Na quarta-feira passada, 1º deste mês, leitor entrou em contato com a ouvidoria do O POVO se dizendo decepcionado com a manchete do jornal que apontava: “Bandidos atacam banco e usam reféns como escudo”. Ele se manifestou entendendo que, naquele dia, o assunto mais instigante seria a rejeição pelo plenário da Câmara Federal da proposta de emenda à Constituição (PEC) da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.
“Estou decepcionado. Esperava do jornal O POVO mais espaço na manchete (para a rejeição). Dá impressão que o jornal era a favor da redução e ficou contrariado”, disse. O assinante queixava-se ainda que havia uma chamada sem muito destaque no rodapé da capa.
O POVO fez uma cobertura equilibrada sobre a PEC da redução da maioridade penal. Mas, no caso específico, a queixa do leitor é razoável. Naquele dia, a manchete mais palpitante seria a rejeição da PEC. As redações atualmente precisam cumprir horário determinado para fechamento de páginas com o objetivo de evitar atrasos do jornal. O problema ocorre aqui e em outros veículos pelo Brasil. No entanto, mesmo levando em consideração que a votação ocorreu de madrugada, O POVO trouxe, na página Radar, uma cobertura abrangente que incluía principalmente o resultado da votação, quadros e coordenada com os votos dos deputados cearenses. Portanto, contou com tempo hábil. Ao invés de priorizar para o leitor a surpresa que foi a rejeição da PEC, os editores preferiram levar para a manchete uma notícia que, à tarde, já estava em portais de notícias do Ceará.
Citado para responder à questão, o diretor-adjunto da Redação, Erick Guimarães, reconheceu que foi um erro de avaliação deixar de levar a rejeição da PEC para a manchete do jornal. Ele disse que a redução da maioridade penal seria o tema natural. “Aquele era o assunto mais importante da edição, mas, naquele dia, não fizemos uma avaliação correta”. O diretor informa que o conselho gestor da Redação, em reunião no dia seguinte, reconheceu o equívoco. Sobre a decepção do leitor, Erick diz que respeita, mas a Redação não pode se guiar sobre o que as pessoas vão pensar. Ele destacou que o assunto, como importante, continuou sendo levado à manchete por mais dois dias.
REVIRAVOLTA
A semana que passou foi de reviravoltas no cenário político, com notícias mudando de uma hora para outra. Se de terça para quarta-feira, a PEC da redução da maioridade penal foi rejeitada, de quarta para quinta, após uma manobra do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acabou sendo reapresentada e aprovada. Desta vez, a decisão foi parar na manchete do O POVO de quinta-feira passada que informava: “Câmara aprova redução da maioridade penal”. A maneira que foi levada à principal vitrine do jornal parecia desconhecer que, no dia anterior, o mesmo teor havia sido rejeitado.
Foi uma manchete técnica. Na sexta-feira passada, a manchete voltou a ser sobre a PEC. Desta vez, cravando um título preciso a partir de uma boa leitura Política: “Manobra de Cunha abre uma batalha jurídica”. Numa semana cheia de guinadas, a manchete voltava para os trilhos.
ERRAMOS E ATENDIMENTO AO LEITOR
A partir de levantamento preparado pelo Banco de Dados do O POVO (acima), publico os reparos por editoria feitos na seção “Erramos” de junho. Também presto contas dos atendimentos ao leitor do mês passado. Aproveito para retificar o erro publicado na coluna Ombudsman, página 17, de 21/6/2015. Nela, eu informava que apareceria um fac-símile da manchete, “Aprovada redução da maioridade penal para crimes hediondos” e a cópia da capa deixou de ser publicada. Peço desculpas aos leitores.
CONTARDO CALLIGARIS
Um leitor enviou e-mail, no dia 25 de junho, perguntando: “A coluna de Contardo Calligaris também deixou de ser publicada pelo jornal?” Outro telefonou na mesma data para falar do assunto: “Será que ela agora virou quinzenal?“, questionou. Enviei pedido de resposta para a redação pelo comentário interno, a fim de enviar aos leitores. Não recebi retorno. Mas a resposta foi dada num aviso publicado na quinta-feira passada. O aviso informava que a coluna não será mais publicada.