Depois que o grupo The Washington Post Co. fez um acordo com a Bonneville International Corp. para lançar uma nova estação de rádio – que disponibilizará o conteúdo do jornal –, vários leitores entraram em contato com Deborah Howell. Em sua coluna de domingo [29/1/06], a ombudsman do Post tentou esclarecer algumas das questões levantadas pelo público.
Diversos leitores se disseram desapontados com o enfraquecimento do sinal da estação de música clássica WGMS-FM na área de Washington e outros questionaram a independência do Post em cobrir os jogos do time de baseball Washington Nationals, pois os jogos serão transmitidos pela nova estação, WTWP. Muitas pessoas sugeriram que o Post poderia ter interesse financeiro em transmitir os jogos e outras questionaram se haveria um conflito de interesses na decisão do local onde vai ser construído o novo estádio – em editorial, o Post apoiou trazer o time para o distrito federal.
O vice-presidente da Bonneville, Joel Oxley, afirmou que a decisão de colocar a rádio WGMS em uma nova freqüência foi tomada antes de a empresa começar suas negociações com o Post, o que resultou na transferência da rádio all-news WTOP para 103.5, a fim de que sua freqüência anterior fosse cedida à nova estação. Oxley informou que a Bonneville está ampliando a distribuição de música clássica e ópera para a freqüência FM e online. Sobre o time de baseball, Oxley e o publisher do Post, Bo Jones, afirmam que foi o grupo Bonneville, e não o The Post Co., que negociou as transmissões dos jogos. O jornal afirma que o Nationals não vai ter controle sobre o que será transmitido na rádio nem publicado no jornal. ‘Não escrevemos mais nenhum editorial sobre o estádio desde que foi anunciado o acordo com a rádio. Se o fizermos, pretendemos lembrar aos leitores da nossa relação e eles podem fazer seu próprio julgamento’, afirmou Fred Hiatt, editor da página de editoriais.
De olho nos detalhes
A assinante do Post há 40 anos Patricia Knigth reclamou do novo índice da seção metropolitana do jornal, que acabou ocasionando a retirada dos colunistas Marc Fisher, Courtland Milloy e Donna Britt de seus espaços anteriores. Os colunistas concordam com a reclamação e informaram que depois disto passaram a receber menos feedback dos leitores, que têm dificuldade em localizar seus artigos. A seção Metro foi a última do jornal a ganhar um índice. Deborah afirma que Patricia foi a única leitora até o momento a reclamar da mudança, mas acha que o jornal deveria ter explicado que colocaria o novo índice.
Mesmo uma única reclamação funciona para provocar mudanças no Post. O leitor e ex-repórter do jornal Tom Lippman observou a imprecisão na grafia de nomes árabes e notou que muitas matérias não colocavam ‘el’ ou ‘al’ antes dos nomes. Depois da observação, os chefes de copidesque decidiram resolver o problema em poucas semanas.