Folha de S. Paulo, 06/05
Liberdade de imprensa no país se ‘deteriora’, diz SIP
Em nota divulgada ontem, a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) afirmou que a liberdade de imprensa na Argentina se encontra em processo de ‘deterioração’ e demonstrou preocupação com as ‘ações e omissões do Estado que afetam o o exercício da liberdade de expressão mediante uma estratégia oficial de controle da informação’.
Uma comitiva da SIP esteve no país nos últimos dois dias para analisar o tema. A visita foi motivada pelo bloqueio, em março, da circulação dos jornais ‘Clarín’ e ‘Olé’, resultante de protesto de gráficos. O texto diz que a Casa Rosada usa ‘indevidamente recursos públicos para castigar ou premiar a imprensa’.
O Estado de S.Paulo, 06/05
Ariel Palacios
SIP condena ataques à mídia na Argentina
A missão da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) concluiu ontem sua visita à capital argentina com um alerta sobre o estado da liberdade de imprensa no país. No comunicado, a entidade que reúne 1.300 empresas de mídia de todo o continente afirmou que confirma sua ‘preocupação pelas ações e omissões do Estado argentino, que afetam o exercício da liberdade de expressão no país, por meio de uma estratégia oficial de controle da informação’.
Segundo Gonzalo Marroquín, presidente da SIP, as evidencias coletadas durante a visita à Argentina confirmam a suspeita de que a liberdade de imprensa está ‘em deterioração’ no país. A missão indicou que foi informada por políticos, líderes sociais e jornalistas sobre a existência de uma legislação que afeta a imprensa e se intromete em conteúdo dos meios.
A SIP também expressou preocupação pelo projeto do governo de aprovar uma lei que pretende determinar o ‘interesse público’ da fabricação, comercialização e distribuição de papel para os jornais. Líderes da oposição e empresas jornalísticas temem que a Casa Rosada tente controlar a única fábrica de papel de jornal do país, a Papel Prensa.
A missão detectou o uso indevido de recursos públicos para castigar ou premiar meios de comunicação e jornalistas por meio de verbas ou favores. Além disso, a SIP recebeu denúncias de hostilidades e intimidação realizadas pelo governo contra jornalistas. A missão teve reuniões com políticos da oposição e associações jornalísticas em Buenos Aires. Mas, apesar dos pedidos formulados por Marroquín, a presidente Cristina Kirchner não aceitou se reunir com a entidade.