‘Venho pedir que solicite à equipe do UOL que atualize a página da Banda Larga, pois há muito tempo que a mesma encontra-se, por exemplo, com o papel de parede da dançarina Scheila Mello, o que prova que não está havendo muitas atualizações. Acho que, se o UOL se propõe a ter uma página exclusiva para o conteúdo banda larga, deveria dar mais atenção a mesma’. O pedido foi feito por Luciano.
Área esquecida pela redação
A foto de Scheila Mello está lá desde o dia 12 de junho. A chamada ao lado, de Nina Keller, é da edição de abril da revista Trip.
A questão apontada por Luciano não é exclusiva de Banda Larga e mostra que o UOL produz muito mais páginas do que tem equipe e condições de atualizar. O problema fica mais sério quando o descuido acontece em áreas nobres, como home pages de estações ou do portal.
Bloco envelhecido na home de Jornais
A home page de UOL Jornais, por exemplo, traz um bloco sobre a crise dos mercados mundiais, cujas notícias são dos dias 21 e 22 de agosto. Estamos em 21 de setembro e a situação dos mercados é muito diferente daquela narrada pelas notícias velhas. Numa página que trata de jornais, cujas edições são em sua maioria diárias, espera-se atualização mais freqüente do que mensal
Biografia não segue o ritmo dos acontecimentos
A home page do UOL dá chamada hoje para a entrevista do jogador de futebol Adriano sobre os problemas que o afastaram como titular da Internazionale. Na entrevista, há um link de destaque para a biografia do atleta, atualizada pela última vez quando ele ainda era o principal ídolo do clube, antes, portanto, da crise por que ele passou.
É ruim para a imagem do UOL dar destaque a material tão desatualizado _os exemplos são de duas home pages de estação e de reportagem com chamada na home page do portal. Deve haver um esforço das equipes para atualizar reportagens e textos de apoios destacados e nunca deixar home pages envelhecidas. Para isto, basta ler atentamente as home pages e o que é chamado nelas e fazer suas atualizações.
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Impróprio para menores (20/9/2007)
Uma campanha publicitária ligada ao uísque Johnnie Walker ocupa o espaço nobre das fotos rotativas da home page do UOL e gera protesto de internautas.
Campanha por direção segura ‘vende’ marca de uísque
‘Ao abrir a página inicial do UOL hoje me defrontei com uma propaganda de uísque embutida no slide show de notícias no topo da página. Considero abusiva essa prática’, disse o assinante Aimar.
‘Johnnie Walker procura piloto da vez’ desrespeitou duas regras internas do próprio UOL: a que restringe o horário de veiculação de propaganda de bebidas alcoólicas e a que determina não divulgar conteúdo adulto na home page do portal durante o dia.
Oficialmente, a propaganda é apenas um concurso ‘desportivo e cultural visando à conscientização de se dirigir um automóvel com cautela e segurança e o consumo responsável de bebida alcoólica’. O próprio anunciante, a Diageo do Brasil, porém, classifica a publicidade como imprópria para menores. ‘Por favor, não acesse esse site se você ainda não atingiu a idade determinada por lei para o consumo de bebida alcoólica em seu país’, diz na página inicial da promoção. No Brasil, essa idade é de 18 anos. Fosse apenas o apoio à campanha, a Diageo não precisaria usar o nome do uísque escocês mais vendido no mundo. Ao propagandear a marca -Johnnie Walker- promoveu o produto -uísque.
O Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária tem um anexo que trata especificamente da propaganda de bebidas alcoólicas. ‘O planejamento de mídia levará em consideração que o anúncio se destina a público adulto, devendo, portanto, refletir as restrições técnica e eticamente recomendáveis. Assim, o anúncio deverá ser inserido em programação, publicação ou web site dirigidos predominantemente a maiores de idade’. O horário de veiculação no UOL não está a respeitar essa recomendação.
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A tradição do pop-up (19/9/2007)
Uma das práticas publicitárias na Internet que mais incomodam o usuário é o pop-up. Em 2003, ciente disso, o UOL lançou um produto para que o internauta se ‘livrasse’ das janelas que pulam na tela sem que ele quisesse. Dizia o texto de lançamento da novidade: ‘outra ‘tradição’ da Internet que costuma irritar o internauta é aquela janelinha (pop-up) que abre automaticamente sobre as páginas, normalmente contendo anúncios e propagandas. Contra elas, chegou o AntiPop-up UOL. Assinantes ou não do portal poderão utilizar o produto gratuitamente e eliminar as tais janelinhas’. O texto não falava, porém, que o próprio UOL adotava a prática que classificou como ‘irritante’.
Mais de quatro anos se passaram e o UOL continua a irritar seus internautas ao utilizar o pop-up como forma de veicular propagandas, obrigando-os a instalar a barra UOL (com o antipop-up embutido) ou outro programa antipop-up para se livrar dele. Muitos assinantes e usuários escreveram à ombudsman.
‘Uma pergunta que não quer calar: por que o UOL produziu o antipop-up UOL para bloquear ‘aquelas janelinhas chatas que você não abriu’ produzidas pelo próprio UOL (que até hoje coloco como minha página inicial)?’, diz Mauro.
‘Registro minha irritação com a prática de pop-ups e acho que é uma incoerência o UOL fornecer um programa antipop-ups e ao mesmo tempo praticá-los. Nada contra a publicidade feita através de banners ou links patrocinados. Como consumidor, acho interessante a publicidade discreta e direcionada que o UOL vinha praticando, mas acredito que os pop-ups não atendem a nenhum desses dois critérios’, afirmou Lucas.
Assinantes dizem que pagam para ter acesso ao conteúdo e e-mail UOL e que não gostariam de ser inundados com tanta publicidade. Muitos recusam-se a instalar o antipop-up, porque ele traz efeitos colaterais, impedindo-os de ver conteúdos que gostariam de ver.
‘Venho participar criticando veementemente todo tipo de pop-up publicitário no site do UOL. Como se não bastassem os inúmeros links comerciais na tela inicial do provedor, ainda sou obrigado a fechar as irritantes janelinhas que teimam em aparecer. Não gosto dos programas ‘pop-up killers’ porque são pouco específicos e eliminam eventuais janelas úteis em outros sites’, diz Hézen.
Pop-up atrapalha na hora de consultar o webmail
Além da irritação pelo excesso de publicidade, o pop-up traz um problema de ordem prática: ele atrapalha que o assinante escreva seu nome e sua senha para entrar no webmail a partir da home page do UOL. Uma solução técnica deveria ser estudada.
‘Há muito tempo venho pensando em escrever para questionar essas janelinhas chatas que vivem abrindo nos momentos mais inoportunos no site do UOL. Como assinante há anos, venho ficando cada vez mais irritado. Se abro a tela principal do UOL e começo a digitar usuário e senha, sempre sou interrompido pelas horríveis janelinhas que bloqueiam o que estou digitando, forçando-me a novamente clicar no campo e recomeçar. Se pago para acessar, pergunto: por que tenho de aturar propagandas? Isso deveria ser fonte de renda apenas dos sites gratuitos e, por incrível que pareça, nesses sites (vide Gmail) o número de propagandas é diminuto’, argumenta Daniel.
A seguir, o diretor de publicidade do UOL, Enor Paiano, explica as razões para o UOL não abandonar as janelinhas.
‘O pop-up funciona como uma nova janela de navegador, que se abre automaticamente, sem que o internauta tenha requerido a sua abertura, em geral trazendo uma mensagem publicitária. Aqui no Brasil o mais comum é que esta janela se abra assim que o internauta entra numa determinada página – a home page do UOL, por exemplo – e seja posicionada por cima desta página, de forma que o internauta não interessado na mensagem precisa fechar esta janela para ver toda a página. Devido a esta característica de interferir na navegação, a morte do pop-up já foi anunciada várias vezes. Os sites mais populares do mundo (UOL inclusive) distribuem programas que bloqueiam a abertura automática de pop-ups, e as versões mais recentes dos navegadores Explorer e Firefox vêm com com os pop-ups bloqueados como padrão – quem quiser ver pop-ups precisa habilitar esta opção. Estes programas vêm se popularizando e hoje a quantidade de impressões de pop-up bloqueadas já é significativa.
O pop-up não morreu porque os anunciantes continuam tendo resultados importantes com o formato. Existe um grupo de usuários que gostam de aproveitar as oportunidades de negócio oferecidas nesse formato, que não escrevem para reclamar e continuam comprando as ofertas oferecidas. Num período de 24 horas um pop-up na home page do UOL pode ter mais de 40 mil cliques – pessoas que visitam o site do anunciante para ter mais informações ou comprar o produto anunciado. O pop-up vai morrer quando esta maioria silenciosa parar de interagir com o formato e não comprar mais os produtos.
PS. O UOL é a única empresa no mercado brasileiro que só exibe uma vez um determinado pop-up numa sessão do navegador – uma vez fechada a janela ela só aparecerá novamente se o internauta fechar o navegador e abrir de novo.’
Parece-me que os 40 mil cliques não são número suficiente para se falar em ‘maioria’. O resultado positivo é fácil de medir. O desafio, porém, é conseguir avaliar corretamente quanto se perde com a prática e ter a coragem de rever a ‘tradição’.
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A ombudsman errou (17/9/2007)
Na última sexta-feira, em post que comentava a confusão que o UOL fez duas vezes entre pit bull e bull terrier, a ombudsman cometeu um erro. Disse que a reportagem do UOL News confundira as leis 3.205/99 e 3.207/99. A reportagem estava correta. A lei 3.207/99 foi revogada e parte de seus artigos foi incorporada à lei 3.205/99. O post foi alterado. A ombudsman pede desculpas ao UOL News.
Ligações perigosas
Você sabe buscar emprego? Faça o teste.
Teste ou publicidade disfarçada?
O suposto serviço foi dado com destaque na home page do UOL no último domingo. Ficou lá por mais de seis horas seguidas. Quem clicasse no link cairia numa armadilha. Em template de UOL Empregos, portanto, com a chancela do UOL, o internauta leria um pequenino texto. ‘Engana-se quem pensa que a procura de emprego se resume ao envio de currículos e à espera da indicação de um amigo. Isso só não é uma boa estratégia. Como, então, saber se o profissional está procurando emprego corretamente, ou se está gastando seu tempo e desperdiçando oportunidades? Faça o teste e veja como você se sai nessa tarefa.’
Ao fazer o suposto teste, o cadastro era obrigatório
Aí, ao clicar no ‘faça o teste’, o internauta iria para uma página da empresa Manager, fora do UOL. Após responder a 20 questões de qualidade discutível, entre as quais, ‘o que é outplacement?’ e ‘a profissionalização do processo de busca de emprego é dispensável…?’, o internauta era obrigado a preencher um cadastro, em que deveria informar nome, e-mail, telefone, perspectiva profissional. Se faltasse algum dado, uma janelinha pipocava na tela, informando serem fundamentais as informações. Aí, depois de fazer o cadastro, o internauta teria resposta ao seu suposto teste e um convite a procurar os serviços da Manager.
Na resposta ao ‘teste’, o convite para comprar os serviços
É de se admirar que o portal que se diz o melhor conteúdo ofereça um ‘serviço’ que pouco atende aos internautas e muito à Manager. De forma ingênua o UOL doou, gratuitamente, um espaço nobre que deveria ter sido vendido no balcão da publicidade. Leitores menos ingênuos perceberam e reclamaram do que, para eles, é publicidade disfarçada de conteúdo editorial.
‘O tal teste nada mais é que uma série de questões tendenciosas, finalizado por um cadastramento da pessoa no site. Isso não é notícia e muito menos serviço! Será essa a orientação do UOL? Propaganda disfarçada de notícia?’, disse Marcelo.
Ligações perigosas
UOL Empregos e anunciante: ligações perigosas
O problema não se restringe a esse caso. Toda a estação UOL Empregos tem uma relação simbiótica perigosa com seu patrocinador, a curriculum.com.br. Boa parte da home page da estação é tomada pelo anunciante. Neste caso, há a sinalização de que a curriculum.com.br paga pelo espaço. A clareza, porém, desfaz-se ao primeiro clique. Quem clicar em material da curriculum.com.br vai cair numa página que é identificada como UOL Empregos. Como assim? É publicidade ou é UOL Empregos? É conteúdo pago ou editorial?
Página do anunciante, com nome UOL Empregos
O UOL não deveria deixar que um anunciante se apropriasse de seu nome. Deveria deixar claríssimo o que é conteúdo editorial, isento, imparcial, crítico e o que é publicidade. Não deveria nunca oferecer como conteúdo editorial o que pode ser confundido com publidade. A redação deve trabalhar a serviço do internauta, não do anunciante.’