Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Tânia Alves

A foto que estampou a capa da segunda-feira passada (14/3) para ilustrar a cobertura da manifestação “Fora, Dilma” (ver fac-símile) foi motivo de reclamação. Um leitor enviou: “A edição de hoje (14 de março) estampa foto da manifestação pelo impeachment de Dilma, registrando muito parcialmente o público ‘na parte de trás do caminhão de som’”, disse, completando que “esperava o convencional: uma foto que mostrasse o imenso público que lotou o aterro da Praia de Iracema posicionado “à frente do caminhão de som”. E foi além: “Como não quero fazer pré-julgamento, dou de barato que o fotógrafo se esqueceu de fotografar a multidão ou que o editor se confundiu, invertendo, por assim dizer, testa com nuca”.

De fato, no relatório interno da segunda-feira, comentei que a foto escolhida na horizontal não dá a dimensão do tamanho do ato. Uma foto vertical postada no Instagram do jornal conferia melhor ideia da participação das pessoas no protesto.

Citei os editores de Fotografia para que explicassem a escolha da foto. Iana Soares respondeu o seguinte: “Não há qualquer intenção de manipulação do número de manifestantes presentes. Já no domingo, 13 de março, publicamos no Instagram do O POVO e no portal O POVO Online uma foto que mostra uma vista aérea (feita de cima de um prédio) da extensão da manifestação quando começou o deslocamento pela avenida Beira Mar. A foto foi feita pelo fotógrafo do O POVO Fábio Lima, que buscou ângulos diversos para apresentar a informação aos leitores. Essa fotografia também integrava as opções de imagens para a capa do dia seguinte. Na organização das informações, o colegiado acabou optando pela foto horizontal publicada, que também representa o lugar onde aconteceu a maior parte do protesto: o Aterro da Praia de Iracema. Acredito, inclusive, que a imagem publicada tem bastante impacto, tanto pelas cores como pela luz, além de representar, sim, a multidão que foi às ruas”.

OPOSIÇÃO NÃO APARECE

Semana passada, leitores mostraram descontentamento com a falta de menção aos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Eunício Oliveira (PMDB) em chamada na capa do jornal da quarta-feira (16/3). A partir da homologação pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, da delação do senador Delcídio do Amaral (sem partido), O POVO trouxe como manchete: “Lava Jato chega a Dilma”. Naquele dia, soube-se em detalhes a citação que o ex-senador petista fez à presidente Dilma Rousseff, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Educação, Aloísio Mercadante, ao senador tucano, Aécio Neves, presidente nacional do partido e Renan Calheiros, presidente do Senado, que já apareciam na semana anterior. Outros peemedebistas, como Romero Jucá, Valdir Raupp, Eunício Oliveira, Jader Barbalho e Edison Lobão, também foram citados. O problema é que só os petistas apareceram na chamada.

“Não achei o nome do Aécio em lugar nenhum dessa capa!”, postou uma usuária no Facebook do jornal. Outro leitor sentiu falta de uma menção mais clara ao senador cearense Eunício Oliveira, que é citado discretamente em um quadro na cobertura interna. “Está certo que Dilma, sendo presidenta, pode até merecer o destaque da manchete, mas ignorar na capa que a delação atingiu a oposição e também um senador cearense, só mostra o óbvio, que não existe jornalismo neutro e imparcial”.

A manchete daquele dia foi certeira, mas escorregou ao não agregar também o nome do presidente nacional do PSDB e dar destaque ao senador cearense citado. Dos 15 jornais cuja capa verifiquei naquele dia, O POVO foi um dos três que deixaram de citar o nome do senador tucano nas chamadas. Quanto a Eunício Oliveira, era um assunto mais local. Interessava muito aos cearenses. Neste caso, precisava também de matéria mais detalhada sobre a delação. Citei os editores do Núcleo de Conjuntura para explicar o que ocorreu. Ninguém respondeu.

Na última coluna (13/3), já havia expressado o incômodo de leitores pela falta de destaque do nome de Aécio Neves em chamada de capa após delação de Delcídio. Agora faltou também Eunício Oliveira. Quando isto acontece de forma recorrente, pode parecer blindagem.

ERRO SEM CORREÇÃO
No dia 8 de março, leitor enviou e-mail apontando erro na coluna Fábio Campos publicada no dia 6 último. “Sei que não é função de ombudsman avaliar colunas opinativas (análises). Os colunistas, entretanto, não estão dispensados de apurar e conferir o que afirmam, sob pena de perderem a credibilidade”. Ele falava deste trecho sobre a falta de fotografia das palestras do ex-presidente Lula: “Até agora, o ex-presidente não conseguiu apresentar uma mísera foto de uma delas. Nem um consultor medianamente afamado sai de uma palestra em uma empresa sem que haja dezenas de fotos e selfies.” Ele chegou a enviar um link para que o colunista pudesse verificar.

O leitor tem razão. Fotos sobre palestras ministradas pelo ex-presidente Lula existem e não são poucas. Basta pesquisar. Enviei o alerta do leitor no comentário interno para que fosse feito o reparo. Até a última sexta-feira, o Erramos não havia sido publicado.