso, Dilma chama oposição de patética’ (pág. 2 da edição do último dia 7) quando a grafia correta do verbo é ‘dilapidaram’. Na mesma edição, na notícia intitulada ‘Justiça acata denúncia de tentativa de estupro e tortura’ (Fortaleza, pág. 8), ‘muletas’ foi grafada MOLETAS.

O leitor pode até achar enfadonho repetir o mesmo assunto nesta coluna, porém não posso deixar de chamar atenção dos repórteres e editores para que tenham um maior cuidado na correção das matérias, quadros e infográficos. Na semana passada, termos jurídicos que já tinham sido citados nesta coluna, no início do mês passado, e bem definidos por pessoas da área, voltaram a ser confundidos: MANDADO e MANDATO. O leitor Rafael Caneca anotou o erro na edição da última quarta-feira, 25, pág. 4 (Fortaleza), onde estava escrito que ‘no último sábado, um oficial de Justiça foi à casa do publicitário (Emílio Moreno) com um MANDATO de penhora’.

O correto é MANDADO de penhora. Veja a explicação dada por Rafael Caneca, que é assessor jurídico especial do Ministério Público do Estado do Ceará (MPE): ‘Sobre mandatos e mandados de segurança, em poucas palavras, o mandato diz respeito a cargos eletivos; o mandado de segurança, por sua vez, é uma ordem. Por isso é que se fala que o mandato do presidente é de quatro anos (e não o mandado). Dessa forma, o mandato sempre vai se referir a cargos eletivos; o mandado, a ordens judiciais – diferença sutil, mas, ainda assim, uma diferença’, lembra, mais uma vez, o leitor.

A grafia do nome do presidente iraniano é outra coisa que leitores reclamam com frequência. Vez ou outra está sendo corrigida na seção ‘Erramos’. Na edição da última quarta-feira, por exemplo, na pág. 28 (Mundo), em uma notícia breve sobre a rápida passagem do presidente daquele país à Bolívia (na foto sendo recebido pelo presidente Evo Morales) estava escrito Mahmud Ahmedinejad. No editorial, sobre a visita do presidente iraniano ao Brasil, saiu grafado Mahmoud Ahmadinejad. Perguntei , no comentário interno, qual o correto e obtive a resposta que o jornal padronizou a grafia do nome do presidente do Irã como Mahmud Ahmedinejad. O editorial é que estava errado.

Breves

Mesmo nas notícias breves (denominadas, no O POVO, de ‘2 min’, quando não há fotos e ‘2 min visuais’, texto e imagem), com poucos dados sobre determinado fato, não é raro encontrar erros. Um exemplo é a nota que saiu na edição da última segunda-feira, 23, na página de Ceará, com o título ‘Barro’ (o município que fica na Região do Cariri). A notícia se referia às comemorações dos 56 anos de emancipação política. E informava que ‘hoje o município abriga cerca de 20 mil habitantes em uma pequena área de apenas 698 quilômetros quadrados’.

Ora, com essa área, o município é muito pequeno mesmo, mas a informação não é verdadeira. Segundo consta no Anuário do Ceará 2009, elaborado por O POVO, a cidade de Barro tem uma área total de 709 mil e 655 quilômetros quadrados e 21.429 habitantes (população estimada de 2008). Um leitor perguntou por que o jornal tem uma fonte de consulta que não é usada pelos repórteres. De fato, o Anuário do Ceará traz informações completas sobre todos os municípios cearenses e é disponibilizado, no jornal, para consultas.

Mais dois exemplos de descuidos nos ‘2 min’ nas páginas do GOL!. Na edição do último domingo, 22, uma notícia informava: Fortaleza sedia, entre 26 e 19 de novembro, os Jogos Regionais do Sesi. Como os jogos podem começar no dia 26 e terminar no dia 19 do mesmo mês? E, na edição do dia seguinte, 23, na pág. 4 do GOL!, os 2 min com o título ‘Inter’ informava que o time gaúcho havia derrotado o Atlético e o resultado o colocava na terceira posição (da série A) com 59 pontos – dois a menos que o São Paulo e 3 a menos que o Flamengo. No quadro de Classificação, na mesma página, a informação correta: o Inter estava sim no terceiro lugar com 59 pontos, mas a 3 pontos do líder São Paulo e a dois do Flamengo.

Diante de tantos erros, Máriton Miroslav sugere que O POVO crie um Conselho de Revisores para acompanhar diariamente a edição do jornal. A sugestão foi encaminhada à chefia de Redação.’