Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo Quinta-feira, 6 de maio de 2010 INTERNET Rogério Santanna Democratização do acesso à banda larga ‘O AVANÇO das políticas sociais e o crescimento econômico dos últimos anos possibilitaram ao país um papel de destaque na geopolítica internacional. Mais de 24 milhões de pessoas superaram a pobreza entre 2003 e 2008, e a classe C tornou-se a maioria da população, cuja participação passou de 43%, em 2003, para 53,6%, no ano passado. Porém, apesar dessas e de outras conquistas, que melhoraram a vida do brasileiro e o grau de confiabilidade dos investidores estrangeiros, ainda não superamos o desafio de incluir os cidadãos na sociedade da informação e do conhecimento. Para acelerar o desenvolvimento, precisamos massificar o acesso à internet. Sem ela, não há como desburocratizar os processos, eliminar o papel no âmbito do governo e das empresas e reduzir o custo do país. Apesar do enorme potencial, a banda larga no país é cara, de baixa velocidade e concentrada nas regiões com alta renda e densidade populacional. Isso ocorre porque a maioria desses serviços é prestada por apenas três empresas, que detêm 86% do mercado brasileiro e visam as classes A e B. As velocidades de banda disponibilizadas são, em 90% dos casos, inferiores a um megabit. A banda larga é, hoje, o sistema nervoso da nova economia globalizada, e as barreiras que impedem o seu acesso universal retardam o crescimento do país. Situação ainda mais preocupante nas regiões Norte, Nordeste e naquelas mais afastadas dos grandes centros, que estão condenadas pelo mercado à desconexão eterna. A disseminação dos serviços de governo e de comércio eletrônico depende dessa infraestrutura para atender igualmente a todos, em especial os mais pobres e mais distantes das regiões metropolitanas. Como o governo vai cumprir seu compromisso social com os trabalhadores de garantir a aposentadoria em até 30 minutos, se a banda larga não estiver em todos os municípios? Como poderá massificar o uso da nota fiscal eletrônica com as atuais deficiências nessa área? Dados divulgados pela NET Serviços mostram que a banda larga é competitiva em apenas 184 municípios brasileiros, onde vivem 83 milhões de pessoas, e que há monopólios em 2.235 municípios, nos quais residem 63 milhões de pessoas. Nos demais 3.145 municípios, o negócio é considerado inviável pela empresa. A banda larga também permite a transmissão de voz, um serviço cada vez mais disponível de forma gratuita. Diferentemente do que ocorre na telefonia tradicional, nesse ambiente a duração e a distância das chamadas não influem no preço, e sim a largura da banda contratada. Isso resulta da convergência digital, que está mudando as regras de tarifação. Sem tirar o aparelho do gancho, o brasileiro já paga entre R$ 32 e R$ 42 pela assinatura básica de telefone fixo. Situação que ocorre não somente nos locais distantes, onde são necessários subsídios, mas também nas grandes capitais. Se esse modelo tivesse sido aplicado para o acesso à internet, a rede mundial não teria se desenvolvido. É fácil deduzir que há uma resistência natural por parte das empresas telefônicas que retardam a migração de suas redes para o novo modelo. Esse mercado já sofre reduções importantes a cada ano no mundo e nos países onde há grande disseminação da banda larga: voz representa só 30% do tráfego, enquanto no Brasil representa mais de 80%. O pequeno número de cidades em que há concorrência na banda larga mostra que, sozinho, o mercado não irá resolver esse problema. O Plano Nacional de Banda Larga permitirá acelerar o desenvolvimento do interior do Brasil ao reduzir em cerca de 70% o preço médio cobrado pelo serviço. Assim, será possível levar banda larga de baixo custo e alta velocidade a 4.278 municípios localizados em 26 Estados, mais o Distrito Federal, atendendo a 88% da população brasileira até 2014. A meta é elevar o número de domicílios com internet do país dos atuais 13,5 milhões para 35 milhões no ano de 2014. Aeroportos, portos e estradas são infraestruturas do século passado. A banda larga, que agora o Brasil tem a oportunidade de levar a todo o seu imenso território, é a única capaz de preparar a nação para enfrentar os desafios da modernidade. A pior exclusão social é aquela que nega o acesso ao conhecimento porque dificulta o alcance de direitos fundamentais, como saúde e educação, e especialmente porque retira o direito de exercer a cidadania com plenitude. ROGÉRIO SANTANNA é secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento.’ Elvira Lobato Teles querem barrar plano de banda larga ‘As empresas de telefonia ficaram ‘decepcionadas’ com a divulgação do Plano Nacional de Banda Larga feita ontem pelo Palácio do Planalto e já cogitam recorrer à Justiça para tentar impedir a Telebrás de oferecer o serviço de internet rápida aos usuários finais. Ontem, enquanto os ministros divulgavam os detalhes do plano, no Palácio do Planalto, os presidentes das grandes empresas de telefonia fixa e celular (Oi, Telefônica, Embratel, GVT, Vivo, TIM, Claro e CTBC) faziam uma teleconferência para discutir a decisão do governo de usar a Telebrás como gestora da banda larga pública. Segundo executivos ouvidos ontem pela Folha, a reativação da Telebrás uniu tradicionais concorrentes, como Embratel, Oi, Telefônica e GVT, que se sentem igualmente ameaçadas pela perspectiva de terem concorrência estatal no segmento de banda larga. Anteontem à noite, a Telebrás havia informado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e à Bovespa que integrará o Plano Nacional de Banda Larga e que caberá a ela, entre outras tarefas, implementar a rede privativa de comunicação da administração pública federal e prestar serviço de conexão à internet em banda larga para usuários finais em localidades onde não exista oferta adequada do serviço. As empresas foram surpreendidas pelo fato relevante divulgado pela Telebrás. Segundo executivos, as teles contavam que seriam chamadas pelo governo para uma discussão antes do anúncio do plano, o que não ocorreu. Alegam, inclusive, que tinham promessas nesse sentido, feitas por assessores diretos do presidente Lula. A possibilidade de a Telebrás atuar no varejo onde não tiver oferta adequada do serviço pela iniciativa privada cria, na visão das teles, uma possibilidade muito ampla de intervenção estatal, por ser vaga e subjetiva. Legalidade questionada A primeira reação das empresas ao anúncio do plano do governo foi contratar pareceres de advogados renomados sobre a legalidade de a Telebrás oferecer o serviço. O entendimento delas é que a lei que criou a Telebrás não daria tal cobertura, e a estatal só poderia operar a rede de banda larga com autorização do Congresso Nacional, por meio de uma nova lei. Para as empresas, a reativação da Telebrás como prestadora de serviço seria uma quebra nos compromissos assumidos pelo governo brasileiro por ocasião da privatização da telefonia, em 1998. Em nota, o Sinditelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal) disse, ontem, que a inclusão da Telebrás no Plano Nacional de Banda Larga tem de obedecer ao arcabouço legal e que as regras definidas na Lei Geral de Telecomunicações só podem ser alteradas pelo Legislativo. Segundo a entidade, as empresas privadas investiram R$ 180 bilhões no setor, desde a privatização. As teles justificam o uso do recurso judicial com o argumento de que têm o dever de proteger os interesses de seus acionistas, que estariam sendo ameaçados pelo plano. Elas discordam de que a Telebrás se torne a única provedora de serviço de comunicação para a administração pública direta, que gera uma receita anual de R$ 200 milhões. Alegam que o provedor deveria ser escolhido por licitação pública e que a Telebrás poderia concorrer, desde que tivesse o mesmo tratamento tributários dado aos demais concorrentes privados.’ CAMPANHA Ana Flor Marqueteiro de Dilma perde poder e vai cuidar só de TV ‘Um novo arranjo na estratégia de comunicação da pré-campanha de Dilma Rousseff à Presidência, no qual o marqueteiro João Santana teve sua área de atuação limitada aos programas de TV do partido e do horário eleitoral, causou desconforto no bunker petista. Há menos de um mês, o deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), jornalista, assumiu a coordenação geral da área de comunicação, trazendo para a campanha novos profissionais. Falcão passou a atuar na estratégia de imprensa. Ele coordena o planejamento de entrevistas da candidata em viagens e em Brasília e despacha diariamente com a coordenadora de imprensa, Helena Chagas. A entrada do deputado, amigo de Dilma há décadas, representou, na prática, uma divisão de poder na comunicação. Como marqueteiro, Santana sempre foi uma espécie de coordenador geral de comunicação, apesar de ser oficialmente responsável pelo marketing. Sua influência, em geral, vai muito além da TV, com o poder de moldar o discurso, na estratégia política e nos modos dos candidatos que assessora, modificando desde a forma de vestir e vocabulário, até o tipo de público para o qual deve falar. A voz corrente na campanha, entretanto, é que Santana não deixará o posto, mesmo desgostoso com a nova organização. Ele não apenas é o preferido de Lula, mas também tem relação próxima com Dilma. Em 2006, quando foi o marqueteiro da reeleição de Lula, a então ministra foi responsável por uma das coordenações da campanha. Ali, ambos estreitaram o relacionamento. Há aqueles que acreditam que, com o início do horário eleitoral, a influência do marqueteiro voltará a crescer. Além da importância dos programas, Santana sabe utilizar de maneira hábil as pesquisas qualitativas que realiza. João Santana e Rui Falcão atuaram juntos na campanha de Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo, em 2008, quando ela perdeu para Gilberto Kassab (DEM). A campanha enfrentou uma crise na reta final, por causa de um comercial de televisão com perguntas de natureza pessoal sobre Kassab. Na época, Santana assumiu responsabilidade pela peça e disse que a candidata não tinha conhecimento do teor. Estrutura Hoje, os dois fazem parte do grupo de cardeais de Dilma, que se reúne às terças-feiras em Brasília para definir estratégias de campanha. Os coordenadores são o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel e pelo deputado Antonio Palocci (PT-SP), e inclui o presidente do PT, José Eduardo Dutra e os deputados José Eduardo Cardozo (PT-SP) e Cândido Vaccarezza (PT-SP). Na nova estratégia de imprensa, a campanha já ganhou um escritório em São Paulo, para dar apoio a agendas de Dilma no Estado, e está ampliando a estrutura em Brasília. Na pré-campanha, a equipe usa três casas no Lago Sul, em Brasília. Além da imprensa, há profissionais que fazem programas de rádio e cuidam da manutenção do blog atual da candidata. A internet está a cargo da empresa Pepper.’ TODA MÍDIA Nelson de Sá Obama, OK ‘Mahmoud Ahmadinejadi falou, entre outros nos EUA, ao âncora George Stephanopoulos, da ABC, ex-assessor de Bill Clinton. O que mais ecoou foi sua ironia de que Osama bin Laden está em Washington, pois era mais ligado aos EUA que ao Irã. Mas o próprio Stephanopoulos destacou, da meia hora, que o presidente iraniano vê Hillary Clinton como inimiga de seu país, mas não Barack Obama No meio A ‘Time’ destacou que o abandono do plenário da ONU por ‘países ocidentais’, durante o discurso de Ahmadinejad, foi ‘significativo’ pelos que ficaram -China, Rússia, Brasil, Turquia, ‘a maioria de países que se posicionam entre os EUA e o Irã’. E ontem, no alto da home do estatal ‘China Daily’, ‘Irã aceita a mediação do Brasil para reviver acordo’. No site da BBC, ‘Irã apoia papel nuclear do Brasil’. Na Reuters, ‘Irã concorda em princípio com mediação do Brasil’. Na Associated Press, ‘Irã saúda mediação’. Ecoavam despacho da agência iraniana Fars, sobre telefonema entre Ahmadinejad e Hugo Chávez. Já o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA declarou, segundo a AFP: ‘Nós reconhecemos o valor e a importância de uma variedade de países tratarem com o Irã. É um processo em duas linhas, pressão e engajamento, e o ministro [Celso Amorim] afirmou à secretária que o Brasil continua a ver o que pode ser alcançado no processo de engajamento’. ‘VAMOS FAZER’ Além de Ahmadinejad, a Fars ouviu o chanceler do Irã sobre o acordo para troca de combustível nuclear com o Ocidente, que o Brasil estaria procurando retomar: ‘A troca é possível e mostra a nossa forte lógica. Se os lados estão de fato prontos para trocar, nós vamos fazer’. ‘ENTUSIASMADO’ Na Agência Brasil, Lula negou que já tenha proposta na mesa, mas se declarou ‘entusiasmado’ com a viagem a Teerã, em duas semanas, para ‘tentar conversar com o presidente Ahmadinejad e com outros líderes a melhor saída, porque queremos paz’. Cobrou mais da ONU. ESPANHA CEDE? Da Bloomberg ao site da BBC e ao espanhol ‘El País’, o noticiário sobre a cúpula Europa-América Latina, ontem, apresentava como pendente a presença de Honduras e de vários países sul-americanos, como o Brasil, que recusam a aceitação do país centro-americano. Mas o ‘Valor Econômico’, ontem na primeira página, deu reportagem de Assis Moreira dizendo que ‘o Brasil recebeu sinalização da Espanha de que terá atendida a exigência do presidente Lula’. O presidente hondurenho só participaria de reunião paralela entre União Europeia e América Central, não da cúpula. BRASIL, FUTEBOL & CERVEJA Na home do ‘Financial Times’, ‘Venda de cerveja no Brasil impulsiona AB InBev’. A cervejaria belga dirigida por brasileiros ocupou o topo das buscas de Brasil, ontem no Google News, com enunciados como ‘Lucro sobe com campanha brasileira para a Copa do Mundo’, que incluiu o técnico ‘Carlos Dunga’, como sublinhou a Bloomberg. No ‘Times’ londrino, a Copa promete mais, pois uma das marcas da AB InBev é patrocinadora oficial. BANDA LARGA LÁ Também no alto das buscas, com Bloomberg, ‘Plano de Banda Larga do Brasil requer US$ 5,8 bi em investimento’. E no enunciado do ‘Wall Street Journal’, ‘Telebrás vai participar do plano de banda larga do governo’. E SAIU O EXIMBANK Na home do mesmo ‘WSJ’, ‘Governo brasileiro vai criar Eximbank e dar incentivos à exportação’. O ‘Valor’, que adiantou anteontem, lembra que o banco para financiar as exportações era ‘discutido há mais de 20 anos’. O FIM DAS REVISTAS? Na home do ‘New York Times’, ‘A era das revistas semanais se desfaz’. Era a notícia de que o ‘Washington Post’ colocou a ‘Newsweek’ à venda, o que, destaca o ‘NYT’, ‘faz duvidar se uma nação fragmentada ainda busca revistas para definir o diálogo semanal’. O mesmo ‘NYT’ lembra porém que as britânicas ‘Economist’ e ‘The Week’, de análise, estão em alta. Já o próprio ‘WP’ ressaltou que o anúncio formal, feito pelo publisher Donald Graham, foi recebido com ‘silêncio atordoado’ pela redação da revista.’ PRÊMIO Pesquisa sobre imprensa gay no Brasil vence Folha Memória ‘A jornalista Flávia Péret recebe hoje o prêmio do primeiro concurso Folha Memória -que patrocina a realização de pesquisas em história do jornalismo-, por seu trabalho ‘Imprensa Gay no Brasil – Entre a Militância e o Consumo’. A cerimônia ocorrerá às 20h30, no Museu de Arte Moderna, em São Paulo. Péret, 31, receberá um laptop e terá sua pesquisa publicada pela Publifolha. Participam ainda do evento os outros dois finalistas, Marcel de Souza Gomes, 31, e Ewerthon Tobace, 33, que também receberam bolsas para pesquisar, respectivamente, a atuação do repórter policial Orlando Criscuolo e a evolução da mídia brasileira no Japão. Patrocinado pela Pfizer, o concurso Folha Memória teve início em maio do ano passado e recebeu 461 inscrições, das quais foram pré-selecionadas 30. Os três finalistas receberam ajuda de custo durante seis meses, além da orientação do jornalista da Folha Hélio Schwartsman.’ MÍDIA NOS EUA Andrea Murta Grupo Washington Post põe ‘Newsweek’ à venda ‘Enfrentando perdas contínuas diante da competição com a rival ‘Time’ nos Estados Unidos, a revista ‘Newsweek’ foi colocada à venda ontem pelo grupo Washington Post Company. Não há compradores identificados no momento. Rumores sobre a venda da revista já circulavam havia algum tempo. Sua receita caiu 27% em 2009 -30% no último trimestre do ano passado. Os resultados do primeiro trimestre deste ano não foram divulgados. ‘As perdas de 2007 a 2009 foram recordes’, disse ontem Donald Graham, presidente do grupo Washington Post Company. ‘E, apesar dos esforços heroicos da gerência e da equipe da ‘Newsweek’, a expectativa é que vamos perder mais dinheiro em 2010.’ A ‘Newsweek’ afirma que ainda tem hoje 1,5 milhão de assinantes nos Estados Unidos e no Canadá. A publicação foi lançada em 1933 e adquirida pelo grupo em 1961. Há cerca de um ano, deu início a uma reforma controversa para tentar se posicionar como revista de opinião e análise -e não apenas de notícias semanais-, mas o esforço não foi suficiente para reverter o declínio. O editor Jon Meacham indicou que tentará formar um grupo de investidores para comprar a revista. O banco de investimentos Allen & Company também foi contratado pelo Washington Post Company para tentar encontrar interessados. ‘[A ‘Newsweek’] tem pouco valor como negócio’, disse ontem Rick Edmonds, analista de negócios de mídia do Poynter Institute. ‘Tem problemas empresariais e editoriais e (…) mal acompanha grandes competidores como a ‘Time’ e a ‘Economist’ [baseada em Londres].’’ TELEVISÃO Andréa Michael Em um ano, renúncia fiscal em audiovisual de TV é de R$ 45 mi ‘Em 13 meses de vigência da nova legislação, soma R$ 45,2 milhões a renúncia fiscal do governo destinada a investimentos em produção nacional independente para TV nos moldes do artigo 3A da Lei do Audiovisual. Os dados são da Ancine (Agência Nacional do Cinema). Da lista de 11 canais inscritos no benefício, constam duas TVs abertas. Por ordem decrescente de investimentos, a Globo fica em primeiro lugar (R$ 24,1 milhões) e a Record, em quarto (R$ 4,8 milhões). ‘Não temos padrão de comparação, porque a lei é nova, mas a cifra sinaliza que as emissoras vão investir’, afirma Marco Altberg, presidente da ABPITV, que reúne os produtores independentes de televisão. O artigo 3A permite às empresas que importarem programação usar 70% do imposto devido para investir em produção audiovisual nacional independente para TV. A lei foi regulamentada em março de 2009 e o saldo da renúncia, computado até 28 de abril. Para o presidente da Ancine, Manoel Rangel, esse é um estímulo fundamental para romper ‘uma cultura arraigada das emissora de televisão de não trabalhar com a produção independente. É um modelo verticalizado e centralizador da Hollywood dos anos 40’. ‘Com essa cabeça, você perde fluxos criativos e mantém ociosas pessoas que só vão acontecer se entrarem nas grandes redes’, afirma Rangel. AUDIÊNCIA Desde 1º de maio, Belém faz parte do PNT (Painel Nacional de Televisão), o parâmetro para medir a audiência consolidada do Ibope. Agora são 14 praças. PROCURA-SE A direção do ‘Tudo Junto e Misturado’ (Globo) está em busca de seu sexto integrante, uma mulher, para completar um trio feminino, atuando em conjunto com Debora Lamm, Fabiula Nascimento, além do trio masculino. PIADA Leitor enviou à coluna nome alternativo para o ‘Legendários’ (Record), por conta do número de integrantes da atração que ficam sentados na bancada do palco do qual é transmitido ao vivo aos sábados: ‘Sedentários’. Ao todo, o grupo de Marcos Mion tem 14 humoristas. XAVIER COVER Na moda do além, o ‘Superpop’ (Rede TV!) exibiu anteontem reportagem em que acompanha uma médium em visita a um imóvel encalhado. A sensitiva tentou convencer os maus espíritos a livrar a casa do estorvo e liberar a venda. Também houve a identificação de espíritos que estariam ligados a integrantes da plateia. AGENDA 1 O SporTV transmitirá com exclusividade o Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo, na Alemanha, de 7 a 23 de maio. AGENDA 2 O canal Combate exibe sábado, às 23h, o UFC 113, considerado o maior campeonato de artes marciais mistas do mundo, com a esperada revanche entre os brasileiros Lyoto Machida e Mauricio Shogun.’ Clarice Cardoso Vampiros de ‘True Blood’ fazem gracinhas em miniepisódios ‘Boa parte da graça de ‘True Blood’ e do que a diferencia dos vampiros teens de ‘Vampire Diaries’ e ‘Crepúsculo’ vem da fórmula de humor negro, vilania e erotismo da série da HBO. Mas não é a soma em sua melhor forma o que se deve ver nos seis miniepisódios de até cinco minutos que o criador, Alan Ball, lança toda semana até a estreia do terceiro ano, em 13 de junho nos EUA. Os vídeos ficam disponíveis em www.hbo.com via ‘streaming’ (sem download) e vão ao ar na TV americana aos domingos antes das reprises da série. A nova temporada e esses episódios ainda não têm data para chegar ao Brasil, mas dá para ver os últimos no YouTube. Segundo Ball, as histórias de ‘A Drop of Blood’ (uma gota de sangue), como foram batizados os aperitivos, não estavam nas temporadas anteriores nem estarão na próxima. Em outras palavras, e pelo que já foi lançado, as ‘gotas’ até podem agradar aos fãs, mas não têm relevância para a trama principal. Estrelado por Eric (Alexander Skarsgard) e Pam (Kristin Bauer), o primeiro vídeo traz os vampiros fazendo testes para a nova dançarina da boate Fangtasia. Já no segundo, lançado ontem, Jessica (Deborah Ann Woll) é abordada por um homem enquanto caça a próxima presa em um bar. Sem se referir aos acontecimentos que devem ser centrais na nova temporada -entre eles a possível chegada de lobisomens a Bon Temps e a resolução do sequestro de Bill (Stephen Moyer), que deve demorar a vir-, o roteiro traz piadas comuns à trama, como humanos que adoram vampiros e a má vontade destes com os primeiros e os religiosos. O problema é quando, nisso, cai no humor barato e coloca clichês como coreografias desengonçadas e homens peludos de sunga no palco da boate que transpira sensualidade na ficção, por exemplo. A esperar que melhores soluções apareçam nos quatro episódios por vir, ou, como diz o slogan criado pelo canal, esperar será um saco.’ Ultimo episódio de ‘Lost’ terá meia hora a mais ‘Planejado para durar duas horas, o último episódio de ‘Lost’, que vai ao ar no dia 23 nos EUA, terá meia hora a mais de duração. A informação foi confirmada pela ABC, que exibe a série, anteontem. No total, serão cinco horas e meia de ‘Lost’ no dia da final, já que antes do capítulo será exibida uma retrospectiva de duas horas e outro especial depois do programa. No Brasil, ‘Lost’ termina no dia 25.’ ************ O Estado de S. Paulo (Estadao.com.br) Quinta-feira, 6 de maio de 2010 TELEVISÃO Cristina Padiglione ‘A Liga’ não foi tudo isso, mas rendeu ibope ‘‘A Liga’, novo programa da Cuatro Cabezas na Band, com Rafinha Bastos, Débora Villalba e Thaíde, tem potencial _ mais até do que pareceu a edição de estreia, ontem, quando o telespectador foi chamado a perceber que trata moradores de rua como seres invisíveis. Quem começou a ver a edição não teve motivo para trocar de canal (tanto assim que a audiência foi a 6 pontos de média e 8 de pico, um feito para os padrões da Bandeirantes). Mas, quem viu o programa até o fim sentiu justamente falta da tal liga, algo que amarrasse as histórias apresentadas. O.k., os exemplos eram comoventes, mas é pouco provável que a dita sociedade insensível, nós, os camisados, pés calçados e com teto, vá se mexer em função do que ali foi mostrado. A família que mora na porta do banco Itaú, na Paulista, é de cortar o coração, mas o espectador foi mal conduzido a entender por que ela foi parar naquela situação, o que ela fazia até então e por que o rapaz que a acompanha não sai em busca de uma ocupação que possa tornar a vida deles, digamos, menos pior. Faltou mensurar com mais precisão até onde essa família tentou fazer algo para alterar seu destino e não conseguiu. Aos 32 anos, aparentando bem mais, visivelmente castigada por um histórico desde cedo muito difícil, a mulher diz que já não tem mais esperanças de alterar sua (má) sorte. O programa informou que eles ficam a vagar pela cidade durante o dia. Fazendo o quê? Pedindo esmolas? Com dois filhos pequenos e outros vários recolhidos em abrigos desde que o marido foi morto pela Rota, ela de fato não tem muitas alternativas. A essa altura, o telespectador menos solidário já se refestelou no sofá para argumentar que, ora, se ela não faz nada para mudar sua vida, o que ele pode fazer? O sujeito em questão, que deveria ser o principal alvo do programa, está pronto para justificar seu olhar cego. O programa esbanja no olhar de piedade e economiza nas informações sobre as origens daquela família. Esse grupo é totalmente distinto do casal abordado por Thaíde, que, mesmo na rua, não descuida da higiene, trabalha e cozinha o próprio jantar. É uma outra visão de morador de rua? Não. É um outro perfil de morador de rua. Não é o sem-teto que já nasceu na miséria e, sem ajuda externa, mal tem chance de evitar a perpetuação de tal miséria entre seus descendentes. Também difere dos garotos que cheiram cola e fumam craque na Lapa carioca, em geral espantados de casa por causa de violência doméstica. Assim, ‘A Liga’ não faz diferentes leituras para um mesmo foco, como promete. Faz leituras diferentes para personagens de perfis completamente distintos. O programa não é assistencialista, não é Porta da Esperança, não está lá para mudar o destino dessas pessoas, mas também não pode tratá-las como vítimas de um sistema sem solução. Tem jeito? Não tem? Quem pode e quer participar? De que modo? Se não for para cutucar os pacatos cidadãos, qual a razão de mostrar tudo aquilo? Noves fora, Thaide, Rafinha e Débora são exemplarmente competentes na arte de coletar e contar histórias ou apresentar personagens. São eles o maior trunfo do programa. A edição exibe recursos de áudio que remetem ligeiramente (ou evidentemente, se você mudar de canal logo em seguida, como eu fiz) ao ‘Profissão Repórter’, do Caco Barcellos, que, aliás, é mais eficaz na proposta de exibir diferentes ângulos para uma mesma história.’ QUADRINHOS Jotabê Medeiros Recruta Zero completa 60 anos de anarquia ‘SÃO PAULO – Sua primeira historinha foi aprovada pessoalmente por William Randolph Hearst, o ‘Cidadão Kane’. Está entre as séries mais antigas ainda desenhadas pelo próprio autor (Mort Walker, aos 86 anos, faz a tira há ininterruptos 60 anos). Beetle Bailey, que no Brasil recebeu o nome de Recruta Zero, surgiu em 4 de setembro de 1950 e fez sua fama como uma denúncia do purgatório que é o Serviço Militar, com os seus sargentos sadomasoquistas, seus superiores hierárquicos distanciados (e ‘paus-mandados’ de suas mulheres). E os recrutas ensaboados, cheios de truques para fugir dos trabalhos pesados e da rotina espartana. Nesta quinta, 6, o Sesc Vila Mariana abre uma mostra para celebrar a longevidade desse personagem (que é publicado pelo Estado) com originais inéditos, filmes, vídeos, palestras e debates. O autor não virá, por conta da idade avançada, mas enviou quatro desenhos assinados para o Brasil, para que a curadoria do evento possa utilizá-los com fins beneficentes. Bonachão. De sua casa em Connecticut, Mort Walker, que completa 87 anos em setembro, falou por telefone ao Estado sobre seu personagem. Bonachão e workaholic (ele mesmo atende o telefone em seu escritório), falou de suas vitórias e de uma frustração: criador do International Museum of Cartoon Art, que teve sede em Boca Ratón, Flórida, durante alguns anos, ele teve de fechar a instituição por ‘problemas financeiros’. ‘Doei todo o acervo à Ohio State University, que já está reformando um prédio para receber tudo. Acho que, para pesquisadores dos quadrinhos, aquela será a melhor destinação’, afirmou Walker. Por se tratar de uma paródia debochada do militarismo, Recruta Zero pisou em ovos ao atravessar os anos mais bélicos da vida americana. Os soldados o adoravam, os generais deploravam-no. A revista Mad, em abril de 1969, ‘tirou’ o lendário bonezinho que recobre eternamente os olhos do Zero e na sua testa estava escrito: ‘Caiam fora do Vietnã’. No dia 4 de março de 1981, o jornal Tribune, de Minneapolis, suspendeu a tira do Recruta Zero. No lugar onde ela era publicada, saiu um comunicado: ‘Beetle Bailey não aparece hoje na página de quadrinhos porque o tema foi considerado sexista pelos editores.’ Por ‘sexista’, entenda-se uma briga entre as feministas e o autor para que ele cessasse o assédio do General Dureza à sua secretária Dona Tetê, proprietária de um adorável guarda-roupas com minissaias, decotes, terninhos e um rebolado cobiçado por todo o Quartel Swampy, onde se passa a ação. ‘Isso é um insulto às mulheres que trabalham’, escreveu uma entre as centenas de leitoras que protestavam. ‘É a fantasia de um homem velho!’, escreveu outra. Censura. Em 1990, uma outra tira do personagem, que mostrava todos os recrutas mostrando as nádegas ao Sargento Dureza, causou controvérsia e foi censurada em alguns jornais. Quando terminou a Guerra da Coreia, o Recruta Zero foi visitar a irmã e o cunhado. Isso originou outra tira escrita por Mort Walker: Zezé & Cia (Hi and Lois), com desenhos de Dick Browne, que viria a criar Haggar, o Horrível. Mort Walker não considera o Recruta Zero um ‘loser’, um perdedor clássico da tradição americana. ‘Acho que o Sargento Tainha, sim, é um perdedor. O Recruta Zero, com suas artimanhas, foge daquilo que o oprime. É um vencedor’, considera. Não há mais uma revista exclusiva para o Recruta Zero sendo publicada no Brasil. Isso já aconteceu no passado, primeiro com a Rio Gráfica Editora, depois Editora Globo, que editou gibis com histórias produzidas por roteiristas e desenhistas nacionais, sob aprovação do autor. O personagem ganhou aqui, no Brasil, o nome que pertence, na verdade, a outro personagem da tira, o Dentinho (Private Zero), mas que foi considerado mais adequado para os editores nacionais. Influência. O estilo e a verve de Mort Walker influenciaram gerações ao redor do mundo. No Brasil, um humorista que confessa a influência é Reinaldo Figueiredo, da trupe Casseta & Planeta.’O meu ‘estilo’, se é que posso dizer que tenho um, é uma mistura de Jaguar, Millôr, Nássara, Carlos Estêvão, Steinberg, Robert Crumb, Wolinski, Topor, B. Kliban, John Glashan, e uma pitada de Mort Walker, aquele cara do Recruta Zero…’, disse Figueiredo recentemente. O expert em quadrinhos Alvaro de Moya lembra que, quando conheceu Walker, ele folheava seu livro sobre HQs, Shazam!, e, ao ver que faltava o Recruta Zero, chamou a atenção do especialista, que corrigiu o deslize em seus outros livros. Hugo Escalera, diretor internacional da empresa Creative Licensing (responsável pelos direitos do personagem no Brasil), diz que, como Betty Boop, o Recruta Zero não é um personagem que vá seduzir novos leitores jovens pelos mesmos motivos que seduzia no passado. ‘É um culto retrô’, considera. Recruta Zero – 60 Anos – Sesc Vila Mariana. Rua Pelotas, 141, tel.: 5080-3000. De 3.ª a 6.ª, das 10h às 21h30; sáb. e dom., das 10h às 18h30. Grátis. Até 27/6′ Sou como o Zero, sempre fujo daquilo que não quero
‘Mort Walker, aos 86 anos, não para. Acaba de finalizar seu primeiro romance, após vários livros técnicos sobre desenho e três livros para crianças. ‘Chama-se O Homem mais Alto da História. É sobre um cara baixinho, um comediante que faz piadas curtas. Ele decide abrir uma agência de publicidade cujo maior objetivo é vendê-lo como um homem alto. Nunca deixa que o vejam’, conta o cartunista autor do mítico Recruta Zero.
Quando o sr. criou o Recruta Zero, em 1950, qual era o seu principal propósito? O que tinha mente?
Eu desenhava para revistas e um grande editor estava comprando alguns dos meus cartuns, e um editor me disse: você faz muitas gags sobre crianças, porque não faz algo para universitários? Eu disse OK, e comecei a fazer. Foi quando surgiu Beetle, que no começo eu chamei de Spider (Aranha), que bebia um pouco e as pessoas começaram a chamá-lo assim. Quando o vendi, pediram que trocassem porque já tinham outro personagem chamado Spider, e eu apenas escolhi um outro nome de inseto (besouro). Passei a ser o mais vendido cartunista dos Estados Unidos e senti que podia viver daquilo. Minha mulher disse: ‘Se você é o mais vendido e só consegue levantar US$ 1 mil, você está no ramo errado.’
Quantos anos o sr. tinha na época que o criou?
Tinha uns 22, 23 anos.
O sr. pôs muita crítica em seu personagem contra o sistema militar. O sr. já tinha essa ideia quando começou?
Tentei desenhar minhas próprias experiências. Cada personagem vem de meu tempo no Exército ou na universidade. Tentei colocar isso na tira. Uma vez, tive uma licença no Exército para ir à Califórnia visitar minha irmã, e me dei conta que não queria voltar. Então, pedi a um colega para levar uma carta ao sargento dizendo que perdi o ônibus. Fiquei dois dias a mais. Quando voltei, o sargento leu a carta e não pareceu dar a menor importância. Eu usava esse sistema, e ainda uso: faço o que quero. Do que não quero eu fujo.
Quanto do seu personagem vem da experiência no quartel?
Tudo vem daquela experiência. Eu, como o Recruta Zero, não gostava das regras, tentava fugir de trabalho duro.
Quantos anos o sr. tinha?
Uns 22, 23. Tinha acabado de sair do quartel, fiquei lá 4 anos.
É verdade que a última tira foi aprovada pessoalmente por William Randolph Hearst?
Sim. Quando concluí, eles disseram que iam enviá-la para o chefão. A tira voltou com uma anotação em tinta vermelha que ele fez: OK!
Quais foram suas primeiras influências?
Antes mesmo de eu aprender a ler, meu pai lia histórias para mim e eu me lembro da risada muito alta dele. Quando comecei a emprestar livros da biblioteca, lia muito a Enciclopédia Britânica e tentava desenhar verbetes. Depois, fui muito amigo de Milton Caniff, especialmente quando fu-i para Nova York. Ele me ajudou, me deu conselhos, me indicou para editores e me acolheu na Cartoonist Society. Will Eisner, quando construí o Museu dos Quadrinhos na Flórida, me ajudou, almoçávamos juntos.
O que o sr. pretendia quando criou o Museu Internacional dos Quadrinhos?
Ninguém mais estava colecionando cartuns, quando eu comecei, em 1974. Eu o mantive por 35 anos, coloquei nele meu esforço, dinheiro. Mas tive problemas financeiros, faltou apoio, então tive de vender o prédio. Procurei o pessoal do Empire State Building, tinha uma ideia para que eles o instalassem no deck de observação. Não deu certo. Então, doei tudo para a Ohio State University.’
ANÁLISE
Sílvio Guedes Crespo
Financial Times: futuro brilhante do Brasil ainda ‘fora de alcance’
‘Conforme antecipou o Radar Econômico, o jornal britânico Financial Times publica nesta quinta-feira um caderno especial de 14 páginas sobre a infraestrutura no Brasil e chega à conclusão de que, por pouco, o ‘futuro brilhante do Brasil ainda está fora de alcance’ (saiba mais).
A reportagem introdutória descreve brevemente uma cena uqe poderia ser vista num futuro próximo se os projetos de infraestrutura já traçados forem concretizados.
Imagine: ‘Um trem bala dispara passageiros de São Paulo ao Rio em menos de duas horas. Outrora irritados, passageiros de avião agora andam sem esforços por terminais novos e reluzentes. Onde antes as pessoas saiam de miseráveis favelas para enfrentar quatro horas de trânsito engarrafado, os viajantes agora deixam apartamentos e casas novinhos para entrar em ônibus e metrôs que fluem rapidamente’.
A partir daí, o caderno apresenta informações para mostrar que, por pouco, essa ‘utopia’ ainda parece ‘perturbantemente fora de alcance’. Os motivos: desentendimento entre governos federal, estaduais e municipais; dificuldades de obtenção de licenças para meio ambiente; e problemas com o Tribunal de Contas da União.
PAC: lento, mas não ‘um fracasso’
O jornal explica aos leitores o que é o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), traz um gráfico mostrando a evolução do chamado PAC 1 (a primeira versão do programa, lançada pelo governo em 2007) e conclui que o projeto ‘caminha lentamente, mas não é um fracasso’.
Para o período de 2007 a 2010, estavam previstos investimentos de R$ 504 bilhões. Até 2009, as obras acabadas somavam R$ 257 bilhões (se consideradas as em andamento, o valor sobe).
‘O PAC não acelerou crescimento, mas emprega os pobres. Também é um excelente portfólio de projetos que nos dá uma clara visão das nossas necessidades’, disse ao FT Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral.
O ‘trauma’ da energia
O Financial Times lembra que os brasileiros têm um ‘trauma’ em relação à eletricidade por causa do apagão de 2001 e 2002, e que ‘nem todos os riscos foram mitigados’. O próximo governo terá que lidar com os problemas ambientais e decidir o que fazer com um conjunto de concessões que vão terminar por volta de 2015.
O vasto caderno especial traz, ainda, reportagens sobre saneamento básico, urbanização de favelas, habitação, óleo e gás, agricultura, mercado de trabalho, instituições financeiras (bancos de investimento, bancos privados e especificamente o Banco do Brasil e o BNDES), telecomunicações, mercados de capitais, Copa do Mundo e Olimpíadas, aeroportos, trem bala, estradas, portos, construção e siderurgia.
O autor das principais reportagens, o jornalista Jonathan Wheatley, havia dito em entrevista ao blog Radar Econômico que o objetivo de uma reportagem como essa é dar aos leitores informações que lhes permitam decidir se fazem ou não (ou como fazer) negócios no Brasil.’
INTERNET
Carla Peralva
E o Webby Awards vai para…
‘Foi divulgada a lista de ganhadores do Webby Awards 2010, prêmio que escolhe ‘o melhor da web’. Em cada uma das categorias, de uma lista de cinco indicados, saiu um vencedor por voto popular e um escolhido pela Academia Internacional de Artes e Ciências Digitais.
O New York Times, grupo que mais ganhou menções este ano, ganhou cinco dos quinze prêmios para os quais foi indicado:o voto popular o fez vencer nas categorias ‘Notícias’, ‘Melhor direito autoral’ e ‘Fashion’; a Acedemia o premiou como melhor serviço de notícias móvel e melhor série noticiosa por ‘Held by the Taliban’.
O site de humor CollegeHumor.com foi o único outro grupo a conseguir cinco prêmios, entre eles, uma animação que parodia a introdução da Pixar.
O Twitter, eleito o melhore acontecimento de 2008 o ano passado, venceu na categoria ‘Rede Social’ pelo voto popular e pela Academia. O microblogging também levou o prêmio de ‘Melhores práticas’. O Foursquare foi eleito a melhor rede social móvel nos dois tipos de votação. O FarmVille, grande cotado para a categoria ‘Games’ só ganhou no voto aberto ao público e quem levou o título da Academia foi o Record Tripping.
A Academia também premiou o Tumblr como melhor serviço da web, o site do TED em ‘Eventos’ e a New Yorker em ‘Revistas’.
A festa de premiação acentecerá dia 14 de junho em Nova York e deve manter a regra de os discursos de agradecimento possuírem apenas cinco palavras.’
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