Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Rui Araújo

‘O Publico.pt não é apenas uma forma prática de aceder à informação do jornal. Permite também uma ligação (sic) mais rápida, mais completa e, por vezes, mais sociável com os leitores.

Os números médios mensais do ‘site’ (segundo o Departamento Comercial do próprio jornal) são eloquentes:

** mais de 13 milhões de ‘pageviews ‘;

** 6 milhões de ‘pageviews’ na ‘homepage’;

** mais de 500.000 utilizadores únicos.

O Público on-line suscita, necessariamente, uma parte significativa das mensagens enviadas ao provedor.

Comentários sim

‘Sou assinante do Público on-line e enviei ontem, dia 23 de Novembro, por volta das 15h, um comentário a uma notícia publicada na coluna ‘Últimas Notícias’ às 14h12, sobre a situação no Iraque.

De acordo com o que vem expresso nas regras do vosso jornal, os comentários dos assinantes são publicados ‘imediatamente sem ser submetidos a qualquer validação da equipa editorial do Publico.pt’.

Ora aconteceu que, mais de uma hora depois, não tendo o meu comentário sido publicado, telefonei para o número de apoio a clientes e reclamei desta situação. Foi-me, depois, enviado um mail informando que a questão tinha sido encaminhada para a área técnica que me daria uma resposta o mais brevemente possível. Porém, não só essa resposta nunca chegou, como o meu comentário à notícia só foi publicado quando esta já tinha desaparecido da coluna ‘Últimas Notícias’, deixando, portanto, de estar acessível à leitura pública. Eu própria só a li porque tinha guardado a página.

Pergunto: qual é, assim, a vantagem de ter uma assinatura on-line? Se é apenas ler o jornal através do computador, posso-o fazer noutros jornais de leitura grátis. Se o que comento é censurado, pois assim me pareceu esta retenção, não será, por certo, este o jornal que me interessa assinar nem ler.

Outro problema que, por vezes, acontece nesta edição on-line é a deficiente apresentação gráfica das notícias ou, mesmo, a ausência delas como, por exemplo, a de toda a secção ‘Espaço Público’ num dia de uma das últimas semanas.

Creio que os leitores on-line devem merecer a mesma exigência de tratamento por parte do jornal.

Deixo, pois, à sua consideração este meu desabafo, ciente de que tudo fará pela melhoria das condições de funcionamento desta edição do Público’, escreve Augusta Clara de Matos, uma leitora de Lisboa.

Pedi um esclarecimento ao responsável do Publico.pt.

‘1 – Os comentários dos assinantes do Publico.pt às notícias do serviço ‘Última Hora’ são de facto publicados automaticamente, sem aprovação ou edição prévia por parte da Redacção.

Isso não significa que os comentários não possam ser editados ou retirados ‘a posteriori’, de acordo com os ‘Critérios Para Publicação de Comentários dos Leitores’ que constam da página http://www.publico.clix.pt/homepage/site/contactos/criterios/Comentariosartigos.asp.

A publicação é feita por um programa informático – sem qualquer intervenção humana.

Não são lidos nem vistos previamente por ninguém. Para que isso aconteça, porém, é necessário que o assinante faça o seu login, de forma que o sistema saiba que o leitor que está a enviar o comentário é um assinante.

Se o assinante não fizer previamente o seu login, o seu comentário irá para uma fila de espera para ser editado e aprovado. Se existe um atraso na publicação de um comentário de um assinante que fez o seu login, isso é devido a um problema técnico – o que é raro acontecer, mas acontece. É frequente que um assinante não veja o seu comentário aparecer simplesmente porque não tornou a ‘carregar’ a página. É necessário fazê-lo para que o conteúdo da página seja refrescado. Se o que aconteceu desta vez foi de facto um problema técnico e não um esquecimento de refrescar a página é evidente que se tratou de um erro nosso pelo qual só posso apresentar as nossas desculpas à leitora.

2 – As notícias do serviço ‘Última Hora’ e os respectivos comentários publicados nunca deixam ‘de estar acessíveis à leitura pública’.

O que acontece é que, passadas umas horas, deixam de estar destacadas na primeira página, pois são substituídas por notícias mais recentes. É evidente que isso retira visibilidade às notícias e aos seus comentários, mas é um problema inerente ao próprio fluxo de notícias. Mesmo quando a notícia deixa de estar destacada há várias maneiras de aceder a ela: folheando as secções do serviço ‘Última Hora’, através dos links das notícias relacionadas ou dos dossiers onde ela esteja incluída, através da pesquisa do site ou de um motor de busca, através dos tops de notícias.

3 – Quanto às vantagens de ser assinante do Publico.pt elas vão muito para além da publicação de comentários não editados e podem ser consultadas, por exemplo, aqui: http://www.publico.clix.pt/homepage/tour/tour.htm

4 – O Público não censura comentários.

Ou seja: não escolhe os comentários a publicar nem define a sua prioridade de publicação de acordo com o sentido das opiniões expressas, que é para nós irrelevante. Como se escreve nos ‘Critérios Para Publicação de Comentários dos Leitores’, ‘é irrelevante o sentido da opinião manifestada pelo leitor, mas não é irrelevante a argumentação que usa para a justificar. É evidente que um comentário cujo sentido não se compreende não se deve publicar.’

Não posso deixar de acrescentar uma nota mais pessoal sobre as acusações de censura que são, infelizmente, frequentes, quando um comentário ou uma carta não são publicados ou são publicados com atraso. A censura é um crime contra a liberdade de expressão. Uma acusação de censura é algo grave, que não deveria ser feito de ânimo leve. A visão conspirativa da sociedade e dos media é (mais uma vez infelizmente) comum entre os leitores, mas bastaria reflectir durante uns minutos para imaginar como a sua concretização seria difícil – mesmo que alguém sonhasse pôr um prática um tal sistema. Seria preciso que todos os jornalistas de um jornal tivessem a mesma opinião (não têm, como é manifesto nos textos de opinião que muitos assinam) e que houvesse uma coordenação exemplar entre todos. Muitos textos não são publicados porque não são considerados suficientemente bons ou interessantes. Outros não são publicados por falta de tempo para os editar ou para os avaliar. Outros, por erro de avaliação. Outros, ainda, por falhas técnicas de diversa índole. Seria gratificante que os leitores de um jornal concedessem aos seus jornalistas o benefício da dúvida e que discutissem as suas opções e erros de forma exigente, mas sem processos de intenção e sem recorrer a acusações injuriosas.

5 – Quanto à ‘deficiente apresentação gráfica das notícias ou, mesmo, a ausência delas’ que ocorre por vez na edição on-line só posso, mais uma vez, penalizar-me pela ocorrência e pedir a benevolência dos leitores na certeza de que esses problemas são por nós conhecidos, são tão irritantes para nós como para os nossos leitores, de que estamos a tentar resolvê-los e de que só ainda não o fizemos por muitos deles possuírem alguma complexidade técnica.

É evidente que ‘os leitores on-line devem merecer a mesma exigência de tratamento por parte do jornal’ que os leitores do papel e posso garantir-lhe que a merecem’, respondeu José Vítor Malheiros.

As explicações são aceitáveis. E não é menos verdade que as perguntas dos leitores merecem resposta.

Comentários não

‘Eu trabalho no estrangeiro a maior parte do tempo e talvez por isso consulto muitas vezes a edição on-line do Público.

Fico muitas vezes chocada com os comentários de leitores que são publicados nas edições on-line dos jornais portugueses. Um exemplo muito em particular é o de um comentário que estava anexo a uma notícia no Domingo, mas que, ainda bem, já foi apagado.

Trata-se da notícia com o título: ‘Espanha estabelece moratória de dois anos para entrada de romenos e búlgaros’.

Fico pelo menos contente que haja algumas pessoas que ficaram também indignadas com o comentário. Se bem que algumas ainda, apenas com a forma e não com o conteúdo.

Será que não há nada que o Público possa fazer para evitar que este tipo de comentários seja publicado na edição on-line?

Será que é este YOU que a revista Time premiou? O YOU lixo cibernético? Espero que não’, escreve Ângela Fernandes.

Pedi mais um esclarecimento a José Vítor Malheiros.

‘Os comentários dos leitores são editados e apenas publicados depois de uma aprovação da equipa editorial. Os comentários dos assinantes são porém publicados automaticamente e apenas editados ‘a posteriori’. A razão para esta decisão é de duas ordens:

1 – Consideramos que um assinante é alguém que possui um interesse pela actualidade que o torna (em média) alguém mais informado, de espírito cívico mais apurado e particularmente interessado numa troca de ideias viva e séria.

2 – Conhecemos a identidade dos nossos assinantes, o que nos permite responsabilizá-los caso se verifique nalgum comentário um problema de acusação de ordem criminal ou difamação de terceiros.

Acontece por vezes que alguém se apodera da palavra-chave de um assinante e a usa para publicar comentários impróprios. Quando isso acontece, anulamos a palavra-chave original, pedimos ao assinante para escolher outra e pedimos-lhe mais cuidado na sua protecção contra usos indevidos’, respondeu o responsável do Publico.pt.

As explicações parecem aceitáveis.

Bom Ano. E Boas notícias.

PS: O Público renovou o mandato do provedor.’