O leitor recebeu domingo passado um jornal diferente com a estreia do O POVO.dom. A mudança, apresentada num caderno de capa azul, que veio encartado na edição, não é somente uma reforma gráfica. É uma experiência nova de leitura que será levada exclusivamente aos domingos. A mudança foi elogiada pelos leitores que viram nela uma ressignificação da notícia, que é inevitável em vista das nítidas transformações no que diz respeito à distribuição de conteúdo. “Muito bom”, “visual mais limpo”, “leitura fluida, sem deixar de lado o mais importante, o conteúdo”. “Subjetividade e clareza”, “leitura menos cansativa”. Foram algumas observações feitas pelos leitores nas várias plataformas onde o conceito foi apresentado.
A transformação da edição dominical do O POVO em O POVO.dom foi um ganho para os leitores. Principalmente quando se trata de investir em reportagens analíticas e exclusivas. Na primeira edição no novo formato foram duas. Também o leitor ganha quando a leitura antecipa desdobramento, que é o caso da página Farol, e leva o leitor a tomar uma posição a partir da apresentação de ideias caso de Opiniões e Análises. É por este caminho que deve seguir o impresso.
Sobre perdas
Mas a semana que passou não foi só de ganhos. Também teve perdas, mesmo que temporárias. Na terça-feira um leitor ligou para a ouvidoria para reclamar da falta da publicação da coluna Política. Naquele dia, foi editado um aviso informando que enquanto o colunista Érico Firmo estivesse de férias a coluna não seria publicada. “Ultimamente eu estou estranhando o jornal. Quer dizer que a gente vai passar 30 dias sem ler a análise política da coluna?’, questionou.
Na última quarta-feira, foi a vez de uma leitora entrar em contato para perguntar por qual motivo a coluna TV Pop não estava presente no Vida & Arte daquele dia. Ela disse que considerava a análise de TV um das melhores conteúdos do jornal, reconhecendo a erudição do colunista Emerson Maranhão, responsável pelo espaço. Nenhum aviso tinha sido colocado.
Pedi explicações sobre a descontinuidade, este mês, da coluna Política e sobre a falta da TV Pop naquele dia. O editor-executivo do Núcleo de Conjuntura, Guálter George, informou que a não-publicação temporária da coluna Política deve-se exclusivamente às férias do colunista e que entende o incômodo do leitor. “A coluna será retomada normalmente a partir do dia 1º de julho. Esta é a mesma postura já adotada com outros colunistas do Grupo, a exemplo de Neila Fontenele, Alan Neto, Fábio Campos, Jocélio Leal e Elio Gaspari.”
A editora executiva do núcleo de Cultura e Entretenimento, Cinthia Medeiros, explica que o colunista Emerson Maranhão deixou de escrever a TV Pop devido às novas atribuições que assumiu na redação. “Seria incompatível com o tempo dele continuar assinando duas colunas no Vida & Arte (no caso, TV Pop e Cena G). Após algumas ponderações, ficou a Cena G.” A editora reconhece a lacuna deixada pela retirada e destaca que o caderno continuará abordando o tema relacionado à produção televisiva brasileira.
Referência perdida
Deixar de publicar uma coluna como é a Política por causa das férias do colunista é, no mínimo, desconhecer a importância da análise que é feita no dia a dia naquele espaço. Embora seja muito bem ocupado por Érico Firmo, o colunista poderia ser substituído por outro talento da casa durante as férias. É uma coluna tradicional do O POVO, um patrimônio de muitos anos. Por ela passa a reflexão dos meandros políticos locais. Quanto à TV Pop, também como a leitora, lamento a retirada permanente da reflexão sobre a TV brasileira. Nos dois casos, seja temporária ou não, é uma referência que o jornal deixou de possuir. O leitor saiu perdendo.
Erramos e Atendimento ao Leitor
A partir de levantamento preparado pelo Banco de Dados do O POVO divulgo os reparos publicados por editoria. Em maio, foram publicadas sete correções na seção Erramos. De acordo com o Guia de Redação e Estilo do jornal, na seção “Devem ser privilegiados os erros de informação, créditos, fotos e erros graves de português cometidos em títulos e resumo de matérias.” Também presto conta dos atendimentos ao leitor no mês passado.
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Tânia Alves é ombudsman de O Povo