Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Rita Celia Faheina

‘Na próxima quinta-feira, 7, fica encerrado o meu mandato como ombudsman. Completo um ano no cargo de Ombudsman do O POVO e retorno à redação como editora-adjunta do Núcleo Cotidiano o mesmo cargo ocupado pelo ombudsman que assume, o jornalista Paulo Rogério.

A renovação do ombudsman é importante porque permite que outros passem por esta experiência e compartilhem com os leitores, uma maior atenção e acompanhamento das matérias publicadas diariamente. E exerçam mesmo a função de ‘representante do leitor’, encaminhando as reclamações e sugestões; cobrando a correção dos erros, falhas, imprecisões e direito de resposta.

Sem dúvidas, foi uma grande experiência profissional. Aprendi muito com os leitores. Ser ombudsman me permitiu ler com mais atenção o jornal todos os dias e conhecer os diferentes tipos de leitores. Os que gostam mais das matérias policiais, políticas, econômicas, esportes , cultura, os que só acompanham a vida dos artistas, resumo das novelas ou leem diariamente o horóscopo.

Estou convencida de que o leitor do O POVO é muito atento e não deixa passar nada. Muitos elogiam a função de ombudsman no jornal e dizem até que se um dia O POVO extinguir essa função perdem o interesse pelo jornal. Durante o ano de 2009, e até este domingo, 3, elaborei 354 comentários internos enviados à redação, sem contar os comentários extras (enviado durante o dia quando o assunto é de relevância e deixou de ser encaminhado no comentário principal). Até quinta-feira, terei completado 358 comentários.

Só deixei de ler o jornal e fazer as análises matinais, quando participei, nos meses de julho e novembro passados, de dois seminários internacionais de ouvidores e ombudsmans promovidos pela Ouvidoria-Geral da União. Um em Fortaleza (julho) outro em Brasília-DF (novembro). No mesmo período, também foram publicadas 51 colunas aos domingos (contando com a de hoje).

Na última coluna do meu mandato, cito os assuntos que foram motivos do maior número de reclamações desde o dia 8 de janeiro quando assumi o mandato. Em primeiro lugar, a Central de Atendimento ao Leitor e ao Assinante. O telefone (85) 354 1010 que é divulgado na capa da edição diária do O POVO, segundo os leitores, tem falhas e muitos dizem que passam horas ligando e não conseguem atendimento.

Além dos que ligam para reclamar que o jornal não chegou, que não receberam o exemplar, que renovaram a assinatura e o jornal não está sendo entregue, há os que ligam para perguntar sobre como proceder para comprar um produto do jornal ou querem fazer um elogio. Terminam por ligar para o telefone da ombudsman (3255 6181) também publicado diariamente na capa do jornal. ‘Trata-se de um péssimo atendimento (da Central). A gente liga, escuta música, digita vários números e quando consegue atendimento, desligam o telefone’, indigna-se o leitor Dário Pereira Bandeira que queria comprar uma coleção dos fascículos para concursos.

O diretor de Mercado Leitor, Victor Chidid, diz que ‘o problema do atendimento da Central de Relacionamento está diretamente relacionado aos atrasos na impressão do jornal. A Central é dimensionada para atender as demandas normais dos assinantes; em casos de atrasos esta demanda aumenta e não conseguimos atender satisfatoriamente aos nossos assinantes. O mesmo problema ocorre com a entrega dos exemplares, pois não conseguimos cumprir o compromisso de entrega – 06:30h.Para solucionar de vez este problema, todas as áreas envolvidas diretamente na produção do jornal – Redação, Comercial, Industrial e Mercado Leitor- estão trabalhando para ajustar procedimentos e processos, já com resultados bastante satisfatórios. 2010 vai ser diferente!’, promete.

Erros

Em segundo lugar, os leitores reclamam das incorreções. Não é para menos que as colunas que apontaram os erros foram as que mais obtiveram retorno dos leitores. Descuidos na ortografia, escorregões na concordância e pontuação foram os maiores problemas. Mas também houve erros de informação considerados ‘imperdoáveis’ pelos leitores. José Mota Lisboa, por exemplo, disse ver com frequência erros de português, de digitação, textos confusos.

O leitor César Augusto Filho ressaltou a importância do jornal na sua vida dizendo que desde criança se acostumou a folhear observando as notícias e aprendendo a aprimorar sua leitura e escrita. Teve uma época que não tinha condições de comprar O POVO e buscava nas bibliotecas. Disse que foi ‘uma paixão que se tornou um casamento’. Ele lamenta os erros, até da apuração de informações e pede maior atenção aos repórteres.

Por fim, espero que o jornal repense o erro de ter acabado com o Clubinho, espaço infantil perdido pelos leitores no início do ano passado e que estava incluído no projeto O POVO na Educação. É um projeto de suma importância porque leva o jornal para a sala de aula e são bem produtivos os trabalhos feitos pelos alunos e professores. Na minha opinião o projeto é pouco divulgado pelo jornal que deixa de mostrar as oficinas, o aprendizado dos alunos com a leitura e interpretação das matérias publicadas.

Abraços, leitores. Boa sorte, Paulo Rogério.’